Sete Coisas que Você Precisa Saber sobre Profecias Bíblicas

Filed Under (Artigos) by Geração Maranata on 27-08-2011

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Por Geração Maranata

Nunca antes presenciamos tantas tempestades assassinas, terremotos em vários lugares, guerras e rumores de guerras e pestes, esses assuntos dominam os noticiários continuamente.

Não é surpresa que as pessoas estejam cada vez mais interessadas nas Profecia dos Tempos do Fim.

Até quem não cristão fica imaginando se o fim não está próximo!

Agora o surpreendente mesmo é que a maioria dos cristãos nada sabe sobre profecias. Seminários não ensinam, logo os pregadores não pregam, portanto, os cristãos não a aprendem. No entanto, a Bíblia fala mais de Profecia dos Tempos do Fim do que qualquer outro assunto.

Raramente vemos Igrejas pregando mensagens explicando o quão importante é a profecia bíblica e o cuidado que o cristão deve ter em ter uma vida de santidade e reta diante de Deus.

Os cristãos não dedicam mais tempo para estudar profecias porque ficam assustados quando leem ou ficam confusos. Isso não deveria ocorrer, pois para o crente, a profecia não deveria ser assustadora nem confusa, mas a chave para entender o plano de Deus para o homem.

O estudioso em profecias bíblicas, Jack Kelley, elaborou um estudo onde o objetivo é lançar bases sobre esse assunto tão importante e relevante para os dias atuais.

Nota: Este estudo é baseado nas posições escatológicas: Futurista, Pré-Tribulacionista e Pré-Milenistas (leia o que representa cada uma dessas visões em artigos postados neste blog). O que está exposto neste artigo é a opinião do autor que é compartilhado em grande parte por outros cristãos. Devemos nos lembrar que alguns eventos são um tanto obscuros, prova disso são as diversas controvérsias a respeito.

 

Sete Coisas que Você Precisa Saber

Há sete informações que são essenciais para a compreensão da Profecia dos Tempos do Fim. Essas sete coisas são as bases para a construção da fundação forte que nós queremos:

1) A Sequência de Eventos Principais dos Tempos do Fim

2) O Destino dos Três Componentes da Humanidade

3) O Objetivo e a Duração da Grande Tribulação

4) O Objetivo do Arrebatamento

5) As condições que cercam a Segunda Vinda

6) O Objetivo e a Duração do Milênio

7) A Eternidade

Uma vez aprendido, esses sete tópicos ajudarão a evitar os erros que têm lançado outros para fora do caminho e darão a capacidade de colocar todos os versos proféticos da Bíblia em seu contexto apropriado.

 

1) A Sequência de Eventos Principais do Fim dos Tempos

Primeiro é saber o que acontece e quando.

O estudo da profecia fica realmente confuso se não soubermos a sequência na qual grandes eventos dos Tempos do Fim ocorrerão. A melhor maneira de descobrir é fazer o que o mundo dos negócios às vezes chama de exercício de agenda.

Trata-se de ir até o fim de um processo e identificar o resultado final. Então você lista todas as coisas que precisam acontecer para produzir esse resultado. Daí você os coloca em ordem inversa, voltando até o presente. É mais simples do que parece, e muito mais simples em profecia do que nos negócios, porque há muito menos eventos para organizar.

Vamos listar os eventos principais primeiro, depois vamos organizá-los.

Quase todos sabem sobre a 2 ª Vinda e a Eternidade, e muitos também já ouviram falar do Arrebatamento da Igreja e da Grande Tribulação. Mas há também o Reino Milenar, a 70ª Semana de Daniel, e as Batalhas de Ezequiel 38-39, Salmo 83 e Isaías 17; um total de nove grandes eventos ainda estão por vir.

Vamos organizá-los, começando com o resultado final e trabalhando de volta para o começo.

Como acontece com a maioria das listas, a ordem em que alguns eventos irão ocorrer é óbvia, enquanto outros são menos, e no começo alguns não parecem se encaixar em qualquer lugar mesmo. Iremos ordenar as mais óbvias primeiro.

Todos nós pensamos na Eternidade como o resultado final, e assim a partir do final significa que começamos lá. Mas o principal último evento descrito em detalhe na Bíblia é a Era do Reino ou Milênio. É o Reino de 1000 anos do Senhor na Terra, que se distingue e precede a Eternidade. O último capítulo do Apocalipse descreve árvores em ambos os lados do Rio da Vida com frutos diferentes a cada mês. Isso significa que o tempo ainda existe, e eternidade, por definição, é a ausência de tempo. Falaremos mais sobre isso mais tarde.

Vejamos como fica a agenda inversa:

  • A Eternidade não pode acontecer até que o Milênio acabe.
  • O Milênio, obviamente, não pode começar até depois da Segunda Vinda, porque é quando o Senhor retorna para estabelecê-lo.
  • De acordo com Mat. 24:29-30 a Segunda Vinda não vai acontecer até o final da Grande Tribulação.
  • E isso não pode acontecer até o Anticristo estar no Templo em Israel declarando-se Deus. (2 Ts. 2:4). Esse é o evento que Jesus advertiu Israel a procurar como a salva de abertura da Grande Tribulação. Ele chamou de "A Abominação da Desolação" em Mat. 24:15-21. Daniel 9:27 indica que isso vai acontecer no meio do último período de sete anos: a 70ª Semana de Daniel.
  • Mas a Abominação não pode acontecer até que haja um Templo. Não houve um Templo em Israel desde 70 AD e não haverá um até que os Judeus oficialmente decidam que precisam de um. Eles não precisarão de um até que Deus restabeleça seu relacionamento da Antiga Aliança, porque o único propósito do Templo é para adorá-Lo de acordo com exigências da Antiga Aliança. Isso vai sinalizar o início da 70ª semana de Daniel.
  • A 70ª Semana não pode começar até que a Batalha de Ezequiel 38-39 seja vencida, porque Deus vai usar essa batalha para despertar Israel e restabelecer a sua aliança com eles. Em Romanos 11:25 Paulo disse que Israel foi endurecido em parte até o que número total de gentios tenha entrado, uma referência ao Arrebatamento da Igreja, após o qual Israel será salvo.
  • Isso significa que o Arrebatamento tem que acontecer antes da Batalha de Ezequiel 38.

Agora, quando colocamos a Sequência dos Principais Eventos na sua devida ordem, fica parecido com isto:

  • O arrebatamento da Igreja,
  • A Batalha de Ezequiel 38,
  • A 70ª Semana de Daniel começa,
  • A Grande Tribulação,
  • A 2ª Vinda,
  • O Milênio,
  • A Eternidade

Para aqueles que leem as Escrituras como estão escritas (método literal), apenas dois dos eventos nesta sequência estão sujeitos a debate quanto à cronologia. Estes são o Arrebatamento da Igreja e a Batalha de Ezequiel 38, os dois primeiros em nossa lista.

Então, vamos descobrir por que eles têm que estar onde estão colocados na sequência.

Mantendo a mentalidade regressiva vamos começar com a batalha de Ezequiel e voltaremos até o Arrebatamento.

"E eu porei a minha glória entre os gentios e todos os gentios verão o meu juízo, que eu tiver executado, e a minha mão, que sobre elas tiver descarregado. E saberão os da casa de Israel que eu sou o Senhor seu Deus, desde aquele dia em diante. Então saberão que eu sou o Senhor seu Deus, vendo que eu os fiz ir em cativeiro entre os gentios, e os ajuntarei para voltarem a sua terra, e não mais deixarei lá nenhum deles. Nem lhes esconderei mais a minha face, pois derramarei o meu espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor Deus." (Ez 39:21-22, 28-29)

O Templo e a Batalha de Ezequiel

O Senhor declarou em termos inequívocos, que Ele vai usar a batalha de Ezequiel para "acordar espiritualmente" Seu povo e chamá-los para Israel de todo o mundo. Isto irá resultar no restabelecimento de seu relacionamento da Antiga Aliança, revivendo as longamente adormecida profecia das "70 Semanas" de Daniel para seus sete anos finais e exigindo que um templo seja construído. Sem ele não há nenhuma maneira de eles guardarem a Sua aliança.

Isto foi provado uma vez antes na história durante o cativeiro babilônico.

Quando Nabucodonosor destruiu o Primeiro Templo, Israel deixou de existir. Mas logo que Ciro o Persa derrotou Babilônia e libertou os judeus, eles voltaram para Israel e começaram a construir um Templo antes de qualquer outra coisa. Sem um Templo não há sacrifício pelo pecado, e sem que o sacrifício, os judeus não podem se aproximar de Deus.

Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento se referem a um Templo em Israel no fim dos tempos. A única razão para um Templo é para executar as ordenanças da Antiga Aliança. Mas hoje a construção de um causaria um alvoroço tal que ninguém no seu perfeito juízo consideraria isso.

Apenas uma exigência unificada do povo de Israel acompanhada por uma silenciosa aceitação por seus vizinhos muçulmanos, tornaria a construção de um Templo ao menos imaginável.

A Batalha de Ezequiel tornará possível duas situações: uma nação judaica reavivada com a presença de Deus em sua vida nacional e uma força de ataque muçulmana totalmente derrotada e sem condições de resistir.

Com isso as condições perfeitas finalmente existiriam para começar a construir o Templo. Por estas razões, a Batalha de Ezequiel tem que ocorrer no limiar da 70ª Semana de Daniel.

O Arrebatamento

Agora, por que o Arrebatamento da Igreja deverá se antes da Batalha de Ezequiel?

"Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado." (Rom 11:25)

De acordo com Ezequiel 37:7-10 (Vale de Ossos Secos), Israel renasceria primeiro na incredulidade.

Paulo disse que eles permanecerão parcialmente separados de Deus até que a Igreja gentílica atinja o seu completamento total (número pré-determinado) e chegue ao seu destino.

Nota: A palavra grega πληρωμα(pleroma) traduzida como "plenitude" em Romanos 11:25 era um termo náutico normalmente utilizado para descrever o número total de tripulantes e de carga necessários para cumprir a missão de um navio. A embarcação não poderia navegar até que essa exigência fosse cumprida. A palavra traduzida "entrado" significa chegar a um local designado.

πληρωμα pleroma (Léxico Grego Strong)
1) aquilo que é (tem sido) preenchido
1a) um navio, na medida em que está cheio (i.e. tripulado) com marinheiros, remadores, e soldados
1b) no NT, o corpo dos crentes, que está cheio da presença, poder, ação, riquezas de Deus e de Cristo
2) aquilo que enche ou com o qual algo é preenchido
2a) aquelas coisas com as quais um navio está cheio, bens e mercadorias, marinheiros, remadores, soldados
2b) consumação ou plenitude do tempo
3) plenitude, abundância
4) cumprimento, realização

Então o véu será puxado para trás enquanto e Deus se revelará a eles novamente.

Como vimos acima, Ele usará a Batalha de Ezequiel para começar essa renovação da Antiga Aliança com eles, fazendo, mais tarde, a transição de Israel da Antiga Aliança para a Nova no final da Grande Tribulação.

"Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito." (Zc 12:10).

Lembre-se, se eles não voltassem ao Antigo Concerto primeiro, não seria necessário um Templo. Ele os está retomando de onde pararam.

"E, havendo-se eles calado, tomou Tiago a palavra, dizendo: Homens irmãos, ouvi-me: Simão relatou como primeiramente Deus visitou os gentios, para tomar deles um povo para o seu nome. E com isto concordam as palavras dos profetas; como está escrito. Depois disto voltarei,e reedificarei o tabernáculo de Davi, que está caído, levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo. Para que o restante dos homens busque ao Senhor, e todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas estas coisas, conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as suas obras.'" (Atos 15:13-18)

Isso foi cerca de 20 anos após a cruz.

A polêmica era se os gentios tinham que se tornar judeus antes de se tornarem cristãos. E se não, o que seria de Israel?

Tiago, o irmão do Senhor, explicou aos Apóstolos e outros presentes no Concílio de Jerusalém que Israel estava sendo temporariamente posto de lado enquanto Deus focalizava na Igreja.

Depois de ter tomado esse "povo para o Seu nome" (os cristãos) dentre os gentios, Ele voltaria e reconstruiria Seu Templo.

A palavras grega λαμβανω(lambano) traduzidas por 'tomar' significa 'levar alguma coisa para longe ou remover do seu lugar', então a passagem implica que Ele levaria a Igreja a algum lugar e então voltaria para reconstruir o Templo, restaurar Israel, e dar ao que sobrou da humanidade uma última chance de O buscarem.

λαμβανω lambano (Léxico Grego Strong)
forma prolongada de um verbo primário, que é usado apenas como um substituto em certos tempos
1) pegar
1a) pegar com a mão, agarrar, alguma pessoa ou coisa a fim de usá-la
1a1) pegar algo para ser carregado
1a2) levar sobre si mesmo
1b) pegar a fim de levar
1b1) sem a noção de violência, i.e., remover, levar
1c) pegar o que me pertence, levar para mim, tornar próprio
1c1) reinvindicar, procurar, para si mesmo
1c1a) associar consigo mesmo como companhia, auxiliar
1c2) daquele que quando pega não larga, confiscar, agarrar, apreender
1c3) pegar pelo astúcia (nossa captura, usado de caçadores, pescadores, etc.), lograr alguém pela fraude
1c4) pegar para si mesmo, agarrar, tomar posse de, i.e., apropriar-se
1c5) capturar, alcançar, lutar para obter
1c6) pegar um coisa esperada, coletar, recolher (tributo)
1d) pegar
1d1) admitir, receber
1d2) receber o que é oferecido
1d3) não recusar ou rejeitar
1d4) receber uma pessoa, tornar-se acessível a ela
1d41) tomar em consideração o poder, nível, ou circunstâncias externas de alguém, e tomando estas coisas em conta fazer alguma injustiça ou negligenciar alguma coisa
1e) pegar, escolher, selecionar
1f) iniciar, provar algo, fazer um julgamento de, experimentar
2) receber (o que é dado), ganhar, conseguir, obter, ter de volta

Essas três profecias da Bíblia deixam claro que, à medida que o Fim dos Tempos se aproximar, Deus vai começar a preparar Israel para ser Seu mais uma vez. Mas Ele não estará focado exclusivamente neles até que tenha terminado a construção da Igreja e nos levado ao nosso lugar designado.

"Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também." (João 14:2-3)

Ele não prometeu voltar para estar conosco aqui onde estamos, mas para nos levar para lá, onde Ele está. Depois disso Ele cuidará do reavivamento de Israel e da construção de seu Templo.

Por toda a Escritura, o Senhor parece estar envolvido ou com Israel ou com a Igreja, mas nunca com os dois ao mesmo tempo.

Tiago mostra isso em seu pronunciamento a respeito da Igreja em Atos 15. Todos os líderes da igreja primitiva sabia agora que assim que Deus alcançasse Seus objetivos com a igreja, Ele voltaria para Israel, e esse seria um sinal do fim da Era da Igreja.

