2010
Quando uma profecia é cumprida na história? Historicismo
Categoria (Métodos de Interpretação Profética) por Geração Maranata em 04-10-2010
Tag: Escatologia Bíblica, Futurismo, Historicismo, Idealismo, Preterismo, Segunda Vinda
por Geração Maranata
Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:
Presente (Historicismo)
Passsado (Preterismo)
Futuro (Futurismo)
Atemporal (Idealismo)
O Historicismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:
"Quando uma profecia é cumprida na história?"
A escola de pensamento Historicista afirma que as profecias se cumprem no decorrer da história. Sendo assim, muitas profecias ainda estão se cumprindo ou por se cumprir. No Historicismo a profecia descreve a história humana da forma como ela se relaciona ao povo de Deus.
Os livros de Daniel e Apocalipse são um histórico profético da igreja e do mundo. As predições dadas não são somente movimentos gerais na história. Eventos específicos são preditos. Isso inclui a identificação de datas reais do calendário, procurando encontrar a realização terrena ao longo da história, especialmente em relação à luta entre a igreja verdadeira e apostasia.
Os Historicistas interpretam que o Apocalipse se desenrola através de épocas históricas. Geralmente, cada uma das sete igrejas é retratada como um período de tempo na história da igreja. Os defensores desta posição tendem a se ver como a igreja da última geração antes da 2ª vinda de Cristo.
Os reformadores do século XVI eram historicistas. Esta teoria foi defendida quase unanimemente pelos protestantes da Reforma até quase 100 anos atrás, sendo também adotada por muitas Igrejas no início no século XIX até hoje.
Uma característica comum das interpretações Historicistas é a identificação do Anticristo, a besta (Apocalipse 13), o homem do pecado ou o homem da iniqüidade (II Tessalonicenses 2), o pequeno chifre de Daniel 7 e 8, e a Prostituta da Babilônia (Apocalipse 17) com a Igreja Católica Romana e o Papado. Por isso é fácil entender o porquê desse ponto de vista seguidamente ser chamado de "protestante".
Outra característica é igualar a atual era da Igreja ao período da Tribulação utilizando-se da teoria dia/ano. O Historicismo toma literalmente números como 2.300 dias (Daniel 8.14) e 1.290 dias (Daniel 12.11) e os transforma em anos. Então, se alguém encontrar o ano inicial certo, basta apenas acrescentar 2.300 ou 1.290 anos para descobrir a data da volta de Cristo. Além disso, os historicistas também relacionam os juízos dos selos, das trombetas, e das taças a importantes eventos históricos nos últimos 2.000 anos. Por exemplo, o quinto selo em Apocalipse 6 é identificado com o martírio sob o imperador romano Diocleciano (284-304
Esta abordagem, naturalmente leva os historicistas a marcar datas.
A maioria dos esquemas elaborados pelos historicistas se concentra na história da Europa, mas existe um segmento que substitui a Europa pelos Estados Unidos. Algumas dessas pessoas acham que os EUA estão cumprindo as profecias referentes à Babilônia.
