A 'Grande Tribulação' e a 'Segunda Vinda de Cristo' são os temas centrais. Muitos afirmam que haverá um período, em que uma Tribulação será mais severa, mais intensa e que assolará a Terra.
A grande discussão é: a Igreja (os salvos em Cristo) passará ou não por esse período de Tribulação?
Essa discussão, em torno de uma Tribulação, faz parte da teologia dos Milenistas, principalmente nos Dispensacionalistas.
Os Amilenistas não se preocupam com essa discussão, pois apesar de crer da Segunda Vinda de Cristo não crêem que haverá um Milênio e uma Tribulação literais.
Conceito
Jesus nos advertiu sobre um tempo de grande tribulação tal como o mundo jamais viu e que ocorreria antes do seu retorno, leia Mt 24:3-31.
A linha escatológica Pós-Tribulacionista defende que a Igreja passará por essa Grande Tribulação predita por Jesus, porém ela (a Igreja)será preservada da ira, ou seja, receberá uma proteção sobrenatural a exemplo de Israel que permaneceu no Egito durante o juízo das pragas, porém não foi atingido por elas. Outros exemplos são os de Noé, Ló e dos cristãos de Jerusalém quando da destruição de 70 d.C, o Senhor providenciou meios, revelações e ajuda a Seus servos para que pudessem se proteger da ‘Ira’.
Isso é possível, pois “tribulação” e “ira de Deus” são diferentes. Enquanto a tribulação será experimentada por todos, a ira de Deus visará apenas os ímpios, no qual os cristãos salvos serão poupados; Ap.3:10 é citado para provar essa teoria, onde o Senhor promete nos guardar da hora da provação:
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra.” (Ap 3:10)
O Pós-Tribulacionismo também identifica a Igreja como sendo os santos da Tribulação:
“Depois destas coisas olhei, e eis aqui uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas, que estavam diante do trono, e perante o Cordeiro, trajando vestes brancas e com palmas nas suas mãos; E um dos anciãos me falou, dizendo: Estes que estão vestidos de vestes brancas, quem são, e de onde vieram? E eu disse-lhe: Senhor, tu sabes. E ele disse-me: Estes são os que vieram da grande tribulação, e lavaram as suas vestes e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Apo 7:9, 13-14)
Nesta linha escatológica o Arrebatamento e o Aparecimento Glorioso são os mesmo eventos, não há distinção entre eles. O Arrebatamento só ocorrerá no final da Grande Tribulação e os crentes salvos e vivos serão arrebatados para se encontrar com o Senhor no ar e voltarão imediatamente com Ele à Terra.
Ressurgimento
Desde a década de 50 vários teólogos vêm abandonando outras posições escatológicas, como o Pré-Tribulacionismo e aderindo ao Pós-Tribulacionismo.
O motivo desse ressurgimento deve-se em parte por influência do ministro Batista George E. Ladd, Professor de Novo Testamento do Seminário Teológico Fuller. Ladd foi um defensor notável do Pré-Milenismo Histórico e crítico do ponto de vista Dispensacionalista. Escreveu alguns livros defendendo a tese Pós-Tribulacionista: “Crucial Questions About the Kingdom of God” (Questões Cruciais Sobre o Reino de Deus, de 1952), “The Blessed Hope” (A Bem-aventurada Esperança, de 1956) e “The Last Things” (As Últimas Coisas, de 1978).
George E. Ladd acreditava que o Pós-Tribulacionismo era o ponto de vista dos pais da Igreja e concluiu um estudo a esse respeito onde afirmou que: “Cada pai da Igreja que trata do assunto previa que a Igreja sofreria nas mãos do Anticristo”.
Principais Características
O Pós-Tribulacionismo utiliza o método de interpretação alegórico e por isso não faz distinção entre Israel e Igreja.
Crêem em duas ressurreições, sendo que a primeira será de todos os mortos salvos e ocorrerá no início do Milênio.
Quanto ao Reino de Deus, há Pós-Tribulacionistas que crêem que ele está presente nos corações dos homens (método alegórico) e há os que crêem em um Reino literal onde Cristo irá reinar nesta Terra.
Há Pós-Tribulacionistas que também são Pós-Milenistas e por isso crêem que Jesus voltará encerrando a Tribulação e também o Milênio e que ambos não têm tempo determinado, por esse motivo muitos ignoram a questão do Arrebatamento.
O Pós-Tribulacionismo nega:
– A doutrina da iminência (volta do Senhor a qualquer momento): ensina que vários sinais devem ser cumpridos antes que o Senhor possa vir.
– O cumprimento futuro da profecia de Daniel 9.24-27: alega que essa profecia já se cumpriu.