Existem dois pontos críticos para lembrar aqui:

1) A Igreja não pôs fim à Era da Lei, mas apenas a interrompeu 7 anos antes da sua conclusão agendada. Esses sete anos, a chamada 70ª Semana de Daniel, têm de ser cumpridos para completar a Antiga Aliança.

2) A Antiga e a Nova Alianças, como praticadas em Israel e na Igreja, são teologicamente incompatíveis e, portanto, as duas só podem ocorrer na Terra, ao mesmo tempo, enquanto Israel estiver fora da aliança. Para que Israel volte para o Senhor, a Igreja tem que sair.

Por esta razão, o renascimento de Israel em 1948 e a reunificação de Jerusalém em 1967 são vistos como os sinais mais importantes de todos de que o Fim dos Tempos está sobre nós.

Além disso, há dois eventos que ainda não colocamos na sequência, e isso porque eles não são fáceis de encaixar ali: As Batalhas do Salmo 83 e de Isaías 17.

Quando Israel vencer as duas batalhas todos os seus inimigos na porta ao lado serão derrotados e eles entrarão em um breve período de paz que preparará o terreno para a Batalha de Ezequiel (Ezequiel 38:11).

Elas são chamados de 'batalhas' em vez de 'guerras', o que significa que serão de curta duração e poderão acontecer dentro de um período relativamente curto de tempo. Elas podem vir antes ou após o Arrebatamento, mas têm que acontecer antes que a Batalha de Ezequiel 38 ocorra.

 

2) O Destino dos Gentios (as Nações), de Israel e a da Igreja

Mesmo os assim chamados peritos interpretam mal a profecia quando não param para considerar a quem o Senhor, ou um de Seus profetas, está se dirigindo. Só porque alguma coisa está nos Evangelhos não significa necessariamente que ela seja para a Igreja, ou estando em Isaías que seja somente para Israel. Conhecer o destinatário de uma profecia é fundamental para entendê-la, e há três possibilidades.

Eu vou te mostrar o que quero dizer.

"Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades." (Efésios 2:15-16)

"Portai-vos de modo que não deis escândalo nem aos judeus, nem aos gregos (gentios), nem à igreja de Deus." (1 Coríntios 10:32)

"Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus." (Gálatas 3:26-28)

Da Criação até a Cruz, a raça humana passou a ser dividida em três grupos distintos.

Desde a Criação havia uma raça de seres humanos, a família do homem, mais tarde chamada de gentios.

Então, em Gênesis 12, Deus chamou Abraão para construir uma grande nação. Ele e seus descendentes foram chamados primeiro de Hebreus (Gênesis 14:13), e mais tarde de judeus (Esdras 4:12).

"Então veio um, que escapara, e o contou a Abrão, o hebreu; ele habitava junto dos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e irmão de Aner; eles eram confederados de Abrão." (Gn 14:13)

"Saiba o rei que os judeus, que subiram de ti, vieram a nós em Jerusalém, e reedificam aquela rebelde e malvada cidade, e vão restaurando os seus muros, e reparando os seus fundamentos." (Ed 4:12)

A partir desse momento, a população mundial era constituída de Judeus ou Gentios.

Mas na cruz, Deus criou a Igreja, tomada dentre os judeus e gentios, mas não compartilhando o destino de nenhum deles.

Agora eram três, e todos na Terra pertencem a de um desses grupos.

Em suas epístolas, Paulo sempre teve o cuidado de distinguir a Igreja dos judeus e gentios, na verdade chamou a Igreja de uma 'nova raça de humanos' (veja os versículos citados por Paulo logo acima).

Destino dos Gentios e Judeus

1) Gentios convertidos antes de Cristo e depois do Arrebatamento

"E aos filhos dos estrangeiros, que se unirem ao SENHOR, para o servirem, e para amarem o nome do SENHOR, e para serem seus servos, todos os que guardarem o sábado, não o profanando, e os que abraçarem a minha aliança, Também os levarei ao meu santo monte, e os alegrarei na minha casa de oração; os seus holocaustos e os seus sacrifícios serão aceitos no meu altar; porque a minha casa será chamada casa de oração para todos os povos. Assim diz o Senhor DEUS, que congrega os dispersos de Israel: Ainda ajuntarei outros aos que já se lhe ajuntaram." (Is 56:6-8)

De acordo com Isaías 56:6-8, os gentios que se converteram ao judaísmo antes da cruz tornaram-se parte de Israel e compartilham o seu destino, contanto que morram na fé de um Redentor vindouro. Já os gentios que encontraram seu Senhor após o arrebatamento, são chamados crentes da tribulação. Ou eles serão martirizados por sua fé, caso em que seus espíritos irão servir a Deus no Seu templo (Apo. 7:13-17) e serão unidos a corpos da ressurreição no tempo da 2ª Vinda (Apo. 20:04), ou sobreviverão à Grande Tribulação para ajudar a repovoar as nações da terra na Era do Reino (Milênio). Os gentios crentes sobreviventes serão as ovelhas no julgamento das ovelhas e das cabras que veremos mais tarde.

2) Situação dos Judeus antes de Cristo

"E, saindo dos sepulcros, depois da ressurreição dele (Jesus), entraram na cidade santa, e apareceram a muitos. E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto, e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus." (Mt 27:52-53)

O versículo acima parece nos mostrar que, assim como alguns judeus ressuscitaram (literalmente, como Lázaro) depois de Cristo, os judeus do passado que morreram na fé de um redentor vindouro antes de Jesus ir à cruz foram levados ao Céu com Ele depois de Sua ressurreição. Eles também vão receber corpos ressurretos na Segunda Vinda:

"E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro.E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno.Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente." (Daniel 12:1-3)

3) Judeus convertidos depois do Arrebatamento

Já os Judeus que receberem Jesus como seu Messias após a igreja desaparecer serão escondidos no deserto da Jordânia (Petra) durante a Grande Tribulação (Apo. 12:14). Os dois grupos irão habitar em Israel durante o Milênio (Ezequiel 43:6-7).

"E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente." (Apo 12:14)

"E ouvi alguém que falava comigo de dentro da casa, e um homem se pôs em pé junto de mim. E disse-me: Filho do homem, este é o lugar do meu trono, e o lugar das plantas dos meus pés, onde habitarei no meio dos filhos de Israel para sempre; e os da casa de Israel não contaminarão mais o meu nome santo, nem eles nem os seus reis, com suas prostituições e com os cadáveres dos seus reis, nos seus altos." (Ez 43:6-7)

3) Judeus e Gentios convertidos a Cristo

É claro que judeus e gentios que entregam seus corações para Jesus durante a era da Igreja tornam-se parte da Igreja e depois do arrebatamento ou ressurreição popularão a Nova Jerusalém (Apo. 21). Muitos de nós fomos ensinados a chamá-la de Céu, mas na verdade é uma entidade separada. (Será explicado melhor no item Milênio).

4) Judeus e Gentios não convertidos a Cristo

Sejam judeus ou gentios, aqueles que não se encaixam em uma das situações acima durante a sua vida serão trazidos de volta à vida para serem julgados no juízo do Grande Trono Branco de Apocalipse 20:11-15. Ele ocorre no fim do Milênio. Naquele tempo, eles serão condenados ao lago de fogo eterno (Apo. 20:14).

Ambas as promessas se realizam: Israel não é a Igreja nem a Igreja é Israel e ambos os grupos são distintos das nações Gentílicas.

  • No Antigo Testamento, Deus prometeu a Israel que voltaria um dia para habitar no meio deles na sua terra para sempre (Ezequiel 43:6-7).
  • No Novo Testamento, Jesus prometeu à Igreja que voltará e nos levará para estar com Ele na casa de Seu Pai (João 14:1-3).

Grande parte da confusão em torno da Profecia do Fim dos Tempos resulta quer da incapacidade de compreender, quer a recusa em aceitar esta verdade.

Por exemplo, muitos cristãos hoje acreditam que a Igreja substituiu Israel no plano de Deus (Teologia da Substituição) e herdou todas as bênçãos de Israel. Israel já não serve a qualquer propósito no mundo, eles pensam, então, quando Deus fala sobre Israel, no Novo Testamento, Ele realmente quer dizer a Igreja. Portanto, eles não compreendem a Doutrina da Eleição, o Sermão do Monte, a Grande Tribulação, e outros ensinos do Novo Testamento que têm a ver com Israel.

Além disso, muitos gentios se sentam nos bancos aos domingos e acham que estão na igreja, embora não tenham nascido de novo. Eles pensam que estão salvos porque tentam viver uma vida boa, ou dar dinheiro, ou pertencer a uma denominação em particular. Eles estão erroneamente convencidos de que as bênçãos da Igreja são deles.

 

3) O Propósito e o Comprimento da Grande Tribulação

"Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela. Porque eu sou contigo, diz o Senhor, para te salvar; porquanto darei fim a todas as nações entre as quais te espalhei; a ti, porém, não darei fim, mas castigar-te-ei com medida, e de todo não te terei por inocente." (Jeremias 30:7,11).

Jesus disse que a Grande Tribulação seria o período de julgamento mais intenso que o mundo já viu, maior do que as guerras mundiais, e ainda maior do que o dilúvio de Noé. Ele disse que se fosse deixado seguir o seu curso, nem um único ser humano sobreviveria. Mas por causa do Seu povo Ele iria interrompê-lo em seu tempo determinado.

"E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias." (Mateus 24:22).

O propósito da Grande Tribulação é duplo.

A explicação está na passagem de Jeremias acima, onde ela é chamada por seu nome do Antigo Testamento, o 'Tempo da Angústia de Jacó'. Deus vai usá-la para destruir completamente as nações entre as quais Seu povo foi espalhado, e para disciplinar Israel, purificando-os para morar com Ele na Terra Prometida. A Igreja, tendo sido purificada na cruz, não requer nem destruição nem disciplina e não tem parte na Grande Tribulação.

"Não importa onde você colocar o Arrebatamento no Cenário Final dos Tempos, se você acredita na obra toda-suficiente do Senhor na cruz, sabe então que a Igreja tem de ser protegida dos julgamentos do Tempo do Fim, não purificada por eles. Se você não acredita que a obra do Senhor foi suficiente, mas que os julgamentos são necessários para terminar o que Ele apenas começou, então você tem problemas muito maiores do que descobrir quando o arrebatamento ocorrerá."

A duração da Grande Tribulação é variadamente dada como 3 anos e meio (Daniel 12:7), 42 meses (Apo. 11:2), ou 1.260 dias (Apo. 12:6).

Se você usar um calendário (judaico) de 12 meses de 30 dias, para um total de 360 ​​dias em um ano, estas três medidas todas acabam por ter o mesmo comprimento.

Alguns comentaristas afirmam que em Mat. 24:22 Jesus disse que este tempo seria interrompido, e a tradução em Inglês parece dar a entender isso, mas tem que ser uma interpretação errada da intenção do Senhor. Digo isso porque, enquanto Daniel 12 foi escrito várias centenas de anos antes de o Senhor falar sobre o assunto, João escreveu o Apocalipse 60 anos depois da ressurreição. Então, sua duração ficou clara no depoimento prestado, tanto antes do tempo do Senhor quanto depois dele. Se Ele disse que a Grande Tribulação vai ser interrompida, então, Ele contradisse tanto Daniel quanto João, algo que a Bíblia não pode fazer. Mais provavelmente a intenção de Mat. 24:22 é explicar que se o Senhor não voltasse para pôr fim à Grande Tribulação na hora marcada, ninguém sobreviveria, mas por causa dos seus eleitos Ele voltará para pôr fim a ela.

As referências aos 3 anos e meio, 42 meses, 1.260 dias nos levam a acreditar que o calendário original da Terra consistia de 12 meses com 30 dias cada e, na verdade, parece que antes de cerca de 700 aC, toda a Terra usava esse calendário. Desde então uma série de calendários diferentes surgiram, aparentemente para compensar as mudanças que ocorreram na órbita da Terra por volta daquele tempo. (O calendário usado pelos países ocidentais (o gregoriano), hoje, tem apenas cerca de 400 anos de idade.)

Além disso, Daniel 9:27 adverte que uma abominação que causa desolação ocorrerá na metade dos últimos sete anos, ou 3 anos e meio do final. Em Mat. 24:21 Jesus identificou este evento como o início oficial da Grande Tribulação. Paulo confirma isso e acrescenta detalhes ao descrever o anticristo no Templo proclamando-se Deus (2 Tes. 2:4). Isso confirma o comprimento da Grande Tribulação como sendo 3 anos e meio.

A 'Abominação Que Causa Desolação' é uma profanação do Templo em particular que aconteceu apenas uma vez na história. Em 168 aC. o rei da Síria, Antíoco Epifânio, capturou o Templo e o converteu em um centro de adoração pagã. Ele ergueu uma estátua de Zeus com a sua própria face sobre ela no Lugar Santo, proclamando-se, assim, ser Deus, e exigiu que os judeus a adorassem sob pena de morte. Foi chamado de 'Abominação que causa Desolação' porque tornou o Templo inadequado para o uso e provocou a revolta de 3 anos e meio dos Macabeus. A recaptura e limpeza do Templo pelos judeus em 165 AC é celebrada na festa de oito dias de Hanukkah.

Para resumir, Daniel falou de uma abominação que causa desolação que marcaria a metade dos últimos sete anos. Um evento chamado de 'Abominação que causa Desolação' em 1º Macabeus ocorreu em 168 AC, mais de 300 anos depois. Mas, 200 anos depois disso, Jesus disse a seus discípulos que o povo de Israel deve ficar atento a uma futura 'Abominação que causa Desolação' e referiu-se à profecia de Daniel ao fazê-lo (Mat. 24.15-21). Ele disse que ela dará início à Grande Tribulação. Paulo também descreveu um evento futuro semelhante ao de 168 AC dizendo que o "Dia do Senhor" não poderia precedê-lo (2 Tes. 2:3-4).

Portanto, a abominação que causa desolação que teve lugar em 168 aC, foi apenas um cumprimento parcial da profecia de Daniel. Jesus se referiu a ela para que as pessoas no fim dos tempos sejam capazes de reconhecer o cumprimento quando eles a virem. Eles vão saber ao olhar para um homem de pé no Templo chamando a si mesmo de Deus e exigindo que sua imagem seja adorada. Jesus disse aos que vivem na Judeia (Israel) que quando o virem fujam para se esconder de imediato, pois a Grande Tribulação terá começado.

4) A finalidade do Arrebatamento

"Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura." (1 Tes. 1:9-10)

A palavra grega traduzida "da" na passagem acima é "apo (απο)". Literalmente, ela significa "manter o sujeito (nós) à distância do tempo, do lugar ou de qualquer relação com o evento em referência", neste caso da ira vindoura. Este versículo é um dos vários que explicam o propósito do arrebatamento da igreja, e ele é para nos colocar em segurança fora do caminho antes de Deus visitar a sua ira sobre a Terra.