O quadro a seguir é um exemplo de interpretação histórica do livro de Apocalipse 6-19 feita por Albert Barnes (*)
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ITEM | DESCRIÇÃO | INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA DE BARNES |
Primeiro Selo (Ap.6) | Cavalo Branco – um Conquistador | Paz e triunfo do Império Romano de Domiciano a Cômodo (96-180) |
Segundo Selo (Ap.6) | Cavalo Vermelho – guerra | Sangue derramado a partir do reinado de Cômodo (193-) |
Terceiro Selo (Ap.6) | Cavalo Preto – fome | Calamidade a partir do tempo de Caracala (211-) |
Quarto Selo (Ap.6) | Cavalo Amarelo – morte | Morte por causa da fome, etc. Décio até Galieno (249- 268) |
Quinto Selo (Ap.6) | Mártires | Martírio sob o gover no de Dioolociano (284-304) |
Sexto Selo (Ap.6) | Perturbações Celestiais | Consternação pela ameaça das invasões dos bárbaros, godos e hunos (365-) |
Primeira Trombeta (Ap.8) | 1/3 da terra é atingido | Alarico e os godos invadem o Império Romano Ocidental (395-410) |
Segunda Trombeta (Ap.8) | 1/3 do mar é atingido | Invasões de Genserico e dos vândalos (428-468) |
Terceira Trombeta (Ap.8) | 1/3 dos rios é atingido | Invasão de Átila e dos hunos (433-453) |
Quarta Trombeta (Ap.8) | 1/3 do sol, da lua e das estrelas é atingido | Odacir e Heruli conquistam o Império Romano Ocidental (476-490) |
Quinta Trombeta (Ap.9) | Tempestade dos gafanhotos | Poderes sarracenos e maometanos surgem no Oriente (5 meses de Apocalipse 9.5 -150 anos) |
Sexta Trombeta (Ap.9) | Cavaleiros massacram 1/3 dos homens | Poderes turcos surgem no Oriente |
O anjo e o livrinho (Ap.10) | 0 anjo entrega o livro a João | Reforma Protestante. Os 7 trovões de Apocalipse 10.3-4-falsa doutrina dos papas |
A besta e o Falso Profeta (Ap.13) | Eles blasfemam por 42 meses | A carreira maligna da Roma eclesiástica e civil, 42 meses de Apocalipse 13.5-1.260 anos! |
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ITEM | DESCRIÇÃO | INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA |
Primeiras cinco taças são derramadas (Ap.16) | Punição pelas úlceras; mar, rios e sol atingidos; escuridão | A Revolução Francesa e os ataques dos seus segui dores ao papado |
Sexta taça é derramada (Ap.16) | O caminho é prepara do para os exércitos irem até o Armagedom | Os espíritos semelhantes a rãs chamados de paganismo, islamismo e romanismo preparam seu combate final contra o Evangelho |
Sétima Taça é derramada (Ap.16) | Terremoto e granizo; a Babilônia é relembrada para ira | O poder papal é destruído |
A Babilônia é destruí da (Ap.17-18) | A Babilônia é destruída | Destruição do poder papal |
Batalha do Armagedom (Ap.19) | Cristo derrota a besta e seus exércitos | O evangelho finalmente triunfa moralmente sobre seus inimigos que aparecem "como se" fossem devorados por pássaros |
(*)Albert Barnes (1798 – 1870), americano, teólogo presbiteriano e comentarista bíblico.
Conclusão:
O Historicismo tornou-se uma interpretação dominante escatológica nos conflitos entre protestantes e católicos da Reforma. A abordagem historicista foi defendidada por Martinho Lutero e João Calvino.
Alguns Pré-milenistas gostam de mesclar a posição historicista com posições futuristas.
Amilenistas que adotoram a teoria Historicista: Albert Barnes, Robert Caringola, Adam Clarke, E.B. Elliott, Matthew Henry, e Fred P. Miller.
Outros Historicistas conhecidos: Issac Newton, Ellen White e Guinness.
O livro Prophetic Faith of Our Fathers [A fé profética de nossos pais], do autor L. E. Froom é uma excelente leitura para quem deseja saber mais sobre o historicismo.
Entre os protestantes conservadores, o Historicismo foi suplantado no século XIX pelo Futurismo, com o surgimento da teologia dispensacionalista.
Ainda hoje, alguns eruditos protestantes são conhecidos como historicistas.
Para saber mais: http://www.historicism.net/
Fontes:
http://www.arminianismo.com
http://www.wikipedia.org
Livro "Profecias de A a Z" de Thomas Ice & Timothy Demy
Vcs disseram que os historicistas se utilizam de dias- ano e se estabelece uma data precisa da voltade Cristo. Isso pode se adequar as seitas adventista e TJS. Jamais aos historicistas protestantes. Ha wue separar ou descrever bem os argumentos.
@Marcos Alexandre Guimaraes silveira,
Shalom
Obrigado por comentar.
Conforme abordado no texto, os historicistas procuram relacionar os eventos históricos com as profecias biblicas. Um exemplo dado no post foi o quadro feito pelo teólogo Albert Barnes, pastor prebiteriano.
Dentre os adeptos da teoria historicista, há também os que procuram interpretar algumas profecias com o intuito de calcular a data do retorno de Cristo.
O texto, apesar de sucinto, foi claro em relação a todas as vertentes e indica outros links e livros para aprofundamento, caso queira saber mais.
Fica na Paz