– O Dispensacionalismo: alega que o tempo chamado "tempo de angústia para Jacó" (Jr 30.7) também é para a Igreja e não só para Israel.
Alicerces Bíblicos
Arrebatamento e Segunda Vinda
“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” (1 Tessalonicenses 4:16-17)
O Pós-Tribulacionismo diz que somente Paulo mencionou que a Igreja seria tomada nos ares, e ele disse isso em apenas uma passagem da Carta aos Tessalonicenses. Por causa disso toda a discussão sobre Arrebatamento deve ter esses versos como fundamento.
Se esse é o único lugar nas Escrituras onde o Arrebatamento é mencionado, então todas as outras passagens que são citadas como base para o “Arrebatamento" têm que ter alguma conexão com este versículo.
Com base nesse argumento usam a passagem de Mateus 24:27-31, que julgam ser a mais próxima do Arrebatamento citado por Paulo:
“E, logo depois da aflição daqueles dias (Tribulação), o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos (Arrebatamento), de uma à outra extremidade dos céus.”
Com esses versículos fica provado que o Arrebatamento ocorrerá após a Tribulação, concluem.
Portanto, seria um equívoco perguntar quando o Arrebatamento ocorrerá, pois a Bíblia somente menciona a Vinda do Senhor e diz que quando Ele vier, nós seremos Arrebatados juntos para estar com Ele.
Logo, não existem dois eventos: Arrebatamento e Segunda Vinda. Há apenas um evento, por ocasião da Segunda Vinda os crentes serão Arrebatados. Dizem que a Bíblia não faz esta distinção, caso fosse um evento distinto, não usaria o termo ‘parousia’, que significa ‘Vinda’, mas sim a palavra ‘Arrebatamento’.
Outro argumento é que a Bíblia usa pelo menos duas outras palavras para descrever o retorno do Senhor e também não faz distinção entre elas: ‘apokalupsis’ que significa ‘revelação’ e ‘epiphaneia’ que significa ‘manifestação’. Ambas as palavras vem do grego e são usadas para descrever a esperança da Igreja e em passagens onde o assunto é a Segunda Vinda. Neste caso seria estranho que a Bíblia usasse três diferentes palavras (parousia, apokalupsis e epiphaneia) para descrever dois eventos diferentes e que estão separados por sete anos. Em outras palavras, seria confuso usar estas três palavras para falar de dois eventos diferentes, sem procurar distingui-los.
Tribulação
Outro grande argumento dos Pós-Tribulacionistas é a promessa de que a Igreja passará pela Tribulação.
Passagens usadas como base:
Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. (Mateus 24.9-11)
Mas olhai por vós mesmos, porque vos entregarão aos concílios e às sinagogas; e sereis açoitados, e sereis apresentados perante presidentes e reis, por amor de mim, para lhes servir de testemunho. Mas importa que o evangelho seja primeiramente pregado entre todas as nações. Quando, pois, vos conduzirem e vos entregarem, não estejais solícitos de antemão pelo que haveis de dizer, nem premediteis; mas, o que vos for dado naquela hora, isso falai, porque não sois vós os que falais, mas o Espírito Santo. E o irmão entregará à morte o irmão, e o pai ao filho; e levantar-se-ão os filhos contra os pais, e os farão morrer. E sereis odiados por todos por amor do meu nome; mas quem perseverar até ao fim, esse será salvo. (Marcos 13.9-13)
E seguia-o grande multidão de povo e de mulheres, as quais batiam nos peitos, e o lamentavam. Jesus, porém, voltando-se para elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos. Porque eis que hão de vir dias em que dirão: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, e os peitos que não amamentaram! Então começarão a dizer aos montes: Caí sobre nós, e aos outeiros: Cobri-nos. Porque, se ao madeiro verde fazem isto, que se fará ao seco? (Lucas 23.27-31)
Crêem que esses versículos são dirigidos à Igreja e não à Israel, como querem os Pré-Tribulacionistas. Outras passagens usadas como argumentos:
Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. (João 15.18,19)
Tenho-vos dito estas coisas para que vos não escandalizeis. Expulsar-vos-ão das sinagogas; vem mesmo a hora em que qualquer que vos matar cuidará fazer um serviço a Deus. Tenho-vos dito isto, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, eu venci o mundo. (João 16.1,2,33)
Segundo o Pós-Tribulacionismo, diante de todas essas promessas de uma Tribulação fica impossível dizer que a Igreja será Arrebatada antes desse período.