απο – apo (Léxico Grego Strong)
partícula primária; preposição
1) de separação
1a) de separação local, depois de verbos de movimento de um lugar i.e. de partir, de fugir
1b) de separação de uma parte do todo
1b1) quando de um todo alguma parte é tomada
1c) de qualquer tipo de separação de uma coisa de outra pelo qual a união ou comunhão dos dois é destruída
1d) de um estado de separação. Distância
1d1) física, de distância de lugar
1d2) tempo, de distância de tempo
2) de origem
2a) do lugar de onde algo está, vem, acontece, é tomado
2b) de origem de uma causa

Quando é que a ira de Deus vem?

"E os reis da terra, e os grandes, e os ricos, e os tribunos, e os poderosos, e todo o servo, e todo o livre, se esconderam nas cavernas e nas rochas das montanhas; e diziam aos montes e aos rochedos: "Caí sobre nós, e escondei-nos do rosto daquele que está assentado sobre o trono, e da ira do Cordeiro; porque é vindo o grande dia da sua ira; e quem poderá subsistir?" (Apo. 6:15-17)

Depois de Apocalipse 3 a Igreja não é vista novamente na Terra até que voltamos com o Senhor em Apocalipse 21:2, conforme previsto em Apocalipse 17:14.

"E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido." (Apo 21:2)

"Estes combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis. (Apo 17:14)"

Em Apocalipse 4, João vê uma porta aberta no céu e é dito para ele "Venha até aqui!" Imediatamente ele se encontra no espírito, em pé diante do trono de Deus no final dos tempos. Ele foi transportado para o tempo do arrebatamento.  Lá ele vê os 24 anciãos, assentados em seu próprios tronos ao redor do trono de Deus. Eles estão todos vestidos de branco, com coroas de ouro em suas cabeças. Eles se curvam diante do Senhor e colocam as suas coroas aos seus pés dando-Lhe honra e glória.

No capítulo 5 eles (os Anciãos) chamam a si mesmos de Reis e Sacerdotes enquanto cantam louvores a Deus. Por seus títulos, roupas, coroas, tronos, e atividades eles representam a Igreja recém-arrebatada.

Há quatro visualizações do Trono de Deus no Antigo Testamento:

Isaías 6:1-4 e Ezequiel 1 e 10 que não incluem esses 24 anciãos; a de Daniel 7:9-10, uma visão do fim dos tempos, sugere vários tronos, mas não oferece nenhum detalhe.

Porém o livro do Apocalipse os 24 anciãos são mencionadas 12 vezes. Algum grupo chegou no Céu que não estava lá nos tempos do Antigo Testamento, e 12 é o número de governo. É a Igreja que vem para governar e reinar com Cristo.

Assim, a Igreja é arrebatada no capítulo 4; é apresentada no céu no capítulo 5 e no capítulo 6 a Ira de Deus é derramada na Terra.

A primeira carta de Paulo aos Tessalonicenses foi escrita em 51 dC e contem a primeira menção clara de um arrebatamento jamais dada. Nem Jesus nem os discípulos jamais o ensinaram. Sua existência foi mantida em segredo até então, assim como seu tempo exato é segredo até hoje.

Muitos dos erros cometidos sobre o momento do arrebatamento vêm de tentativas fúteis de encontrar passagens do Evangelho que o ensinem, como veremos no tópico 'Segunda Vinda'.

Achamos que o Arrebatamento talvez seja o componente mais importante da Profecia do Final dos Tempos, e para nós ele é.

Então, por que Jesus nunca o mencionou?

1 Coríntios 2:6-10 nos dá a resposta. "

Todavia falamos sabedoria entre os perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas, como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,e não subiram ao coração do homem, são as que Deus preparou para os que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus."

A frase "príncipes deste mundo" refere-se a Satanás e companhia. Se eles tivessem conhecido a abundância impressionante de bênçãos que o Senhor derramará sobre aqueles que aceitam a Sua morte como pagamento pelos seus pecados, eles teriam feito tudo ao seu alcance para impedir que O crucificassem. Pense nisso. Somos chamados Reis e Sacerdotes, recebendo riqueza e influência incalculáveis, feitos herdeiros com Cristo dos bens de Deus, algo que Satanás nunca poderia alcançar e nunca poderíamos merecer, e é tudo nosso só porque acreditamos. Esta constatação veio a Satanás depois que já era tarde demais para impedi-lo e transformou o que deveria ter sido sua maior vitória em uma derrota agonizante.

"E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo." (Colossenses 2:15)

Mas como tudo no plano de Deus, você vai encontrar pistas do Arrebatamento mesmo no Antigo Testamento. Veja esta passagem de Isaías 26:19-21:

"Os teus mortos e também o meu cadáver (o de Isaías) viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos."

Observe como os pronomes mudam da segunda pessoa quando Deus fala de Seu povo para terceira pessoa quando Ele fala do povo da Terra. Isso significa que os dois grupos são diferentes. A um é dito para esconder porque o outro vai ser punido.

Nota: a palavra hebraica traduzida como "vai" na frase "Vai povo meu" é traduzida como "vem" em algumas traduções, lembrando o comando a João em Apocalipse 4, "Sobe aqui!" Mas a palavra tem um outro significado primário e é o meu favorito. Significa desaparecer. "Desapareça, pavo meu!" Sim, nós vamos.

Léxico Hebraico Strong:
ילך yalak – palavra 'Vai" usada em Isaías 19:20
1) ir, andar, vir
1a1) ir, andar, vir, partir, prosseguir, mover, ir embora
1a2) morrer, viver, maneira de viver (fig.)
1b) guiar, trazer, levar embora, carregar, fazer andar
כחד kachad – Palavra Desaparecer com o sentido de se Esconder (Não foi essa a palavra usada no texto de Isaías, o autor quis demonstrar que a palavra "Esconder" em Hebraico pode ter outro significado)
1) esconder, ocultar, cortar fora, derrubar, tornar desolado, chutar
1a1) ser escondido
1a2) ser apagado, ser destruído, ser eliminado
1b) (Piel) cobrir, esconder
1c1) esconder
1c2) desaparecer, aniquilar

Agora leia duas das revelações mais conhecidas de Paulo sobre o Arrebatamento.

"Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor." (1 Tes. 4:15-17)

"MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas." (1 Tes. 5:1-5)

"Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tes. 5:9)

Aqui está outra mudança dos pronomes.

Usando a terceira pessoa, Paulo descreve incrédulos pegos de surpresa, pensando que haviam entrado em um período de paz enquanto a destruição repentinamente chove sobre eles, cortando toda a esperança de escapar. Em seguida, Paulo muda para a segunda pessoa, dizendo que os crentes não devem ser pegos de surpresa enquanto o fim se aproxima, e, finalmente, para a primeira pessoa quanto ele nos inclui com ele, não estando destinados à ira.

Agora observe cuidadosamente enquanto colocamos os escritos de Isaías sobre os de Paulo.

"Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos." (Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.)

"Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira." (Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares.)

"Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniquidade." (Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.)

Embora a Bíblia contenha 66 livros e 40 escritores envolvidos, há um só Autor e a Sua mensagem é consistente desde Gênesis até o Apocalipse.

Foi assim que Paulo pode abrir sua passagem sobre o arrebatamento, dizendo: "… pela palavra do Senhor …". O Senhor nunca mencionou o arrebatamento nos Evangelhos. Paulo com certeza havia lido Isaías.

Além dessas, existem várias outras passagens onde nosso Senhor promete proteger-nos dos juízos vindouros.

Muitas pessoas dizem que a palavra arrebatamento não aparece em nenhuma dessas passagens.  Elas sabem que 'Arrebatamento' é uma palavra de origem latina, não hebraica ou grega, as línguas da Bíblia.

Nota: A primeira tradução da Bíblia foi para o latim (Vulgata) e o termo arrebatamento vem de lá.

A palavra Arrebatamento tem seu equivalente em grego como harpazo, que se encontra no texto grego de 1 Tes. 4:15-17. Quando traduzidas para o Português, ambas as palavras significam "ser apanhado, ou arrebatado." Há uma situação semelhante com a palavra Lúcifer, também de origem latina. Ela também não aparece em nenhum dos textos originais, mas ninguém seria ingênuo o suficiente para negar a existência de Satanás em uma base tão débil.

αρπαζω harpazo
1) pegar, levar pela força, arrebatar
2) agarrar, reivindicar para si mesmo ansiosamente
3) arrebatar

 

5) Condições Que Envolvem a 2ª Vinda

Uns dois dias antes de ser preso, Jesus teve uma conversa privada com quatro de seus discípulos, Seu círculo íntimo. Eles eram Pedro e André, Tiago e João, dois pares de irmãos. O objetivo da conversa era responder a perguntas que eles Lhe havia feito sobre a 2ª Vinda e do Fim dos Tempos. Eles ficaram confusos porque, segundo a profecia de Daniel 9:24-27 esses eventos estavam a apenas sete anos de distância e, ainda assim, Jesus tinha acabado de dizer-lhes que o Templo e todos os edifícios circundantes seriam demolidos tão completamente que nem uma pedra seria deixada de pé sobre a outra. Ele havia dito à multidão a mesma coisa no chamado Domingo de Ramos e disse que isso iria acontecer porque a nação não tinha reconhecido o tempo de Sua vinda para eles.

"E te derrubarão, a ti e aos teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação." (Lc 19:44).

Sua resposta às perguntas dos discípulos está contida em Mat. 24-25, Marcos 13 e Lucas 21.

Os teólogos a chamam de Sermão do Monte porque a conversa teve lugar no Monte das Oliveiras. Para este estudo, apenas vamos resumi-lo, concentrando-nos nas peças que nos ajudam a identificar o que o Senhor tem a dizer sobre as condições em torno da 2ª Vinda.

No relato de Mateus, o mais detalhado, Jesus incluiu diversas referências geográficas e de tempo específicas na sua resposta. Ele fez isso para que seus leitores não se confundam sobre quem e quando Ele estava falando. Ele nos comandou a compreender a passagem de Mat. 24:15, Ele queria ter certeza de que entendemos direito. Vamos usar essas referências para obter uma clara compreensão de Seu público alvo e do calendário de eventos.

"Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda;" (Mt 24:15)

A resposta às suas perguntas começa em Mat. 24:4 com uma visão geral.

Ele disse que falsos messias iriam enganar a muitos e que haveriam guerras e rumores de guerra, mas isso não estaria sinalizando o fim. Ele os caracterizou, juntamente com fomes e terremotos em vários lugares, como o princípio das dores. Dores de parto dizem a uma gestante que o trabalho de parto está chegando, mas não dizem exatamente quando ele vai ocorrer. É o mesmo com esses sinais.

Ele disse que eles (os judeus) serão perseguidos e condenados à morte e odiados por todas as nações, fazendo com que muitos se afastem da fé e até mesmo traiam uns aos outros, mas aqueles que permanecerem firmes até o fim serão salvos. Então Ele terminou Seu resumo em Mat. 24:14, dizendo que o evangelho seria pregado em todas as nações e, em seguida, viria o fim.

De acordo com Apo. 14:6-7, essa profecia será cumprida por um anjo logo após a Grande Tribulação começar:  "E vi outro anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo. Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque é vinda a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar, e as fontes das águas."

"Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, atenda; então, os que estiverem na Judeia, fujam para os montes." (Mateus 24:15-16)

Esses dois versos nos dão as primeiras pistas específicas quanto ao público pretendido e quanto ao tempo da Sua resposta.

O Lugar Santo é o Templo judaico e, como aprendemos na Parte 2, a abominação que causa desolação é uma profanação específica que o torna impróprio para uso posterior.

O último Templo existente em Israel foi destruído em 70 dC, antes que essa profecia pudesse ser cumprida. A própria nação deixou de existir cerca de 135 dC e não reapareceu até 1948. Mas, como ainda não há Templo ali, a profecia ainda está por se cumprir.

Também é direcionada para aqueles que estão na Judeia, o nome bíblico para Israel. O Senhor estava advertindo as pessoas em Israel que estarão vivas quando um Templo estiver sendo construído lá para vigiarem por isso e, quando o virem, fugirem imediatamente.

"E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver." (Mateus 24:20-21)

As montanhas da Judeia são traiçoeiras no inverno, e os judeus são proibidos pela Lei de andar mais de mil passos no sábado, por qualquer motivo. Isso confirma que o aviso destina-se ao povo de Israel dos últimos dias, de volta em seu relacionamento da Antiga Aliança, no início da Grande Tribulação, 3 anos e meio antes da Segunda Vinda. A Igreja já terá ido embora.

Então, em Mateus 24:29 Ele disse que "logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas." Quando virem esses sinais eles saberão que a Grande Tribulação terminou.

Mat. 24:30 mostra as pessoas na Terra vendo o Sinal do Filho do Homem no céu, e depois seu retorno visível para a Terra com poder e grande glória. Isso fará com que todos os povos da Terra lamentem. Agora é tarde demais para que eles sejam salvos e eles percebem isso intuitivamente. Essa é a Segunda Vinda do Senhor.

"Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória."

Mat. 24:36 começa com "… daquele dia e hora ninguém sabe …" Que dia? Que hora? De acordo com Mat. 24:37 e 39 é o dia e a hora da Segunda Vinda.

Lembre-se de ficar no contexto. Esse foi o assunto de Jesus desde o versículo 30.

Acredito que a razão de Ele dizer: "dia e hora" foi para que soubéssemos com certeza que Ele estava falando sobre o dia e hora exatos de Sua Vinda, e não o tempo geral. O momento específico da 2ª Vinda está envolto em mistério. Nada menos que quatro vezes dentro de um período de 27 versos Jesus disse que o povo vivo na Terra no momento, não saberá com antecedência o dia e a hora da sua vinda (Mat. 24:36, 42-44, 50, Mat. 25:13). Na verdade a única vez que Ele usou a frase dia e hora foi em conjunto com Sua 2ª Vinda.

Isso dá suporte à ideia de que a Segunda Vinda ocorrerá, provavelmente, na Festa das Trombetas. Ela era chamada de a festa onde ninguém sabe o dia nem a hora porque acontecia em uma lua nova, que é muito difícil de ver no céu noturno. Acrescente a isso o fato de que imediatamente após a Grande Tribulação a Lua vai ficar inteiramente escura (Mateus 24:29) e se torna uma tarefa difícil, quase impossível.

Mat. 25 começa com a frase "Então, …" ou "Naquele tempo,…", que é o momento imediatamente após a 2ª Vinda, e contém três ilustrações que o Senhor usou para descrever julgamentos que Ele vai realizar depois que retornar. Eu vou apenas destacar o que elas revelam sobre a identidade de seus destinatários.