Todos esses argumentos são ainda mais fundamentados pela citação de perseguições presentes em Atos, das quais a Igreja foi vítima como cumprimento parcial daqueles alertas:
E também Saulo consentiu na morte dele. E fez-se naquele dia grande perseguição contra a Igreja que estava em Jerusalém; e todos foram dispersos pelas terras da Judéia e de Samaria, exceto os apóstolos. E uns homens piedosos foram enterrar Estêvão, e fizeram sobre ele grande pranto. E Saulo assolava a Igreja, entrando pelas casas; e, arrastando homens e mulheres, os encerrava na prisão. (At 8.1-3)
E os que foram dispersos pela perseguição que sucedeu por causa de Estêvão caminharam até à Fenícia, Chipre e Antioquia, não anunciando a ninguém a palavra, senão somente aos judeus. (At 11.19)
Confirmando os ânimos dos discípulos, exortando-os a permanecer na fé, pois que por muitas tribulações nos importa entrar no Reino de Deus. (At 14.22)
Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; (Rm 12.12)
Ressurreição
Segundo o Pós-Tribulacionismo a ressurreição dos santos mortos ocorrerá por ocasião do Arrebatamento da Igreja, usam o versículo de Tessalonicenses como base bíblica:
Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. (l Ts 4.16).
Conseqüentemente, o Arrebatamento está junto com a ressurreição.
Outro argumento é as passagens que falam sobre uma ressurreição de santos mortos (primeira ressurreição) elas sempre estão associadas à Vinda do Senhor:
Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. (Is 26.19),
Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos? (Rm 11.15),
E serás bem-aventurado; porque eles não têm com que to recompensar; mas recompensado te será na ressurreição dos justos. E, ouvindo isto, um dos que estavam com ele à mesa, disse-lhe: Bem-aventurado o que comer pão no Reino de Deus. (Lc 14.14,15)
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte; mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo, e reinarão com ele mil anos. (Ap 20.4-6),
E iraram-se as nações, e veio a tua ira, e o tempo dos mortos, para que sejam julgados, e o tempo de dares o galardão aos profetas, teus servos, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra. (Ap 11.18),
E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. (Dn 12.1-3).
Os Pós-Tribulacionistas afirmam que as passagens do Antigo Testamento provam que a ressurreição dos santos ocorrerá com a Revelação de Cristo antes do Reino Milenar, logo a ressurreição da Igreja será junto com a ressurreição de Israel. Então a ressurreição da Igreja marca a hora do Arrebatamento.
Parábola do trigo e do joio
"Deixai-os crescer juntos até à colheita, e, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ajuntai primeiro o joio, atai-o em feixes para ser queimado; mas o trigo, recolhei-o no meu celeiro" (Mt 13.30).
Os Pós-Tribulacionistas entendem que os anjos irão agrupar o joio no final dos tempos, mas só transladarão (arrebatar) a Igreja, representada pelo trigo do campo, deixando o joio confinado para julgamento.
As Setentas Semanas de Daniel
Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo. Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar, e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos. E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações. E ele firmará aliança com muitos por uma semana; e na metade da semana fará cessar o sacrifício e a oblação; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador. (Daniel 9.24-27)
Segundos os Pós-Tribulacionistas a profecia de Daniel 9.24-27 já foi cumprida em sua totalidade, não havendo intervalo entre a sexagésima nona e a septuagésima semana da profecia. Dizem que todo o plano ali determinado já teve seu cumprimento concluído no ano 70a.C. com a destruição de Jerusalém.
Argumentam que se existissem "espaços" entre as semanas a profecia seria vaga, ilusória e enganosa.
As "sessenta e nove semanas" ("sessenta e duas semanas" + "sete semanas"), chegaram “até o Messias”, ou seja, até o início de seu ministério. Na verdade a última das "setenta semanas" proféticas começou com João Batista e sua pregação pública sobre o Reino de Deus e quando Cristo foi batizado, tentado e começou também a pregar meses depois.
A primeira metade da semana (3 anos e meio) foi usada para pregar o evangelho do Reino. Na metada da semana ocorreu a Páscoa ou quatrocentos e oitenta e seis anos e meio depois "do mandamento para restaurar e construir Jerusalém".
Cristo, de acordo com essa teoria, é Aquele que confirma a Aliança, e no período de Seu ministério as seis grandes promessas de Daniel 9.24 foram cumpridas: cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniqüidade, trazer a justiça eterna, selar a visão e a profecia e ungir o Santíssimo.
Portanto, esses sete anos, adicionados aos quatrocentos e oitenta e três anos, somam quatrocentos e noventa anos (70 semanas), de modo que toda a profecia, desde os tempos e acontecimentos correspondentes, foi cumprida ao pé da letra.