A Parábola das 10 Virgens

A primeira é a Parábola das 10 Virgens (Mateus 25:1-13). É uma história a cerca de 10 mulheres jovens à espera de um noivo que virá. Todas têm lâmpadas a óleo, mas por terem esperado um longo tempo, cinco ficam sem óleo e estão tentando comprar mais quando ele chega. Não tendo óleo elas são impedidas de entrar para o banquete do casamento. Esta parábola é por vezes utilizada para ilustrar a situação precária de "apóstatas" na Igreja, mas mesmo se você desconsiderar o problema com o tempo quase tudo nessa interpretação é errado.

Primeiro, se o óleo está sendo usado simbolicamente aqui, como eu acredito que está, então o princípio da consistência expositiva exige que ele represente o Espírito Santo. Este princípio diz que quando as coisas são usadas simbolicamente na Bíblia, o uso simbólico é consistente. Por exemplo levedura (fermento) sempre simboliza o pecado, e óleo sempre simboliza o Espírito Santo. A Igreja pode perder o Espírito Santo, ou esgotar o Seu estoque? Efésios 1:13 e 2 Coríntios 1:21-22 ambos dizem que o Espírito Santo foi selado dentro de nós como uma garantia da nossa herança, e que isso aconteceu apenas porque acreditamos na mensagem do Evangelho. Não há nada que alguém em qualquer lugar possa fazer para mudar isso.

Mas essa garantia não é indicada para os crentes da Tribulação. Na verdade Apo. 16:15 especificamente adverte-os a permanecerem acordados e manterem sua justiça, simbolizada por manter suas roupas com eles. (A roupa é frequentemente usada para representar a justiça, como em Isaías 61:10).

Apo. 16:15 implica que os crentes da Tribulação são responsáveis ​​por permanecerem firmes em sua fé para não perderem a sua salvação. Mat. 25:8 concorda, dizendo-nos que todas as 10 virgens tinham óleo em suas lâmpadas no início, mas as cinco tolas não tinham o suficiente para levá-las até o fim. Lembre-se, todas as 10 virgens são pegas dormindo quando Ele volta. É o óleo que distingue um grupo do outro, e não seu comportamento.

Em segundo lugar, essas 10 mulheres são chamadas virgens ou damas de honra, mas nunca de Noiva. Por outro lado, a Igreja é a Noiva, e nunca é chamada de dama de honra! E quando você já ouviu falar de uma noiva ter que implorar com o noivo para ser admitida em seu próprio banquete de casamento?

Terceiro, parece que essas jovens estão tentando entrar no Mitzvah Seudas (festa de casamento) um banquete que sucede a cerimônia de casamento. Se assim for, nenhuma delas conseguiu chegar à cerimônia de casamento propriamente dita, com ou sem óleo, então nenhuma delas pode ser a noiva. Na verdade não há menção da noiva em qualquer lugar desta parábola.

Logo presumimos que estas virgens não podem ser a Igreja. Eles representam os sobreviventes da Tribulação tentando entrar no Reino Milenar. Cinco foram salvas no tempo entre o arrebatamento e o fim da Grande Tribulação (representado pelo óleo), mantiveram-se firmes, e são bem-vindas a entrar. As cinco sem óleo quando ele chegou não permaneceram firmes e perderam seu lugar.

Esta parábola ensina que a volta do Senhor sinaliza o prazo após o qual até mesmo o pedido para ser salvo e receber o Espírito Santo será negado. A porta para o Reino será fechada e o Senhor irá negar conhecer quem chegou tarde demais.

A Parábola dos Talentos

Em Mateus 25:14, no início da parábola dos talentos, a palavra "também" significa que ele está dando uma outra ilustração do mesmo período de tempo como a parábola das 10 virgens, o dia da Sua Vinda.

Embora o uso do talento como um dom ou habilidade deriva desta parábola, um talento era uma unidade de medida grega, geralmente monetária. A chave para interpretar uma parábola é saber que tudo é simbólico de uma outra coisa, por isso, nesta parábola um talento representa algo valioso para o Senhor que ele desejava ter investido em Seu nome. Após Seu retorno, Ele pergunta àqueles a quem ele o tinha confiado que o que eles haviam realizado.

Aqueles que ensinam que os talentos são dons concedidos à Igreja para serem usados com sabedoria, produzindo um retorno mensurável, não leram o último verso da parábola. O servo que enterrou seu talento no chão e não produziu nada com ele foi jogado nas trevas exteriores, o destino dos incrédulos. Estará o Senhor ensinando uma salvação com base nas obras aqui? Nos ameaçando com a perda da nossa salvação se não produzirmos o suficiente com os dons que Ele nos deu? Claro que não.

Lendo a Bíblia, fica claro que o dinheiro não é importante para o Senhor. Mas o Salmo 138:2 diz que Ele valoriza a Sua Palavra acima de tudo. Acredito que os talentos representam a Sua Palavra. Aqueles que a semeiam nos corações de outros descobrem que ela se multiplica em novos crentes. Aqueles que a estudam descobrem que a sua própria compreensão cresce, multiplicando a sua fé.

Mas aqueles que ignoram a Sua Palavra descobrem que é como enterrá-la no chão. Longe da vista, longe do coração, até o pouco com que começaram está perdido para eles. Isso prova que ela nunca teve qualquer valor para eles e os condena como incrédulos, a serem lançados nas trevas exteriores. Eles ouviram a verdade e a ignoraram. Agora é tarde demais. Em 2 Tes. 2:10 Paulo os descreve como aqueles que perecem, porque eles se recusaram a amar a verdade para serem salvos. Alguns vão arcar com a responsabilidade maior de terem levado seus seguidores a se desviarem por sua recusa em ensinar a verdade.

Em Sua Palavra, o Senhor estabeleceu cada ação que Ele tomaria sobre seu plano para o Planeta Terra. "Certamente o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem ter revelado o seu segredo aos seus servos, os profetas", disse Ele (Amós 3:7). Ele fez isso para que o homem nunca tivesse que ficar imaginando o que Ele estava fazendo. E sobre o Fim dos Tempos Ele tinha mais a dizer do que sobre qualquer outro assunto. Ninguém pode alegar ignorância. Mais uma vez o ponto é que alguns que sobreviverem à Grande Tribulação serão recebidos no Reino e alguns não, e a fé é o fator determinante.

O Julgamento das Ovelhas e dos Bodes

Mat. 25:31 não deixa dúvidas quanto ao seu tempo. Ele começa "Quando o Filho do Homem vier …" e segue falando sobre o Senhor estabelecendo o seu trono na Terra, depois de Seu retorno para o julgamento das nações, na verdade, um juízo dos gentios sobreviventes da tribulação. O Senhor não julga as nações no sentido eterno, apenas indivíduos. A palavra grega aqui é ethnos, e significa "povo de todo tipo." Eles vão ser julgados pelo modo como trataram "Seus irmãos" durante a Grande Tribulação. É chamado de Julgamento das Ovelhas e dos Bodes, com as ovelhas sendo aqueles que ajudaram seus irmãos através dos tempos horríveis que acabaram de passar e cabras sendo aqueles que não o fizeram.

Alguns dizem que seus irmãos são crentes, sejam judeus ou gentios, e outros dizem que eles são especificamente judeus, mas o ponto mais importante é que esses sobreviventes da Tribulação não estão sendo julgados por suas obras. Suas obras estão sendo citadas como prova de sua fé, como em Tiago 2:18. Ajudar a um crente, especialmente um judeu, durante a Grande Tribulação requererá ainda mais coragem do que na Alemanha de Hitler e, de acordo com alguns, será uma ofensa punível com a morte. Apenas um seguidor de Jesus, certo de seu destino eterno, se atreveria a fazê-lo ou mesmo a querê-lo. Aqueles que ajudaram a "Seus irmãos" terão demonstrado a sua fé por suas obras e serão conduzidos vivos ao Reino. Aqueles que se recusaram a ajudar terão condenado a si mesmos à escuridão por esta prova da sua falta de fé.

Todos as três ilustrações ensinam a mesma lição.

Os sobreviventes crentes viverão no Reino. Alguns terão confiado exclusivamente no dom da fé do Espírito Santo, como na Parábola das 10 Virgens. Outros terão multiplicado sua fé através do estudo e partilha da Sua Palavra, como na Parábola dos Talentos. Outros ainda terão colocado a sua fé em ação, arriscando suas vidas no negócio. Eles são as ovelhas do Julgamento das Ovelhas e dos Bodes. Mas, tal como tem sido ao longo da história, todos serão salvos pela fé.

Onde está o Arrebatamento?

O Julgamento das Ovelhas e dos Bodes é, na verdade, uma expansão de Mat. 24:40-41 "será levado um, e deixado o outro…"

Por causa do problema de tempo, estes versos não podem estar descrevendo o Arrebatamento. Mas há mais. A palavra grega traduzida 'tomado' nos versículos 40 e 41 significa "recebido." Capitães escolhendo os lados em um jogo de futebol de areia apontam para alguém e dizem: "Vou levá-lo." Significa, "Venha até aqui. Você está no meu time." Nenhum problema até agora, o Senhor está levando alguns, mas não outros.

παραλαμβνω paralambano
1) tomar a, levar consigo, associá-lo consigo
1a) um associado, companheiro
1b) metáf.
1b1) aceitar ou reconhecer que alguém é tal como ele professa ser
1b2) não rejeitar, não recusar obediência
2) receber algo transmitido
2a) ofício a ser cumprido ou desempenhádo
2b) receber com a mente
2b1) por transmissão oral: dos autores de quem a tradição procede
2b2) pela narração a outros, pela instrução de mestres (usado para discípulos)

Mas o significado primário da palavra traduzida 'deixado' é "mandar embora", como um marido se divorciando iria "mandar embora" sua esposa. Naqueles dias, mulheres não tinham direitos e, exceto em circunstâncias muito incomuns, nem propriedade. A casa do casal era propriedade do marido, geralmente construída em terras de sua família. Se ele se divorciou de sua esposa, mandou-a ir morar em outro lugar, excluindo-a de sua presença. Incrédulos não serão mandado embora desta maneira no arrebatamento. Eles serão deixados no lugar em que estão para suportar os julgamentos.

αφιημι aphiemi
1) enviar para outro lugar
1a) mandar ir embora ou partir
1a1) de um marido que divorcia sua esposa
1b) enviar, deixar, expelir
1c) deixar ir, abandonar, não interferir
1c1) negligenciar
1c2) deixar, não discutir agora, (um tópico)
1c2a) de professores, escritores e oradores
1c3) omitir, negligenciar
1d) deixar ir, deixar de lado uma dívida, perdoar, remitir
1e) desistir, não guardar mais
2) permitir, deixar, não interferir, dar uma coisa para uma pessoa
3) partir, deixar alguém
3a) a fim de ir para outro lugar
3b) deixar alguém
3c) deixar alguém e abandoná-lo aos seus próprios anseios de modo que todas as reivindicações são abandonadas
3d) desertar sem razão
3e) partir deixando algo para trás
3f) deixar alguém ao não tomá-lo como companheiro
3g) deixar ao falecer, ficar atrás de alguém
3h) partir de modo que o que é deixado para trás possa ficar,
3i) abandonar, deixar destituído

Esta passagem não está descrevendo o Arrebatamento.

O momento, o contexto, e a disposição das partes estão todos errados. É um resumo do Julgamento das Ovelhas e dos Bodes. Os levados (recebidos) viverão no Reino em seus corpos naturais e ajudarão a repovoar a Terra, enquanto os deixados (mandados embora) serão colocados nas Trevas Exteriores, para sempre banidos da presença de Deus.

E, como foi nos dias de Noé, assim será também a vinda do Filho do homem. (Mateus 24:37). Nos dias de Noé as pessoas da Terra poderiam ser separadas em três grupos. Havia os descrentes que pereceram no dilúvio, Noé e sua família, que foram preservados através do Dilúvio, e Enoque que foi levado da Terra antes do Dilúvio. (Enoque foi trasladado em Gênesis 5. Isso significa que Deus o levou vivo para o céu. O Dilúvio veio em Gênesis 6.)

No tempo da 2ª Vinda, o povo da terra também se dividirá em três grupos. O mundo incrédulo irá perecer nos juízos dos Tempos do Fim, Israel será preservado através dos julgamentos, e A Igreja será tomada da Terra antes dos julgamentos.

Há algumas semelhanças interessantes entre Enoque e a Igreja. Seu nome significa "ensino", uma das principais funções da Igreja. A tradição judaica diz que Enoque nasceu no dia 6 de Sivan. 6 de Sivan é o dia no calendário hebraico em que a Festa de Pentecostes é celebrada. É o dia em que nasceu a Igreja. Eu acho que Enoque é um bom modelo da Igreja.

Na 2ª Vinda a porta para a salvação será fechada. Os sobreviventes da Terra serão julgados e os que se tornaram fiéis serão recebidos no Reino. Os incrédulos serão levados para fora do planeta, privados da presença do Senhor para sempre. Eles queriam o Senhor fora de suas vidas, e agora eles conseguirão o que queriam.

6) A Duração e Objetivo do Milênio

Como a palavra Arrebatamento e Lucifer, Milênio é uma palavra de origem latina e não aparece em qualquer lugar nas Escrituras. Nós a obtemos de duas palavras latinas, mille, ou 1000, e annum, ou ano, a partir da tradução latina de Apo. 20:06. Mille annum, milênio, o reino de 1000 anos do Senhor na Terra, é conhecido por Israel como a Era do Reino. É o sétimo e último milênio da Idade do Homem, que começou com o nascimento de Adão. É muitas vezes confundido com a eternidade, mas, como vimos anteriormente, os dois são distintos. Um Milênio é, obviamente, um período definido de tempo, enquanto por definição Eternidade é a ausência do tempo como nós o conhecemos.

O Milênio Na Terra

Durante o Milênio, o Senhor será Rei do Céu e da Terra, a Terra sendo restaurada à condição em que estava quando Adão foi criado. Isto incluirá a restauração da paz entre o homem e os animais, trazendo de volta o Meio-Ambiente, como o de um jardim, original da Terra, com o seu clima sub-tropical de extensão mundial, eliminando o mau tempo, as tempestades assassinas, os terremotos e os extremos de calor e frio. A extensão da vida do homem começará a aumentar novamente para igual à dos patriarcas de Gênesis. Doenças e enfermidades, os subprodutos do pecado, serão bastante reduzidas. Parece que a população da Terra será sustentada pelo retorno a uma economia agrária, mas sem todos os obstáculos enfrentados por Adão, quando a maldição de Gênesis 3 for finalmente removida. O homem facilmente produzirá o suficiente para o uso de sua família, e terá prazer em fazê-lo. Nenhum trabalho será improdutivo, ou principalmente para o benefício dos outros. As crianças vão crescer sem medo e os adultos vão envelhecer em paz. (Um resumo de Isaías 2:1-5, 4:2-6, 35, 41:18-20, 60:10-22,65:17-25, Miqueias 4:1-8)

Como a Terra voltará a ser povoada em sua maioria por sobreviventes da Tribulação em seus corpos naturais, ainda haverá pecado, embora em menor grau, especialmente no começo. No chamado Templo Milenar em Israel, os sacerdotes irão realizar sacrifícios diários pelo pecado, assim como nos dias do Antigo Testamento. Mas, enquanto os crentes do Velho Testamento observavam os sacrifícios do Templo para aprender o que o Messias faria um dia fazer por eles, os crentes Milenares irão observá-los para lembrar, e para seus filhos aprenderem, o que Ele já fez. (Eze. 40-47)

O Senhor reinará supremo sobre a Terra como Rei e Sumo Sacerdote, o cabeça tanto do governo mundial como de uma religião mundial. Ele não admitirá ameaças à sua paz estabelecida, nem qualquer desvio da Sua doutrina. (Salmo 2)

No início, apenas os crentes habitarão a Terra, desfrutando do ambiente verdadeiramente utópico com que a humanidade sempre sonhou, mas que somente Deus pode criar. Eles irão em breve começar a ter filhos que, à medida que amadurecerem, terão que optar por receber o perdão do Senhor, assim como nós temos. E como acontece hoje, alguns irão rejeitá-Lo para seguir seu próprio caminho. No momento em que Satanás for libertado no final do Milênio, haverá tantos que já rejeitaram o Senhor que ele vai encontrar rapidamente um enorme exército de recrutas para a sua última tentativa de expulsar o Senhor para fora do planeta.