2 Tessalonicenses 1:5-10
Prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do Reino de Deus, pelo qual também padeceis; Se de fato é justo diante de Deus que dê em paga tribulação aos que vos atribulam, E a vós, que sois atribulados, descanso conosco, quando se manifestar o Senhor Jesus desde o céu com os anjos do seu poder, Como labareda de fogo, tomando vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo; Os quais, por castigo, padecerão eterna perdição, ante a face do Senhor e a glória do seu poder, Quando vier para ser glorificado nos seus santos, e para se fazer admirável naquele dia em todos os que crêem (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós).
Nesses versículos os Pós-Tribulacionistas afirmam que Paulo está indicando claramente que Deus dará aos crentes o descanso quando Jesus vier em chamas de fogo, trazendo retribuição. Então Paulo diz que os descrentes irão pagar as penalidades, "quando ele vem para ser glorificado nos santos naquele dia". Concluem que não há dúvida de que a Vinda para os santos e a Vinda para executar vingança são a mesma Vinda.
2 Tessalonicenses 2:1-3
Ora, irmãos, rogamo-vos, pela Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, e pela nossa reunião com ele, Que não vos movais facilmente do vosso entendimento, nem vos perturbeis, quer por espírito, quer por palavra, quer por epístola, como de nós, como se o dia de Cristo estivesse já perto. Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim sem que antes venha a apostasia, e se manifeste o homem do pecado, o filho da perdição.
Nestes versos Paulo volta ao assunto ‘Segunda Vinda’. Ele o faz dizendo "quanto à Vinda do nosso Senhor Jesus Cristo e à nossa reunião com Ele". Então ele diz que o Dia do Senhor "não virá sem que primeiro venha a apostasia, e o homem da iniqüidade seja revelado, o filho da destruição".
Segundo o Pós-Tribulacionismo esta é a mais clara negação do Arrebatamento "a qualquer momento" – iminente – que alguém possa imaginar.
Dizem que esta passagem fala por si mesma, pois parafraseando o que Paulo está dizendo, teríamos: "Quanto à sua Vinda e a nossa reunião com ele, isto não acontecerá até…".
Então, colocando dessa forma, fica subentendido que Paulo liga a Vinda do nosso Senhor com a nossa reunião com Ele (Arrebatamento), porque ele está falando sobre ambos, logo não se trata de dois eventos separados.
Concluem que seria estranho Paulo alertar que o anticristo precisaria vir primeiro, pois eles não estariam ali para ver, neste caso Paulo deveria alertar que primeiro haveria o Arrebatamento.
Apocalipse 20:4-5
E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição.
Está claro para todos que, os eventos mencionados nos versos acima, ocorrerão depois da Tribulação, pois pessoas estão assentadas no trono reinando com Jesus. Com base nessa premissa, os Pós-Tribulacionistas afirmam que isto é a Primeira Ressurreição. Se o Arrebatamento é precedido pela Ressurreição dos crentes (1Ts 4:15-17; 1Co 15:52), e isto é a Primeira Ressurreição, então o Arrebatamento deve ser depois da Tribulação.
1 Coríntios 15:50-55
E agora digo isto, irmãos: que a carne e o sangue não podem herdar o Reino de Deus, nem a corrupção herdar a incorrupção. Eis aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos transformados; Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória?
Esta passagem e a de 1 Ts 4:17 (“Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor”) são provavelmente as passagem mais conhecidas para as pessoas em geral, em relação ao Arrebatamento.
Porém, os Pós-Tribulacionistas, sustentam que a passagem de 1 Coríntios 15:50-55 não se refere ao Arrebatamento. Dizem que Paulo enfatizou que iriam acorrer os seguintes eventos: o soar da trombeta, os mortos ressuscitarão e os vivos seriam transformados "num piscar dos olhos". Não há menção de um Arrebatamento.
O motivo pelo qual as pessoas relacionam essa passagem a existência de um Arrebatamento é a expressão "num piscar dos olhos", porém o que Paulo quis dizer é que num piscar de olhos seremos transformados e não ‘Arrebatados’.
1 Coríntios 15:23-24
Mas cada um por sua ordem: Cristo as primícias, depois os que são de Cristo, na sua Vinda. Depois virá o fim, quando tiver entregado o Reino a Deus, ao Pai, e quando houver aniquilado todo o império, e toda a potestade e força.
Os Pós-Tribulacionistas argumentam que esta passagem mostra os seguintes tipos de ressurreição: do Senhor; a primeira (geral) ressurreição e então seguirá a segunda ressurreição.
Com isso a teoria Pré-Tribulacionista de que haverá múltiplas ressurreições dentro da Primeira Ressurreição é eliminada.
O argumento: se a ressurreição dos "que são de Cristo na sua Vinda" ocorre no Arrebatamento, então a "Primeira Ressurreição" de João (Ap 20:5) também ocorre no Arrebatamento. E se realmente "os que são de Cristo na sua Vinda" é uma referência a Segunda Vinda, então nem Paulo não menciona o Arrebatamento ou o Arrebatamento ocorre na Segunda Vinda. Que esta última é a verdadeira sabe-se porque é demonstrada pelo relato no livro de Apocalipse que mostra que aqueles que morrem durante a Tribulação, certamente seriam incluídos em "os que são de Cristo".
Mateus 24:29-31
E, logo depois da aflição daqueles dias, o sol escurecerá, e a lua não dará a sua luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências dos céus serão abaladas. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. E ele enviará os seus anjos com rijo clamor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus.
Os Pós-Tribulacionistas se baseiam nesta passagem para sustentar a tese de que o Arrebatamento e a Segunda Vinda são o mesmo evento.
Não crêem que Jesus estava falando apenas para os judeus, como sustentam os Pré-Tribulacionistas, mas também para a Igreja que iria ser formada após sua ascensão. Jesus falou essas palavras aos discípulos que seriam a fundação da futura Igreja. Seria um absurdo achar que tudo Jesus falou e ensinou nos Evangelhos foi apenas para os judeus e sem aplicação para a futura Igreja.
O discurso de Jesus foi para responder a uma pergunta: "Que sinal haverá da sua Vinda, e o fim dos tempos?" Jesus respondeu descrevendo a Grande Tribulação, sua Vinda nas nuvens, o som de trombetas e a reunião dos eleitos (Arrebatamento).
Lucas 17:26-31
E, como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem. Comiam, bebiam, casavam, e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos. Como também da mesma maneira aconteceu nos dias de Ló: Comiam, bebiam, compravam, vendiam, plantavam e edificavam; Mas no dia em que Ló saiu de Sodoma choveu do céu fogo e enxofre, e os consumiu a todos. Assim será no dia em que o Filho do homem se há de manifestar. Naquele dia, quem estiver no telhado, tendo as suas alfaias em casa, não desça a tomá-las; e, da mesma sorte, o que estiver no campo não volte para trás.
Segundo os Pós-Tribulacionistas, Jesus está mostrando que Deus virá em juízo no mesmo dia em que os crentes serão salvos: "Assim será no dia em que o Filho do Homem se há de manifestar".
2 Pedro 3:8-15
Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, Aguardando, e apressando-vos para a Vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça. Por isso, amados, aguardando estas coisas, procurai que dele sejais achados imaculados e irrepreensíveis em paz. E tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada;
Um dos argumentos Pós-Tribulacionista é que Pedro usa a expressão "como um ladrão" que é geralmente usada em referência à Segunda Vinda de Cristo.
Pedro descreve o evento dando a impressão de que os crentes estarão esperando ‘Aguardando, e apressando-vos para a Vinda do dia de Deus ‘ e que estão conectados com a promessa de Deus ‘O Senhor não retarda a sua promessa’.
Pedro também declara que Paulo escreveu sobre essas coisas em suas epístolas.
Então concluem que se os eventos desta passagem ocorrem na Segunda Vinda, e se estes eventos eram o que os crentes nesta epistola estavam esperando, então a nossa esperança e a nossa expectativa é a Segunda Vinda e não o Arrebatamento: "O Senhor não retarda a sua promessa… mas o Dia do Senhor virá…", ou seja, a promessa será cumprida no Dia do Senhor.
Finalizam dizendo que a Igreja deve esperar ver estes eventos acontecerem e deve procurar estar preparada quando Ele vier. Isto dificilmente pode ser aplicado na visão Pré-Tribulacionista.
Proponentes
Alguns proponentes dessa escatologia são: Benjamin Newton, George Muller, William Booth (fundador do Exército da Salvação) e Charles Spurgeon.
Pós-Tribulacionismo – Defende que os cristãos serão Arrebatados no final da Grande Tribulação, quando também ocorrerá a Segunda Vinda de Cristo.
O autor do artigo a seguir, apresenta uma defesa ao Arrebatamento Pós-Tribulacionista.
Não compartilho desse posicionamento, pois acredito que Deus livrará a Noiva (Igreja) da Ira Vindoura.
Isso não quer dizer que a Igreja não possa passar por tribulações e perseguições, mas nunca o Juízo, pois esse, a Bíblia mostra que será para os injustos e os que rejeitaram a graça salvadora.
"Pois do céu é revelada a ira de Deus contra toda a impiedade e injustiça dos homens que detêm a verdade em injustiça." Rom 1:18
"E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura." (1 Tes 1:10)
"Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo." (1 Tes 5:9)
Os posicionamentos escatológicos não devem ser motivos para divisão, são apenas visões diferentes da profecia bíblica. Nunca devemos nos esquecer que adoramos ao mesmo Deus e temos a mesma bendita esperança (Tito 2:13).