Mas com o fogo do céu o Senhor destruirá o exército de Satanás, lançando-o no Lago de Fogo, onde será atormentado de dia e de noite para sempre. Nunca mais ele ou qualquer de seus cúmplices será livre para afligir o povo de Deus. (Apo. 20:7-10)

Como isso aconteceu?

O que começou como uma era de paz e prosperidade inimaginável, terá terminado em guerra aberta contra o mesmo Rei que a tornou possível. Como pode ser isso?

Antes do Milênio, o homem tinha três desculpas para sua incapacidade de agradar a Deus. A primeira era Satanás, cujos esquemas inteligentes levaram o homem ao erro. Mas durante todo o Milênio, Satanás estará preso na escuridão.

a segundo era a má influência dos incrédulos. Mas quando o Milênio começar, a Terra terá sido purificada de todos os seus infiéis. Somente àqueles que haviam dado o seu coração ao Senhor será permitida a entrada no Reino.

E a terceira era a ausência de Deus do nosso meio. Por 2.600 anos, com exceção de um período de 33 anos, Deus tem estado ausente do planeta deixando o homem "cuidar de si mesmo." Mas durante todo o Milênio, o Pai, o Filho e o Espírito Santo terão habitado no meio das pessoas da Terra.

No Milênio, os habitantes da Terra viverão nas circunstâncias ideais que Adão e Eva desfrutavam no Jardim do Éden. A maldição terá desaparecido e o Senhor estará lá entre eles, todo o mundo é crente e Satanás estará preso. E, no entanto, há pecado residual suficiente no coração do homem não regenerado para que ele se rebele na primeira chance que tiver. O homem pecador não pode habitar na presença de um Deus Santo, sendo incapaz de guardar Seus mandamentos. Ele precisa de um Salvador e Redentor para reconciliá-lo com Deus e de um transplante de coração para curá-lo de sua natureza pecaminosa. O ponto inteiro do Milênio é provar, de uma vez por todas, que o coração do homem é enganoso acima de todas as coisas e além da cura (Jer. 17:9) o que torna impossível para ele viver em uma maneira que agrada a Deus.

O Milênio Na Nova Jerusalém

A vida é muito diferente no Lar da Igreja Redimida. Embora os reis da Terra tragam-nos o seu esplendor, nenhum incrédulo jamais poderá colocar os pés no lugar, nem mesmo um crente em seu estado natural. Nossas mansões no céu são construídas do mais puro ouro, como são as ruas que correm diante delas, suas fundações feitas de pedras preciosas. Não há Templo na Nova Jerusalém, porque o Cordeiro de Deus habita lá e é o nosso templo. A fonte de energia que nos ilumina e aquece é a Glória de Deus, e o nosso brilho, por sua vez, fornece luz para as nações da Terra. (Apo. 21:9-27)

Nossos corpos glorificados terão sido libertados de seus grilhões dimensionais, o que nos permitirá aparecer e desaparecer à vontade, indo e vindo ao longo do tempo na velocidade do pensamento enquanto sondamos as ilimitadas delícias da Criação de Deus. Nenhum detalhe foi esquecido, no que se refere ao nosso conforto e felicidade. Não há mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor, apenas as alegrias infinitas da exploração e da descoberta. Como está escrito: "Nenhum olho viu, nem ouvido ouviu, mente nenhuma imaginou o que Deus preparou para aqueles que o amam." (1 Cor 2:9).

Nossa casa não é na Terra, mas não é no Trono de Deus também. Descendo dos céus, mas nunca pousando na Terra, nossa casa poderia ser chamado de um satélite de órbita baixa na terminologia de hoje. 2250 Km de altura, largura e profundidade, ela não caberia em Israel, muito menos em Jerusalém. Se pousássemos na Terra precisamos de um espaço equivalente à área do estado do Maine até a Flórida e até o Centro-Oeste, ou toda a Europa Ocidental da Suécia até a Itália, e a Nova Jerusalém será mais de 4000 vezes mais alta que o mais alto edifício do mundo. Quase 2/3 do tamanho da Lua, ela simplesmente não caberá em qualquer lugar na Terra.

A Igreja tem sido descrita como a Pérola de Grande Valor. Uma pérola é criada no oceano e cresce como resposta a uma irritação. É a única gema preciosa que vem de um organismo vivo. Na época da colheita, ela é removida de seu habitat natural para ser colocada em uma ambiente personalizado onde se torna um objeto de adorno.

E assim é com a Igreja. Criada dentre as nações gentílicas, a Igreja foi um importante incômodo tanto para Israel quanto para o Império Romano. Apesar de centenas de anos de perseguição terem sido dedicados à nossa destruição, ela cresceu de forma constante. Na colheita seremos levados da Terra para ser colocados em mansões que o Senhor construiu especialmente para nós, para nos tornarmos o objeto de Seu adorno.

7) A Eternidade

Eu não posso dizer muito sobre a Eternidade, exceto que há uma. A Bíblia termina no final do Milênio, mas nos ensina que cada um que já nasceu vive para sempre. A questão não é se você tem a vida eterna. A questão é onde você vai passar a eternidade. Existem apenas dois destinos possíveis e nós descrevemos a ambos. Bem-aventurança eterna na presença de Deus, ou vergonha eterna e castigo, banidos da presença de Deus. Enquanto Deus é paciente, não querendo que nenhum se perca, não é uma decisão que Ele tenha que tomar. Ele a deu a você sabendo que, sem alternativa, a sua escolha de aceitá-Lo não teria sentido. Ele te ama o suficiente para arriscar que você tome a decisão errada e o suficiente para cumprir os seus desejos se você o fizer.

Ninguém conscientemente opta por ir a um lugar de tormento eterno. Mas muitos acabarão lá. Quando o fizerem será porque se recusaram a escolher o Céu, e essa é a única alternativa.

Aqui, então, estão Sete Coisas que Você Precisa Saber Para Compreender Profecia do Final dos Tempos. Dominá-las irá permitir-lhe sucesso em evitar todas as heresias e os falsos ensinos que gira em volta nestes últimos dias. O estudo da profecia não é uma questão de salvação, mas o Senhor fez com que fossemos admoestados em várias ocasiões a compreender os sinais dos tempos de modo que não sejamos pegos de surpresa. Devemos assistir com expectativa e esperar com certeza.

Em Apocalipse 1:3 nos foram prometidas bênçãos pelo nosso estudo diligente, e em 2 Timóteo 4:8 uma coroa por aguardar a Sua vinda. Mas, o maior dom que vem do estudo da profecia é o fortalecimento da nossa fé. Nada pode ser igual a assistir a Palavra de Deus passar do abstrato ao concreto ao vermos a Profecia Bíblica cumprida diante dos nossos olhos. Se você escutar atentamente, você quase pode ouvir os passos do Messias.

 

Extraído com adaptações de www.olharprofetico.com.br (texto original de www.gracethrufaith.com)

 

Quando uma profecia é cumprida na história? Futurismo

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 10-03-2011

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por Geração Maranata

Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:

Presente (Historicismo)

Passado (Preterismo)

Futuro (Futurismo)

Atemporal (Idealismo)

Nesta última série será abordado o Futurismo.

O Futurismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:

“Quando uma profecia é cumprida na história?”

 

Futurismo

Os Futuristas defendem a tese de que todos os eventos proféti­cos só ocorrerão depois de encerrada a “Era da Igreja”, a qual ainda estamos vivendo.

As profecias do Livro do Apocalipse, do Livro de Daniel, o discurso no Monte das Oliveiras e o termo “Ovelhas e Bodes” ocorrerão no futuro, durante a Grande Tribulação, na 2ª vinda de Jesus Cristo e no Milênio.  O cumprimento é literal, físico, apocalíptico e global.

O Futurismo era a tese adotada na Igreja primitiva, que acreditava nos eventos futuros.

Dos quatro pontos de vista é o único que apóia o pré-tribulacionismo, onde o Arrebatamento está relacionado com o momento histórico em que ocorrerá a Tribulação.

O Preterismo declara que a Tribulação já ocorreu.

Uma das vertentes do Historicismo declara que a Tribulação começou no século IV com os eventos relacionados com a cristianização do Im­pério Romano iniciada por Constantino e que ela continuará até a Segunda Vinda.

O Idealismo nega que seja possível estabelecer uma data para qualquer desses eventos.

 

Grupos

 

Os Futuristas podem se dividir em dois grupos:

– Futuristas extremos – Acreditam que todo o Apocalipse refere-se à vinda do Senhor Jesus Cristo.

– Futuristas simples – Aceitam que os três primeiros capítulos do livro já foram cumpridos; o restante se refere à aparição vindoura de Cristo.

A maioria dos Pentecostais tem uma visão futurista . Crêem que tudo ou quase tudo após o capítulo quatro do Apocalipse será cumprido num espaço de tempo de sete anos, após o término da Dispensação da Igreja (ou Era da Igreja, ou Tempo dos Gentios).

Os futuristas que buscam interpretar o Apocalipse, também se dividem quando abordam o Milênio (Ap 20). [artigo a ser publicado]

Visão Histórica do Futurismo

Embora não tão consistente como o Futurismo moderno, a Igreja Primitiva pode ser classificada como Futurista, mais do que qualquer das outras três possibilidades (Preterismo, Historicismo e Idealismo).  Com poucas exceções, a Igreja Primitiva acreditava que os eventos da tribulação, do milênio e a segunda vinda aconteceriam em algum tempo no futuro.

A teoria amilenista iniciou no século III e foi difundida com a cristianização do Império Romano através do Imperador Constantino no século IV, a partir daí o Futurismo começou a ser deixado de lado.

No início do século IV para o V a influência de Jerônimo e Agostinho, contrários ao Futurismo, fez com que essa teoria ficasse neutralizada durante a era de mil anos da Idade Média.

Porém, durante esse tempo, o Futurismo permaneceu em grupos que não aceitavam a autoridade católica romana.

A Reforma trouxe um retorno ao estudo das origens da Igreja Primitiva. No Norte da Europa alguns escritores, de dentro da Igreja Católica Romana ajudaram na renovação do estudo da profecia de uma perspectiva Futurista, seguidos por escritores das Igrejas Reformadas Protestantes.

 

Apocalíptica Medieval

Os que criticam a visão Futurista tomam por base que essa teoria é nova, tendo surgido no século XIX com Darby e os Irmãos Plymouth.

Isso não consiste em verdade, pois apesar de não haver muitos manuscritos, não quer dizer que o Futurismo não existisse como uma visão profética.

Antes da invenção da imprensa, quando tudo era escrito à mão, milhões de manuscritos de cartas e estudos teológicos e sermões desapareceram naturalmente pela ação do tempo, somente sendo conservados aqueles que foram copiados e recopiados e foram cuidadosamente guardados.

Igreja Romana queimou milhões de escritos de pregadores. Por exemplo, os Valdenses foram praticamente aniquilados e tiveram queimados seus dois grandes prédios armazenadores de livros e outros manuscritos, milhares de cópias de Bíblia, de livros de Teologia, e sermões.

Portanto, em geral, o silêncio de documentos sobre alguma doutrina não tem o poder de desmenti-la. Só a Bíblia põe de pé ou derruba qualquer doutrina.

Porém, tem havido descobertas da apocalíptica medieval em diferentes graus de futurismo.

 

Ephraem, o Sírio (306-373 dC)

Compositor de hinos e Teólogo do século IV d.C, ensinou claramente que os crentes serão arrebatados ao céu antes da Tribulação. Ele era de Nisibis, na borda oriental do Império Romano (cerca de 100 quilômetros noroeste de Nínive). Ephraem foi um bem conhecido e prolífico escritor Sírio e testemunha de início do Cristianismo.
Segue-se parte do sermão de Ephraem chamado "Sobre os últimos tempos, o Anticristo, e o fim do mundo." Tal sermão é reconhecido como estando entre os mais interessantes de textos apocalípticos do início da Idade Média. O sermão descreve os acontecimentos dos últimos dias, começando com o Arrebatamento, a Grande Tribulação de 3 1 / 2 anos de duração sob o domínio do Anticristo, seguido da segunda vinda de Cristo. A tradução do latim (há quatro manuscritos conhecidos) deste sermão inclui o seguinte segmento:

"Porque todos os santos e os eleitos de Deus são reunidos antes da tribulação que está para vir, e são levados ao Senhor para que não vejam a confusão que está a oprimir o mundo por causa de nossos pecados"

(Traduzido por Hélio de M.S. a partir da tradução do texto latino para o inglês, [Christiania, 1890, pp. 208-20], feita por CameronRhoades, professor de Latim no Tyndale Theological Seminary, em Fort. Worth, TX).

Em outro livro de Ephraem  “O Livro da Caverna dos Tesouros”, escrita em cerca de 370 d.C., ele expressou sua crença de que a 69ª. de Daniel terminou com a rejeição e crucificação de Jesus, o Messias. (O Livro da Caverna de Tesouros, p. 235) Este ensino dispensacionalista também apóia o Arrebatamento Pré-Tribulação.

 

Ressurgimento do Futurismo

O Futurismo ressurgiu no final da Idade Média e foi inialmente implementada pelos Jesuítas, como uma posição apologética à visão profética do Historicismo.  Os Jesuítas estipularam que as profecias relativas ao aparecimento do Anticristo não tinham nada a haver com o Papa Romano daquele tempo, mas com o aparecimento do homem do pecado no fim dos tempos, como era o ponto de vista da Igreja primitiva. (Obs: Os Futuristas de hoje não negam a probabilidade de que o Papado possa estar envolvido com o aparecimento do Anticristo no fim dos tempos.)