Com base nesse conceito, publico artigos com todas as teorias escatológicas, ora defendendo, ora refutando.
O estudante de escatologia poderá ler e confrontar todas essas correntes escatológicas.
Quais os principais fundamentos Pós-Tribulacionistas:
1. Jesus, em seu sermão profético, relaciona somente sua vinda após a tribulação, não mencionando em nenhum momento um arrebatamento oculto anterior ao momento da vinda em glória e sim um arrebatamento que faz parte de sua gloriosa vinda, logo após a grande tribulação (Mateus 24:29-31, Marcos 13:24-27 e Lucas 21:25-27)
2. A Bíblia não revela em nenhum lugar que a volta de Jesus será dividida em duas etapas: uma oculta, anterior à tribulação, e outra visível, após a tribulação. Pelo contrário, a Palavra determina apenas duas vindas: uma já concretizada há aproximadamente 2.000 anos e a outra ainda porvir (Hebreus 9:27-28)
3. Paulo revela que o arrebatamento ocorrerá ante a última trombeta. Jesus revelou que, por ocasião de sua vinda em glória, logo após a grande tribulação, haverá toque de trombeta. Portanto, nesse momento será tocada a última trombeta (I Coríntios 15:52, Mateus 24:31)
4. A promessa feita aos discípulos pouco após a ascenção de Cristo, aponta para seu regresso visível como Rei, pousando seus pés sobre o Monte da Oliveiras para derrotar o anticristo. Os discípulos, por ocasião da ascenção, estavam no Monte das Oliveiras e viram o acontecimento. Os anjos lhes revelaram que da mesma forma que Jesus tinha subido, Ele voltaria. Ou seja, de forma visível e pousando seus pés sobre o Monte das Oliveiras (Atos 1:11-12, Zacarias 14:3-4)
5. A Igreja primitiva não tinha qualquer idéia "pré-tribulacionista". Os cristãos primitivos esperavam a volta de Jesus já em seus dias, para livrá-los da perseguição e tribulação em que viviam, e não para evitar que eles entrassem num processo tribulacional. A idéia pré-tribulacionista surgiu no século XIX, atrelada ao dispensacionalismo (II Tessalonicenses 1:7-8)
6. Paulo descarta toda idéia de iminência anterior à concretização dos sinais profetizados por Jesus. Ele ensinou aos tessalonicenses que a vinda de Jesus e a nossa reunião com Ele, não ocorreria antes da apostasia generalizada e da manifestação do anticristo, mantendo a mesma ordem profetizada por Jesus no sermão profético (II Tessalonicenses 2:1-3, Mateus 24:10-15)
7. A volta de Jesus será como "um ladrão na noite" para aqueles que não a esperam e/ou não estão vigiando e atentos aos sinais (I Tessalonicenses 5:4, Apocalipse 3:3)
8. A volta de Cristo está relacionada na Bíblia ao DIA DO SENHOR, que será um dia literal e não um período de sete anos. Jesus mencionou a profecia de Joel 2:10 para especificar os sinais que antecederiam imediatamente sua vinda gloriosa, relacionando a mesma ao DIA DO SENHOR através dos mesmos sinais: o sol e a lua escurecendo. Joel nos revela que esses mesmos sinais antecederão o DIA DO SENHOR, relacionando esse dia ao dia da volta de Jesus e não ao período tribulacional de sete anos (Mateus 24:29, Joel 2:10, Isaias 13:10, Ezequiel 32:7-10)
9. É nítida na Bíblia a presença de servos de Deus em meio à tribulação dos últimos tempos. Não se trata de "ex-desviados", pois os cristãos da grande tribulação guardam os mandamentos de Deus e mantêm o testemunho de Jesus, algo impossível sem a atuação do Espírito Santo. Muitos desses servos de Deus, a exemplo dos cristãos primitivos, serão martirizados e odiados "por todas as nações" (Apocalipse 12:17, Apocalipse 6:9-11, Apocalipse 14:8-13, Mateus 24:9-12, Marcos 13:20, João 17:15, Daniel 7:25-27)
10. Desses cristãos, alguns serão protegidos de forma sobrenatural durante a tribulação, a exemplo do que ocorreu com o povo de Israel no Egito durante as pragas (Apocalipse 3:10, Apocalipse 12:14-16, Daniel 11:33-34, Mateus 24:22)
11. O chamado para “vigiar” (o termo vigiar vem de vigília = noite) e se manter atento aos sinais e à santidade, se prolonga até o final da tribulação (Apocalipse 16:15)
12. Jesus, em sua primeira abordagem direta sobre sua volta, relaciona diretamente o momento do arrebatamento à sua vinda gloriosa e à derrota dos exércitos do anticristo no Armagedom. Isso fica patente ao comparar Lucas 17:28-37 com Apocalipse 19:11-21 (Presença de destruição, cadáveres e aves de rapina)