Devido à visão Historicista na Idade Média até a Reforma, se levantaram vários escritores que publicaram artigos apoiando a visão Futurista.

O jesuíta Francisco Ribera (1537-1591) foi um dos primeiros a reviver uma forma rudimentar de Futurismo em torno de 1580.

Devido à dominância do Historicismo, o Futurismo não progrediu até a Reforma Protestante em 1820.

No final de 1820, o Futurismo começou a ganhar adeptos e crescer nas Ilhas Britânicas, muitas vezes motivado por um interesse reavivado no plano de Deus para Israel, durante o qual ele ganhou um dos seus mais influentes proponente: John Nelson Darby.

Através de Darby e outros expositores, o Futurismo espalhou-se para a América e em todo o mundo evangélico.

Nos próximos cem anos viu-se, pela primeira vez, o pleno desenvolvimento do Futurismo consistente. Isso levou, por sua vez, para a formulação do dispensacionalismo e uma compreensão mais clara do arrebatamento da igreja.

 

Personalidades

Francisco Ribeira (1537-1591)

Espanhol, teólogo e padre jesuíta teria desenvolvido, de forma rudimentar, o conceito de Futurismo como o conhecemos hoje. Escreveu um comentário de 500 páginas sobre o livro do Apocalipse (1585), seis anos antes de sua morte (1591). O comentário foi escrito sob um ponto de vista histórico porque em sua época, havia uma convicção que o catolicismo e seu Papa eram o sistema do Anticristo e o próprio Anticristo.  Isso interromperia o fogo cerrado que colocava o Papa e a Igreja Católica como o Anticristo e seu governo. Estes eventos foram colocados em um período no futuro, três anos e meio antes do retorno de Cristo (o que está de acordo com os ensinos dos pais de Igreja primitiva). Esperava-se que a conclusão que seria tirada do comentário de Ribera, que a Igreja católica daquele tempo, não poderia ser o sistema do Anticristo encabeçado pelo Papa de Roma.

Em seu comentário, Ribera cria que o arrebatamento aconteceria 45 dias antes do fim do período de três anos e meio de tribulação (um tipo de Pré-Ira). Esta era a primeira vez que a segunda vinda era dividida em duas vindas separadas, sendo que uma delas seria para a Igreja e, uma outra vinda, ao término do período da grande tribulação, juntamente com a Igreja, que já teria sido, anteriormente, arrebatada, e que voltaria com Cristo.

Robert Bellarmine (1542-1621)

Cardeal e Apologista jesuíta desenvolveu o conceito pluralista do Futurismo. Escreveu  "Conferências Polêmicas Relativas aos Pontos Disputados da Convicção Cristã Contra os hereges deste tempo”. Seu propósito era refutar a teoria histórica de figurar os 1260, 1290 ou 2300 dias de Daniel, como se fossem anos.

Manuel de Lacunza (1731-1801)

Padre jesuíta escreveu um livro com o pseudônimo ”Rabino Bem Ezra“ com o título: “A Vinda do Messias em Glória e Majestade”. Neste livro ele defende a tese de que a igreja seria arrebatada 45 dias antes do retorno de Jesus a Terra. Durante esses 45 dias Deus estaria julgando a maldade na terra. Lacunza não promoveu um arrebatamento pré-tribulacionista  antes do aparecimento do Anticristo. Seu arrebatamento aconteceria 45 dias antes do final da 70ª semana de Daniel.

Morgan Edwards (1722-1795)

Ministro Batista, escreveu sobre a doutrina pré-tribulacionista em torno de 1740. Nesta obra, Edwards expos suas visões sobre um arrebatamento pré-tribulacionista que reuniria a Igreja.  Aparentemente ele não se baseou em outros trabalhos, sua intenção era fazer oposição aos historicistas e amilenaristas. Trecho de um escrito seu:

“Eu digo, “um pouco mais”, porque os santos mortos serão ressuscitados e os [santos] vivos [serão] mudados na ocasião "a encontrar o Senhor nos ares" (I Tess. Iv.17), e isto ocorrerá cerca de três anos e meio antes do [início do] milênio, como veremos a seguir: mas será que Ele [Cristo] e eles [os salvos arrebatados] permanecerão no ar durante todo esse tempo? Não: eles vão ascender ao paraíso, ou para algumas das muitas das "mansões na casa do pai" (João XIV.2), e desaparecem durante o período de tempo antes mencionado. O propósito dessa retirada e desaparecimento será o de julgar os santos ressurretos e mudados [para corpos glorificados], porque "agora é tempo que comece o julgamento", e isto se dará "na casa de Deus" (I Ped. Iv.17.). . . (Página 7; a grafia de todas as citações de Edwards foram modernizadas.

Samuel Roffey Maitland (1792-1866)

Advogado e Bibliotecário da Igreja Anglicana, diz-se que, após ler o livro de Lacunza, passou a promover o Futurismo a partir de 1826. Começou a ensinar que o período de Tribulação seria três anos e meio.

John Nelson Darby (1800-1882)

Sacerdote irlandês, Futurista, pré-milenista, é considerado o pai do ‘Dispensacionalismo’ que, entre outros ensinamentos, argumentou que havia uma radical descontinuidade entre a igreja e Israel, defendendo dessa forma a existência de dois povos distintos pertencentes a Deus, o qual tinha planos diferentes para cada um desses povos.

Junto com essa crença de uma separação entre a igreja e Israel, os dispensacionalistas defendem que a igreja será arrebatada antes da septuagésima semana profetizada por Daniel (Dn. 9.24-27), período também conhecido como a “Grande Tribulação”.

Realizou uma tradução da Bíblia baseada nos textos hebraicos e gregos, chamada em inglês The Holy Scriptures: A New Translation from the Original Languages by J. N. Darby, também traduzida para o alemão e francês. No Brasil essa Bíblia de Estudos é chamada de ‘Bíblia de Referência Scofield’.

Edward Irving (1792-1834)

Ministro presbiteriano escocês. Estudioso das profecias bíblicas, traduziu as obras de Manuel Lacunza (padre jesuíta) para o inglês e pregava o eminente retorno de Jesus Cristo. Entre suas interpretações, ensinava que nos últimos dias haveria uma nova manifestação do Espírito Santo, o que valeu sua expulsão do presbitério de Londres em 1830.

Os seguidores de Irving organizaram a Holy Catholic Apostolic Church, com a intenção de difundir os ensinamentos de Irving entre os protestantes, católicos e ortodoxos. Visavam o re-estabelecimento do retorno do apostolado, da profecia, do selo (imposição das mãos para receber o Espírito Santo) e o dom de línguas.

Alguns acusam Irving de ‘espírita’ e ‘médium’ por causa de manifestações espirituais, conhecido hoje por movimento Pentecostal.

Defesa da Teoria Futurista

É possível desenvolver uma defesa do Futurismo a partir da Bí­blia, contrastando e comparando o Futurismo com as outras três abordagens interpretativas. Por exemplo:

1 – É possível mostrar que o Futurismo é preferível ao Preterismo, demonstrando que textos específicos da Escritura indicam que o termo "Vinda", nas passagens debatidas, refere-se a uma volta corporal de Cristo a terra, não uma ‘vinda mística’ mediada pelo exército romano, como alegam os Preteristas.

2 – Uma área que dá vantagem ao Futurismo sobre o Histo­ricismo é a demonstração de que os números que se relacionam a ‘dias, meses e anos’ devem ser aceitos literalmente. Não há base bí­blica para que dias sejam interpretados como anos.

3 – Um argumento principal que dá vantagem ao Futurismo sobre o Idealismo é o fato de que os números são importantes. Em outras palavras, por que razão Deus forneceria centenas de indicadores cronológicos e temporais na Bíblia se não tivesse a intenção de cumpri-los?

O Futurismo interpreta a Bíblia de maneira li­teral e, depois de fazê-lo, harmoniza suas conclusões num sistema teológico coerente.

Outra prova que o Futurismo defende é a compreensão de Israel como povo de Deus e o plano que Ele estabeleceu para eles. Quando vemos a Bíblia usando o termo "Israel", lembramos que Ele sempre se refere às mesmas pessoas ao longo de toda a Bíblia, então segue-se que muitas passagens que se referem a Israel nunca foram cumpridas e para que sejam cumpridas eles terão de ocorrer no futuro.

Uma passagem que ilustra este é Deuteronômio 4:25-31.

“Quando, pois, gerardes filhos, e filhos de filhos, e vos envelhecerdes na terra, e vos corromperdes, e fizerdes alguma escultura, semelhança de alguma coisa, e fizerdes o que é mau aos olhos do SENHOR teu Deus, para o provocar à ira;

Hoje tomo por testemunhas contra vós o céu e a terra, que certamente logo perecereis da terra, a qual passais o Jordão para a possuir; não prolongareis os vossos dias nela, antes sereis de todo destruídos.

E o SENHOR vos espalhará entre os povos, e ficareis poucos em número entre as nações às quais o SENHOR vos conduzirá.

E ali servireis a deuses que são obra de mãos de homens, madeira e pedra, que não vêem, nem ouvem, nem comem, nem cheiram.

Então dali buscarás ao SENHOR teu Deus, e o acharás, quando o buscares de todo o teu coração e de toda a tua alma.

Quando estiverdes em angústia, e todas estas coisas te alcançarem, então nos últimos dias voltarás para o SENHOR teu Deus, e ouvirás a sua voz.

Porquanto o SENHOR teu Deus é Deus misericordioso, e não te desamparará, nem te destruirá, nem se esquecerá da aliança que jurou a teus pais.”

 

A leitura literal do texto terá de admitir que os dois últimos eventos em negrito vermelho ainda têm de ser cumpridas por Israel da mesma forma literal em que historicamente os três primeiros eventos, em negrito azul, foram cumpridos.  Assim, a realização dos dois últimos acontecimentos na vida de Israel terá de acontecer no futuro. Este é um sólido argumento de visão Futurista da profecia, pois este tipo de argumento pode ser aplicado em toda a Bíblia. (Veja também Deut. 27-32 para uma expansão de 4:25-31).

 

CONCLUSÃO

Assim como pessoas, lugares e tempos devem ser entendidos literalmente em Gênesis 1-11, também os textos re­lacionados ao tempo do fim devem ser entendidos da mesma for­ma. Dias significam dias; anos significam anos; meses significam meses.

Assim, a única maneira pela qual o livro do Apocalipse e outras porções proféticas da Bíblia farão qualquer sentido, é se fo­rem entendidas de forma literal. Isso significa que a maior parte delas ainda não aconteceu, sendo, portanto, futuras.

Cerca de um terço da Bíblia consiste em profecia, e a maior parte dessa profecia versa sobre o futuro. Uma vez que uma abordagem coerentemente literal de toda a Bíblia, inclusive das partes proféti­cas é a maneira correta de entender a revelação de Deus ao ho­mem, a abordagem Futurista é a maneira correta de considerar a cronologia da profecia bíblica.

Proponentes:

O Futurismo tem variantes antigas e modernas; a mais comum entre os modernos evangélicos protestantes é o Dispensacionalismo.  A maioria dos cristãos acredita que Jesus voltará para cumprir o resto da profecia messiânica. Proponentes conhecidos:

  • Gleason Archer
  • Donald Barnhouse
  • Martin De Haan
  • Raymond Duck
  • Arno Clemens Gaebelein
  • Norman Geisler
  • Harry A. Ironside
  • Walter Kaiser, Jr.
  • Hal Lindsey [6]
  • Ernst Lohmeyer
  • John Fullerton MacArthur
  • J. Vernon McGee
  • Henry Madison Morris
  • William A. Newell
  • J. Dwight Pentecost
  • John Bertram Phillips
  • Francisco Ribera
  • Charles Caldwell Ryrie
  • Ray Stedman
  • Merrill Tenney
  • John Walvoord
  • Warren W. Wiersbe

Geração Maranata (se for reproduzir, informe a fonte)

Fontes:

Livro “Profecias de A a Z” de Thomas Ice & Timothy Demy

http://www.pre-trib.org

http://solascriptura-tt.org/

http://pt.wikipedia.org

http://www.verdade-viva.net

Visão Preterista e Futurista sobre Zacarias 12-14

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 05-12-2010

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por Geração Maranata

O escritor e conferencista Thomas Ice, ministrou certa vez um curso sobre Escatologia, tendo como convidado o Dr. Ken Gentry, um respeitado e importante preterista.

O objetivo do Dr. Ice era expor aos alunos uma posição oposta aos pontos de vistas ministrados por ele, um defensor da escola futurista.

Uma das perguntas feitas  foi sobre a  relação entre Zacarias 12-14 e o preterismo. O Dr. Gentry concordava que esta passagem era um paralelo ao “Sermão Profético” de Jesus (Mt 24-25; Mc 13; Lc 21.5-36).

No livro de Zacarias fala de “todos os povos” (Zc 12.2), “contra ela, (Jerusalém) se ajuntarão todas as nações da terra” (Zc 12.3),“eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém” (Zc 14.2). Esses versículos não pareciam estar falando da invasão Romana em 70 d.C. como é sustentado pela posição preterista.

Mais adiante, Zacarias continua dizendo: Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém” (Zc 12.8) e: “Então sairá o Senhor e pelejará contra as nações, como pelejou no dia da batalha” (Zc 14.3). Esses versos não se encaixam com o que aconteceu em Jerusalém em 70 d.C., quando os romanos conquistaram Israel.

Finalmente, a passagem diz que o Senhor salvará Israel naquele dia (Zc 14.3), ao passo que, em 70 d.C., o Senhor julgou Israel como está escrito em Lucas 21.20-24.

Mediante esses fatos, fica a pergunta: “Como os preteristas podem dizer que Zacarias fala de 70 d.C. se, nessa passagem, o Senhor está salvando o Seu povo?”

 

Interpretando o texto

Sobre a passagem de Zacarias 12-14, os preteristas não conseguem dar uma interpretação textual, porque acreditam que a passagem se refere ao julgamento de Deus sobre Israel através dos romanos em 70 d.C. – o que é seu primeiro erro.

“Zacarias 12 não profetiza o julgamento de Israel e, sim, a sua redenção”. (Greg Beale)

Zacarias 12-14 fala claramente de um tempo quando Israel será salvo pelo Senhor de um ataque de “todas as nações da terra”, não somente dos romanos – e esse é o segundo erro. Nesse contexto, evidentemente, “Israel” não se refere à Igreja, mas sim a Israel como nação.

Sendo assim, o evento de Zacarias 12-14 ainda não aconteceu na História. Isso significa que se trata de um evento futuro.

"O ônus da prova recai sobre os preteristas, para que forneçam um raciocínio exegético, tanto no que diz respeito a trocarem uma nação pagã por Israel como objeto principal do julgamento final de Daniel, como por limitarem o julgamento final principalmente a Israel e não o aplicarem universalmente." (Greg Beale)

 

A posição textual futurista

Tanto os preteristas quanto os futuristas acreditam que em Lucas 21.20-24 Jesus profetizou a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C.

Usando Lucas 21.20-24 como base, podemos observar os contrastes entre essa passagem e Zacarias 12-14:

Lucas 21.20-24:

  • Cumprimento passado: “levados cativos para todas as nações” (Lc 21.24).
  • Dia da devastação de Jerusalém (Lc 21.20).
  • Dia de vingança contra Jerusalém (Lc 21.22).
  • Dia de ira contra o povo judeu (Lc 21.23).
  • Jerusalém pisada por gentios (Lc 21.24).
  • Tempo de domínio dos gentios sobre Jerusalém (Lc 21.24).
  • Grande aflição na terra (Lc 21.23).
  • Israel cairá a fio da espada (Lc 21.24).
  • Jerusalém destruída (70 d.C.) “para se cumprir [no futuro] tudo o que está escrito” [em relação ao povo judeu] (Lc 21.22).
  • A desolação de Jerusalém tem um limite de tempo:“até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). Isso significa que haverá um tempo de restauração para Jerusalém.
  • O Messias virá com poder e grande glória para ser visto pelo povo judeu somente depois “destas coisas” – os eventos de Lucas 21.25-28 – que são posteriores [futuros] aos acontecimentos de Lucas 21.20-24.

Zacarias 12-14:

  • Cumprimento escatológico – “naquele dia” (Zc 12.3,4,6,8,11; 13.1-12; 14.1,4,6-9).
  • Dia de livramento para Jerusalém (Zc 12.7-8).
  • Dia de vitória para Jerusalém (Zc 12.4-6).
  • Dia de ira contra as nações gentias (Zc 12.9; 14.3,12).
  • Jerusalém transformada por Deus (Zc 14.4-10).
  • Tempo de submissão dos gentios em Jerusalém (Zc 14.16-19).
  • Grande libertação para a terra (Zc 13.2).
  • As nações trarão suas riquezas para Jerusalém (Zc 14.14).
  • Jerusalém salva e redimida, para que tudo que está escrito [em relação ao povo judeu] possa se cumprir (Zc 13.1-9; Rm 11.25-27).
  • O ataque a Jerusalém é a ocasião para a destruição final dos inimigos de Israel, encerrando, assim, “o tempo dos gentios” (Zc 14.2-3,11).
  • O Messias virá em grande poder e glória durante os eventos da batalha (Zc 14.4-5).[4]

(comparação realizada por Randall Price)

Em razão das diferenças apontadas entre as passagens, fica difícil harmonizar Zacarias 12-14 com eventos já ocorridos. Apesar de contrariar a lógica, muitos preteristas sustentam o argumento do cumprimento na invasão romana.

Um outro preterista, Gary DeMar,  recentemente interpretou Zacarias 14 da seguinte forma:  “… descreve eventos que antecedem a devastação e, inclusive, a própria destruição de Jerusalém em 70 d.C.”.  O sr.  DeMar não consegue mostrar a destruição de Jerusalém no texto de Zacarias, pois analisando apenas Zacarias 14, ele falhou em oferecer qualquer evidência de que Deus está submetendo Israel ao juízo, como é claramente perceptível em Lucas 21.20-24.

Na verdade, em Zacarias, Deus está julgando as nações, pois o texto diz: Procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém(Zc 12.9), e: Eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém… sairá o Senhor e pelejará contra essas nações” (Zc 14.2-3).

Ao contrário do que diz DeMar, Deus está defendendo (Zc 12.8) e salvando (Zc 14.3) Israel dessas nações.

Exatamente como em Mateus 24, em nenhum lugar o texto fala do Senhor vindo em julgamento contra o Seu povo. Tanto Zacarias quanto Mateus estão falando da salvação de Israel (Mt 24.31), e é por isso que o cumprimento das profecias de ambas as passagens será no futuro.

 

Conclusão

A única maneira que os preteristas encontram para lidar com Zacarias 12-14 é não considerar as palavras e frases no seu contexto literário, mas simplesmente declarar que a Igreja substituiu Israel.

"Em nenhum outro capítulo da Bíblia a interpretação de “Israel” é mais importante do que em Zacarias 14. Dizer que “Israel” significa a “Igreja”, como muitos têm feito, levaria a uma grande confusão nesse capítulo e no final do capítulo 13. Por exemplo, Zacarias 13.8-9 afirma que dois terços de toda a terra (Israel) morrerão, mas poucos se arriscam a dizer que dois terços da Igreja sofrerão um massacre no dia final. É muito claro que “Israel” se refere à unidade geopolítica atualmente conhecida como o Estado de Israel."  (Walt Kaiser)

A Palavra de Deus exorta Sua Igreja a viver na expectativa de um futuro seguro e na certeza da vitória. Mantendo essa perspectiva, os crentes podem viver confiantes no presente por causa do futuro.

O passado é igualmente importante. No entanto, uma falsa visão do passado roubará do crente, no presente, a esperança de que precisamos para viver corajosamente para o nosso Senhor.

Notas:

  1. David Chilton, The Days of Vengeance: An Exposition of the Book of Revelation (Fort Worth: Dominion Press, 1987), pp. 385-86.
  2. G.K. Beale, The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), p. 26.
  3. Beale, Revelation, p. 45.
  4. Randall Price, Charting the Future (San Marcos, Tex.: gráficos com publicação privada), n.p.
  5. Gary DeMar, Last Days Madness: Obsession of the Modern Church(Atlanta, American Vision: 4th edition, 1999), pp. 437-43.
  6. DeMar, Madness, p. 437
  7. Walter C. Kaiser, The Communicator’s Commentary: Micah-Malachi(Dallas: Word, 1992), p. 417.

* Os Preteristas ensinam que a maior parte, ou até mesmo todas as profecias já se cumpriram. Acreditam que as principais porções proféticas das Escrituras (como o Sermão Profético e o livro de Apocalipse) se cumpriram nos eventos relacionados à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d. C.

 

Extraído (com adaptações) do artigo de Thoma Ice "Preterismo e Zacarias" –  http://www.pre-trib.org

 

Quando uma profecia é cumprida na história? Idealismo

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 19-11-2010

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por Geração Maranata

Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:

Presente (Historicismo)

Passsado (Preterismo)

Futuro (Futurismo)

Atemporal (Idealismo)

Nesta terceira série será abordado o Idealismo.

O Idealismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:

 

“Quando uma profecia é cumprida na história?”

 

Na escatologia o Idealismo é também chamado de abordagem espiritual, alegórico, não-literal, atemporal, etc. Trata-se de uma interpretação do Livro do Apocalipse baseado em alegoria e símbolos não-literais.

Essa abordagem diz que o Apocalipse não deve ser entendido no contexto de uma época ou acontecimento específico, porém são verdades e princípios básicos com os quais Deus age na História. O livro seria unicamente um conjunto de idéias teológicas, válidas para qualquer época. O Apocalipse se torna um grande drama que retrata realidades espirituais.

Esta explicação tem semelhanças com a interpretação alegórica presente na igreja do período medieval.

Para o Idealismo os símbolos não-literais são perpétuos e ciclicamente preenchidos num sentido estritamente espiritual, durante o conflito entre o Reino de Deus e as forças de Satanás em todo o tempo do primeiro advento até a Segunda vinda de Cristo. O livro é visto da perspectiva que representa o conflito continuo entre o bem e o mal, sem conexão histórica imediata para qualquer evento político ou social.

O idealismo nega que haja uma cronologia dos eventos. Para os idealistas a cronologia é um mistério não revelado.

Apesar das muitas declarações da profecia bíblica que parecem tratar do cumprimento temporal de um evento em relação a outro, os Idealistas não crêem que a Bíblia indique qualquer cronologia de eventos e nem que possamos determinar antecipadamente o tempo de sua ocorrência. Como as passagens proféticas ensinam principalmente grandes idéias ou verdades infinitas sobre Deus e a vida cristã, podem ser aplicadas como princípios atemporais.

Seus defensores alegam que a doutrina das últimas coisas não tem qualquer efeito sobre a história da humanidade.

A abordagem não-literal da profecia raramente é adotada por conservadores e evangélicos atuais. Muitos liberais, que não crêem em um Deus sobrenatural que pode prever o futuro, apóiam esse ponto-de-vista por seu potencial de fazer com que o texto diga virtualmente qualquer coisa.

Essa abordagem escatológica é distinta do Preterismo, Futurismo e Historicismo na medida em que não vê nenhuma das profecias (exceto em alguns casos, a Segunda Vinda e o Juízo Final), sendo cumpridas em sentido literal, físico, terrestre, ou no passado, presente ou futuro.

Mas, o que dizer das profecias que foram cumpridas? Será que elas não referendam as que estão por se cumprir? Se cremos em uma, como podemos não crer na outra.

Alguns amilenistas apóiam esse ponto de vista, tais como Henry Alford, William Hendriksen, RCH Lenski, William Milligan, Earl Morey, Leon Morris, SL Morris, Rousas John Rushdoony, HB Swete, Edward J. Young, Abraham Kuyper, Anthony A. Hoekema, Lewis Berkhof, GC Berkouwer, Maurice FD e Geoffrey B. Wilson.

 

Fontes pesquisadas:

http://www.wikipedia.org

Livro “Profecias de A a Z” de Thomas Ice & Timothy Demy

http://www.teofilos.net – Apocalipse – Estudo Introdutório

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Quando uma profecia é cumprida na história? Preterismo

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 12-10-2010

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por Geração Maranata

Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:

Presente (Historicismo)

Passsado (Preterismo)

Futuro (Futurismo)

Atemporal (Idealismo)

Nesta segunda série será abordado o Preterismo.

O Preterismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:

“Quando uma profecia é cumprida na história?”

 

A palavra "preter" é um prefixo do latim praeter, que significa passado ou além de. O derivado "Preterista" significa aquele que encara o cumprimento do Apocalipse como coisa que já teve lugar no passado. O jejuíta Luis De Alcazar (1554-1613) foi o criador dessa escola.

O Preterismo é um método muito popular para o estudo do Apocalipse entre os eruditos críticos. Esta interpretação diz que as principais profecias do livro do Apocalipse cumpriram-se na destruição de Jerusalém (70 dc) e na queda do Império Romano, com a vitória da Igreja como resultado final em sua luta contra Roma.

Considera que o Apóstolo João escreveu o livro do Apocalipse antes da destruição do Templo em 70 d.C. e que estas profecias seriam fatos que aconteceram na mesma época de quando o livro foi escrito. Suas profecias foram cumpridas até o tempo de Constantino e até o começo do quarto século depois de Cristo.

Nota: Alguns estudiosos negam a autoria do Apóstolo João e propóe que seja outro João desconhecido.

O argumento usado pelos preteristas pressupõe que o livro foi escrito para confortar os cristãos e relatar as perseguições pelas quais estavam passando.    João – o apóstolo – tinha como endereço as igrejas do século I d.C. A grande maioria de seus teólogos defende que o provável período da escrita date à época de Nero como Imperador de Roma (54-68).   Os defensores dessa dessa interpretação difundiram, posteriormente, idéias pós-milenaristas.

O Preterismo interpreta de forma literal os seguintes versículos-chaves:

  • (Mt. 10:23) Quando forem perseguidos num lugar, fujam para outro. Eu lhes garanto que vocês não terão percorrido todas as cidades de Israel antes que venha o Filho do homem.
  • (Mt. 16:28) Garanto-lhes que alguns dos que aqui se acham não experimentarão a morte antes de verem o Filho do homem vindo em seu Reino.
  • (Mt. 23:35-36) E, assim, sobre vocês recairá todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem vocês assassinaram entre o santuário e o altar Eu lhes asseguro que tudo isso sobrevirá a esta geração.
  • (Mt. 24:34) Eu lhes asseguro que não passará esta geração até que todas estas coisas aconteçam.
  • (Mt. 26:63-64) Mas Jesus permaneceu em silêncio. O sumo sacerdote lhe disse: “Exijo que você jure pelo Deus vivo: se você é o Cristo, o Filho de Deus, diga-nos”. “Tu mesmo o disseste”, respondeu Jesus. “Mas eu digo a todos vós: Chegará o dia em que vereis o Filho do homem assentado à direita do Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.

 

O Preterismo pode ser dividido em Preterismo Completo e Preterismo Parcial.

Preterismo Completo

O Preterismo Completo ou Total acredita que todas as profecias foram cumpridas com a destruição de Jerusalém, incluindo a ressurreição dos mortos e a Segunda Vinda Jesus. O Preterismo Completo também é conhecido por outros nomes: Preterismo Consistente, Escatologia de Pacto e Hiper-Preterismo.

O Preterismo Total sustenta que a Segunda Vinda de Jesus não deve ser interpretada como um regresso corporal futuro, mas uma "presença" manifesta através da destruição física de Jerusalém e seu Templo no ano 70 d. C. pelos exércitos de Roma, de forma similar a várias descrições no Antigo Testamento, onde Deus destruiu outras nações em julgamento justo.

O Preterismo Total também sustenta que a Ressurreição dos mortos não é uma ressurreição física, mas uma ressurreição das almas do "lugar dos mortos", conhecido como o Seol (Hebreu) ou Hades (Grego).

Neste caso, os mortos justos obtiveram um corpo espiritual e substancial para ser usado nos lugares celestiais, e os mortos injustos foram atirados ao Lago de Fogo.

Alguns proponentes do Preterismos Total acham que este julgamento é constante e acontece durante a morte da cada indivíduo (Hebreus 9:27): "E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo."

Os Novos Céus e Nova Terra também são equiparados com o cumprimento da Lei no ano 70 d. C. e devem ser interpretados da mesma maneira, pois o Cristão é considerado como uma "nova criação" quando este vem à fé em Cristo.

Síntese:

  • Todas as profecias já foram cumpridas.
  • A segunda vinda de Cristo, a ressurreição, o arrebatamento, o dia do Senhor e o dia do juízo ocorreram no ano 70 d.C.
  • Propõem que a “segunda vinda” e a “ressurreição do corpo” são espirituais.
  • É acusado de reintroduzir o ensino de Himeneu de que a ressurreição já aconteceu:"E a palavra desses roerá como gangrena; entre os quais são Himeneu e Fileto; Os quais se desviaram da verdade, dizendo que a ressurreição era já feita, e perverteram a fé de alguns." (2Tm. 2:17-18))

 

Preterismo Parcial

O Preterismo Parcial sustenta que algumas profecias já foram cumpridas, tais como: o governo do Anticristo, a Grande Tribulação e o Dia do Senhor como uma "vinda em julgamento" (Julgamento Final) de Cristo no ano 70 d. C., ocasião que o general Tito do Império Romano saqueou Jerusalém e destruiu o Segundo Templo, fazendo cessar o sacrifício diário de animais. Identifica a "Grande Babilônia" (Apocalipse 17-18) com a cidade pagã de Roma ou Jerusalém: "E a mulher que viste é a grande cidade que reina sobre os reis da terra."