13. O objetivo da tribulação não é o extermínio da raça humana nem a destruição total do planeta. Jesus compara sua vinda aos dias de Noé no que concerne ao descaso das pessoas diante das profecias e à malignidade das duas épocas em questão. Porém, os acontecimentos são diferentes: No dilúvio, o propósito era destruir todo ser vivo, exceto Noé, família e os animais na arca. Na volta de Jesus, a destruição virá sobre o sistema maligno no qual o mundo jaz e sobre aqueles que se prostram diante de tal sistema (I João 5:19, I Coríntios 15:23-25, Gênesis 6:7, Gênesis 8:21-22)
14. Após a grande tribulação haverá sobreviventes, inclusive das nações que marcharão contra Jerusalem no Armagedom (Zacarias 14:16)
15. Não existe base bíblica para separar a igreja da Israel espiritual. Apesar de existirem castigos e promessas específicas para a nação israelense, não se justifica presumir por isso um arrebatamento pré-tribulacional. Nós somos o Israel de Deus, filhos de Abraão, segundo a promessa (Efésios 2:14, Gálatas 3:29, Romanos 11:24:32)
16. Não existe legitimação para “dividir” a atuação de Deus em dispensações separadas e excludentes. O que vemos na Bíblia é uma revelação progressiva do plano de Deus para a humanidade. Deus trata com todos ao mesmo tempo. Um exemplo disso é que Deus continua atuando profeticamente com Israel em plena “era dos gentios”
17. Não existe base bíblica alguma para sustentar a volta de Jesus “a qualquer momento”. O próprio Cristo se deteve para revelar todos os grandes sinais que antecederiam sua volta. Após o cumprimento de todos os sinais profetizados pelo Mestre é que sua volta será “a qualquer momento”. Paulo também nos revela dois grandes sinais (Mateus 24:33, II Tessalonicenses 2:1-3). Não se pode usar as epístolas paulinas para sustentar a volta de Jesus “a qualquer momento”, pois elas foram escritas para diversas igrejas até 66 d.C., ano em que Paulo morreu decapitado em Roma. Naquele ano não havia se cumprido sequer o primeiro grande sinal profetizado por Jesus: a destruição de Jerusalem, que só ocorreu em 70 d.C. Paulo e nenhum dos apóstolos ensinaram um arrebatamento “sem sinais prévios”
16. A salvação nos livra da ira de Deus. Quando falamos em “ira” relacionada à salvação espiritual, não é correto associar essa “ira” a um processo tribulacional, onde os danos sofridos pelos servos de Deus são físicos. O próprio autor do versículo em questão morreu decapitado dentro de um processo de perseguição e tribulação. A salvação que temos é espiritual e eterna, a qual nos torna isentos da ira eterna de Deus, porém não isentos de passar por tribulações (I Tessalonicenses 1:10, I Tessalonicenses 4:9)
19. Todos os termos neo-testamentários usados para referir-se à vinda de Jesus, nos dão a idéia de um evento visível, notável e não oculto: ephiphaneia (aparecimento), apokalipsys (revelação) e parousia (vinda-manifestação)
20. A primeira ressurreição ocorrerá por ocasião da vinda de Cristo em glória, no final da tribulação. Essa “primeira” ressurreição exclui uma ressurreição em massa anterior a esse momento (Apocalipse 20:4-6)
21. Toda a revelação escatológica de Jesus, dos apóstolos e até do Apocalipse, é direcionada à Igreja. Que objetivo haveria em revelar-nos esses pormenores e instruir-nos a estarmos atentos aos sinais, se a Igreja não estivesse inserida nesses acontecimentos?
22. As “bodas do Cordeiro” ocorrerão após a vinda do reino de Deus. O anúncio dessas bodas é feito no final da tribulação (Apocalipse 19:7, Lucas 22:18 – Lucas 21:31)
23. Jesus nos insta a estarmos atentos aos sinais e a não sermos enganados em meio à tribulação pelos sinais malignos dos “anticristos” e “falsos profetas” (Marcos 24:4, Mateus 24:24, Lucas 12:54-59).
24. Jesus disse que “quem perseverar até o fim será salvo”. O “fim” de sua narrativa profética no sermão do Monte das Oliveiras é sua vinda em glória, logo após a tribulação (Mateus 24:13, Mateus 24:6)
25. Jesus predisse que os seus servos seriam odiados “por todas as nações” e que o evangelho seria pregado em testemunho “a todas as nações”. Esses eventos ainda não aconteceram em sua plenitude e devem ocorrer durante a tribulação com a perseguição institucionalizada contra a Igreja e a diáspora decorrente dessa perseguição, produzindo um avivamento nunca antes visto e possibilitando a pregação a “todas as nações”.