O Preterismo Parcial é também conhecido por outros nomes como: Preterismo Ortodoxo, Preterismo Histórico e Preterismo Moderado.

A maioria (ainda que não todos) dos Preteristas Parciais acha que o termo “Últimos Dias” não se refere aos últimos dias do planeta Terra nem aos últimos dias da humanidade, mas aos últimos dias do pacto Mosaico que Deus estabeleceu exclusivamente com a nação de Israel. Assim como Deus veio em julgamento sobre várias nações no Antigo Testamento, Cristo também veio em julgamento contra aqueles que o rejeitaram em Israel.

O termo "Últimos Dias" deve ser distinguidos de o "Último Dia", pois este é considerado como cumprimento no futuro e inclui a Segunda Vinda de Jesus, a Ressurreição dos mortos, justos e injustos, o Julgamento Final, e a criação de um Novo Céu e Nova Terra literal (e não com referência a um pacto) livre da maldição do pecado e a morte que veio pela queda de Adão e Eva.

Os Preteristas Parciais acham que a nova criação, redimida, surgirá progressivamente enquanto Cristo reina em seu trono celestial, subjugando seus inimigos, e culminará na destruição da morte física, o "último inimigo" (1 Cor 15:20-24): "Mas de fato Cristo ressuscitou dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo. Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força."

A grande maioria dos Preteristas Parciais defende também o Amilenismo ou o Pós-Milenismo.

Síntese:

  • Algumas profecias foram cumpridas na geração dos dias de Jesus;
  • Cristo veio em julgamento sobre Jerusalém em 70 d.C. e que este foi um dia do Senhor e não “O dia do Senhor”;
  • Faz parte da crença cristã por muitos anos e de várias denominações que defendem que a queda de Jerusalém em 70 d.C. foi um cumprimento importante da profecia.
  • Cristo veio em julgamento contra Jerusalém na guerra judaica de 67-70 d.C., mas não veio corporalmente, que é justamente a segunda vinda (Atos 1:11):
  1. Ele veio em Pentecoste como o Espírito de Jesus (João 14:16-18);
  2. Ele veio em julgamento e ira contra Jerusalém em 66-70 d.C. Lucas 21:23, Ap. 6:16 (cf. Lucas 23:30);
  3. Ele retornará corporalmente em algum ponto no futuro, em cujo tempo os mortos em Cristo serão ressuscitados (Atos 1:11, 1Ts. 4:16);
  4. Em João 14:16-18 Jesus fala da sua vinda aos discípulos como a vinda do Espírito: “E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre, o Espírito da verdade. O mundo não pode recebê-lo, porque não o vê nem o conhece. Mas vocês o conhecem, pois ele vive com vocês e estará em vocês. Não os deixarei órfãos; voltarei para vocês.”
  • Vêem a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. como cumprindo as profecias de Jesus com respeito à destruição de Jerusalém:
  1. Em Mt. 23:35-36, um pouco antes do sermão no Monte das Oliveiras (Mt. 24), Jesus diz que a vingança pelo sangue justo dos profetas derramado em Jerusalém “sobrevirá a esta geração”, querendo dizer a geração a qual Jesus está se dirigindo: “E, assim, sobre vocês recairá todo o sangue justo derramado na terra, desde o sangue do justo Abel, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, a quem vocês assassinaram entre o santuário e o altar. Eu lhes asseguro que tudo isso sobrevirá a esta geração.”

 

Outro tipo de interpretação Preterista vista por Albertus Pieters ( autor do livro "Studies in the Revelation of St. John"):

1. Ala direita

Essa escola Preterista é representada por Moses Stuart, Clarence Augustine Beckwith e J. P. M. Sweet.  Acreditam na inspiração do livro do Apocalipse e que a maior parte do livro já se cumpriu nos dias do Império Romano, ao tempo de Domiciano. Já o juízo final e o perfeito estado da humanidade ainda aguardam cumprimento. Entendem que o Apocalipse foi escrito para os dias da perseguição na Ásia Menor, e que a aplicação para o nosso tempo só é relevante do ponto de vista literário, ao menos em sua maior parte.

2. Ala esquerda

Essa Escola Preterista entende que o livro do Apocalipse não é literatura inspirada. Acreditam que o livro é igual a qualquer obra apocalíptica escrita naquela época e que só tem valor literário. Segundo esta interpretação, João nada sabia do futuro por inspiração; portanto, não esperam que se cumpram na vida da Igreja os acontecimentos ali registrados.

 

A Grande Tribulação refere-se à destruição de Jerusalém em 70 d.C.

Embora o período da Grande Tribulação em Mateus 24:21 ("Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver."seja interpretado freqüentemente como sendo mundial e ocorrendo no 'fim do mundo', a análise Preterista propõe outra interpretação:

  • O relato paralelo de Lucas 21:20-24 mostra que Mt. 24:21 refere-se à queda de Jerusalém em 70 d.C;
  • Ela foi localizada na região da Judéia – não foi mundial, pois aqueles na Judéia são ordenados a correr para as montanhas em todos os três relatos paralelos (Mt. 24:16, Marcos 13:14, Lucas 21:21);
  • O fato que Jesus diz que “jamais haverá” uma tribulação semelhante indica que ela não ocorre no final do mundo;
  • As referências a “esta geração” em Mt. 23:36 e Mt. 24:34 indicam que Ele estava falando sobre algo dentro do período de vida de alguns dos discípulos (também Lucas 23:28).

 

Visão Preterista do Fim dos Tempos

Trata o Apocalipse como uma imagem simbólica de conflitos da igreja primitiva que já se cumpriram. Em diferentes níveis esta visão combina a interpretação alegórica e simbólica com o conceito de que o Apocalipse não lida com eventos futuros específicos.

De acordo com a visão Preterista do fim dos tempos, os capítulos 6 a 18 de Apocalipse são simbólicos e alegóricos, não descrevendo eventos literais. Já o capítulo 19, deve ser entendido de forma literal: Jesus Cristo irá retornar literal e fisicamente. Então, o capítulo 20 é de novo interpretado alegoricamente. A seguir, os capítulos 21 e 22 são entendidos pelo menos parcialmente de forma literal, que haverá realmente um Novo Céu e uma Nova Terra.

 

Argumentos de Defesa

1 – Nenhuma literatura poderá ser devidamente compreendida sem que se entenda a sua formação, o seu fundo histórico. Compreende-se melhor o Apocalipse quando se conhece os bastidores da perseguição de Domiciano.

2 – O principal propósito do livro era "revelar" aos cristãos perseguidos o quanto Cristo estava próximo deles e a certeza duma rápida vitória de Sua causa sobre as artimanhas imperiais de Roma.

3 – Assim como o Cristo ressurreto venceu toda a oposição, da mesma forma, os cristãos alcançarão vitória igualmente sobre qualquer tribulação e em qualquer época (inclusive a nossa). Deus reina a partir de seu trono e Cristo tem as chaves da morte e do destino.

4 – Pode-se adotar este método sem se admitir que o propósito de Deus na cruz de Cristo irá falhar e que Ele recorrerá à espada para estabelecer seu Reino. As mesmas verdades e princípios contidos nos ensinos de Jesus e na pregação e escritos dos apóstolos são encontrados no Apocalipse, quando adotamos este método de interpretação.

 

Conclusão:

A interpretação Preterista resumiria o Apocalipse a um manual de história da Igreja sob os Césares, afirmando que todo o livro foi já cumprido nos dias do Império Romano.

Essa interpretação é acusada de ser muito abstrata e é rejeitada por muitos estudiosos em escatologia.

Este método é praticamente oposto ao método futurista. Os futuristas afirmam que nada do livro se cumpriu ainda.

 

Para saber mais: Livro “The Last Days according to Jesus” de R. C. Sproul

 

Fontes:

www.maxmode.blogspot.com/

www.gotquestions.org/portugues/Preterismo.html

www.a-milenismo.blogspot.com

www.monergismo.net.br

www.pt.wikilingue.com

 

Quando uma profecia é cumprida na história? Historicismo

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 04-10-2010

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por Geração Maranata

Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:

Presente (Historicismo)

Passsado (Preterismo)

Futuro (Futurismo)

Atemporal (Idealismo)

O Historicismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:

"Quando uma profecia é cumprida na história?"

 

A escola de pensamento Historicista afirma que as profecias se cumprem no decorrer da história. Sendo assim, muitas profecias ainda estão se cumprindo ou por se cumprir. No Historicismo a profecia descreve a história humana da forma como ela se relaciona ao povo de Deus.

Os livros de Daniel e Apocalipse são um histórico profético da igreja e do mundo. As predições dadas não são somente movimentos gerais na história. Eventos específicos são preditos. Isso inclui a identificação de datas reais do calendário, procurando encontrar a realização terrena ao longo da história, especialmente em relação à luta entre a igreja verdadeira e apostasia.

Os Historicistas interpretam que o Apocalipse se desenrola através de épocas históricas. Geralmente, cada uma das sete igrejas é retratada como um período de tempo na história da igreja. Os defensores desta posição tendem a se ver como a igreja da última geração antes da 2ª vinda de Cristo.

Os reformadores do século XVI eram historicistas. Esta teoria foi defendida quase unanimemente pelos protestantes da Reforma até quase 100 anos atrás, sendo também adotada por muitas Igrejas no início no século XIX até hoje.

Uma característica comum das interpretações Historicistas é a identificação do Anticristo, a besta (Apocalipse 13), o homem do pecado ou o homem da iniqüidade (II Tessalonicenses 2), o pequeno chifre de Daniel 7 e 8, e a Prostituta da Babilônia (Apocalipse 17) com a Igreja Católica Romana e o Papado. Por isso é fácil entender o porquê desse ponto de vista seguidamente ser chamado de "protestante".

Outra característica é igualar a atual era da Igreja ao período da Tribulação utilizando-se da teoria dia/ano. O Historicismo toma literalmente números como 2.300 dias (Daniel 8.14) e 1.290 dias (Daniel 12.11) e os transforma em anos. Então, se alguém encontrar o ano inicial certo, basta apenas acrescentar 2.300 ou 1.290 anos para descobrir a data da volta de Cristo. Além disso, os historicistas também relacionam os juízos dos selos, das trombetas, e das taças a importantes eventos históricos nos últimos 2.000 anos. Por exemplo, o quinto selo em Apocalipse 6 é identificado com o martírio sob o imperador romano Diocleciano (284-304

Esta abordagem, naturalmente leva os historicistas a marcar datas.

A maioria dos esquemas elaborados pelos historicistas se concentra na história da Europa, mas existe um segmento que substitui a Europa pelos Estados Unidos. Algumas dessas pessoas acham que os EUA estão cumprindo as profecias referentes à Babilônia.

O quadro a seguir é um exemplo de interpretação histórica do livro de Apocalipse 6-19 feita por Albert Barnes (*)

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ITEM DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA DE BARNES
Primeiro Selo (Ap.6) Cavalo Branco – um Conquistador Paz e triunfo do Império Romano de Domiciano a Cômodo (96-180)
Segundo Selo (Ap.6) Cavalo Vermelho – guerra Sangue derramado a partir do reinado de Cômodo (193-)
Terceiro Selo (Ap.6) Cavalo Preto – fome Calamidade a partir do tempo de Caracala (211-)
Quarto Selo (Ap.6) Cavalo Amarelo – morte Morte por causa da fome, etc. Décio até Galieno (249- 268)
Quinto Selo (Ap.6) Mártires Martírio sob o gover no de Dioolociano (284-304)
Sexto Selo (Ap.6) Perturbações Celestiais Consternação pela ameaça das invasões dos bárbaros, godos e hunos (365-)
Primeira Trombeta (Ap.8) 1/3 da terra é atingido Alarico e os godos invadem o Império Romano Ocidental (395-410)
Segunda Trombeta (Ap.8) 1/3 do mar é atingido Invasões de Genserico e dos vândalos (428-468)
Terceira Trombeta (Ap.8) 1/3 dos rios é atingido Invasão de Átila e dos hunos (433-453)
Quarta Trombeta (Ap.8) 1/3 do sol, da lua e das estrelas é atingido Odacir e Heruli conquistam o Império Romano Ocidental (476-490)
Quinta Trombeta (Ap.9) Tempestade dos gafanhotos Poderes sarracenos e maometanos surgem no Oriente (5 meses de Apocalipse 9.5 -150 anos)
Sexta Trombeta (Ap.9) Cavaleiros massa­cram 1/3 dos homens Poderes turcos surgem no Oriente
O anjo e o livrinho (Ap.10) 0 anjo entrega o livro a João Reforma Protestante. Os 7 trovões de Apocalipse 10.3-4-falsa doutrina dos papas
A besta e o Falso Profeta (Ap.13) Eles blasfemam por 42 meses A carreira maligna da Roma eclesiástica e civil, 42 meses de Apocalipse 13.5-1.260 anos!
     

 

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ITEM DESCRIÇÃO INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA
Primeiras cinco taças são derramadas (Ap.16) Punição pelas úlceras; mar, rios e sol atingidos; escuridão A Revolução Francesa e os ataques dos seus segui dores ao papado
Sexta taça é derramada (Ap.16) O caminho é prepara do para os exércitos irem até o Armagedom Os espíritos semelhantes a rãs chamados de paganismo, islamismo e romanismo preparam seu combate final contra o Evangelho
Sétima Taça é derramada (Ap.16) Terremoto e granizo; a Babilônia é relembrada para ira O poder papal é destruído
A Babilônia é destruí da (Ap.17-18) A Babilônia é destruída Destruição do poder papal
Batalha do Armagedom (Ap.19) Cristo derrota a besta e seus exércitos O evangelho finalmente triunfa moralmente sobre seus inimigos que aparecem "como se" fossem devorados por pássaros

(*)Albert Barnes (1798 – 1870), americano, teólogo presbiteriano e comentarista bíblico.

Conclusão:

O Historicismo tornou-se uma interpretação dominante escatológica nos conflitos entre protestantes e católicos da Reforma. A abordagem historicista foi defendidada por Martinho Lutero e João Calvino.

Alguns Pré-milenistas gostam de mesclar a posição historicista com posições futuristas.

Amilenistas que adotoram a teoria Historicista: Albert Barnes, Robert Caringola, Adam Clarke, E.B. Elliott, Matthew Henry, e Fred P. Miller.

Outros Historicistas conhecidos: Issac Newton, Ellen White e Guinness.

O livro Prophetic Faith of Our Fathers [A fé profética de nossos pais], do autor L. E. Froom é uma excelente leitura para quem deseja saber mais sobre o historicismo.

Entre os protestantes conservadores, o Historicismo foi suplantado no século XIX pelo Futurismo, com o surgimento da teologia dispensacionalista.

Ainda hoje, alguns eruditos protestantes são conhecidos como historicistas.

 

Para saber mais: http://www.historicism.net/

Fontes:

http://www.arminianismo.com

http://www.wikipedia.org

Livro "Profecias de A a Z" de Thomas Ice & Timothy Demy

 

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