26. Se o pré-tribulacionismo estiver certo, nós, pós-tribulacionistas, estamos preparados pela fé e através do novo nascimento para o arrebatamento anterior à tribulação. Se a posição pós-tribulacionista estiver certa, estaria a Igreja preparada em todos os aspectos para enfrentar esses momentos de sofrimento físico e social extremos? Estão todos sendo ministrados para enfrentarem essa possibilidade? Estão todos sendo ensinados a vigiarem em virtude do engano generalizado que se aproxima?
Perguntas aos que Crêem num Rapto Pré-Tribulacional
1. Se TODOS seremos transformados num momento, num abrir e fechar de olhos, como será possível que permaneçam escolhidos ou santos para serem transformados depois, no final da tribulação?
Quando a Bíblia fala do rapto, diz a respeito tanto dos vivos como mortos que “todos seremos transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos” (1 Coríntios 15:51,52). Se o rapto ocorre antes dos 7 anos de tribulação, somente os crentes que estiverem vivos ou mortos até esse ponto serão transformados.
2. O que acontecerá com os crentes que morrerem durante este período de tribulação, ou que chegarem ao final da tribulação com vida? Serão imediatamente transformados os mortos? E então, com os vivos, o que se passará? Serão então arrebatados e transformados com um segundo grupo?
Não há base para tal crença. A Bíblia fala de um único rapto e não de dois, e de “uma só ressurreição (para vida)” (Apocalipse 20:5), não de duas; e esta ressurreição acontecerá no “ultimo dia” (João 6:39;40;44;54).
3. Se o rapto é na última trombeta, como é possível que ainda restem sete trombetas para soar? Além do mais, se o rapto é a última trombeta, quando soará a penúltima (antes da última) trombeta do rapto?
1 Coríntios 15:51-52 diz que a transformação será quando soar a última trombeta.
4. Quem são estes escolhidos? E se são escolhidos, porque permanecerão na terra e não foram no rapto?
Haverá falsos Cristos e falsos profetas enganadores no tempo da grande tribulação e tentarão enganar os escolhidos. Mateus 24:21,24.
5. Se a igreja é arrebatada antes da tribulação, quem pregará o evangelho do reino em todo o mundo?
Romanos 10:13-14,17 diz: “Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo. Como pois invocarão aquele em quem não creram? e como crerão naquele de quem não ouviram falar? e como ouvirão, se não há quem pregue?… De sorte que a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Deus.” Alguns responderão que serão aqueles que ficarem que pregarão; outros têm dito que Deus terá um grupo reservado na terra para tal tarefa e outros dizem que serão os anjos. Ao que perguntamos:
Como é possível que os que não creram enquanto o Espírito Santo estava lhes dando poder e valor, possam estar agora diante da maior perseguição de todos os tempos pregando?
Nem sequer os apóstolos puderam sair a pregar sem que antes viesse o Espírito Santo. Alguns dizem que quem pregará serão os 144 mil selados que aparecem no livro de Apocalipse; porém, a Bíblia não diz que eles serão pregadores, e ainda que pudessem ser, isso é somente uma conjectura sem respaldo bíblico.
6. Providencie um texto bíblico onde diga que as bodas do Cordeiro ou as ceias durarão sete anos?
De acordo com a doutrina pré-tribulacionista, a igreja estará no céu celebrando as bodas do Cordeiro, enquanto os sete anos de tribulação estarão se passando sobre a terra.
7. Providencie um texto bíblico onde diga que as bodas do Cordeiro começarão sete anos antes da segunda vinda de Cristo.
8. Demonstre através da Bíblia que a grande tribulação durará sete anos.
9. Se o Espírito Santo, que tem um papel tão importante na salvação, não estará para redargüir e convencer o pecador de seu pecado, como, pois, crerão os que não são salvos? (De acordo com muitos pré-tribulacionistas, quando a igreja for levada antes do começo da grande tribulação, o Espírito Santo também será tirado do meio para que o Anticristo se manifeste).
10. Como é possível que a vinda do Senhor para redimir Seu povo seja em secreto e que ao mesmo tempo todos a vejam?
A vinda do Filho do Homem para Seu povo não será em secreto. Em Lucas 21:27-28, JESUS nos diz (leia com atenção):
“E então verão vir o Filho do homem numa nuvem, com poder e grande glória. Ora, quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai as vossas cabeças, porque a vossa redenção está próxima”.
As coisas que sucederão serão os sinais no sol, na lua, nas estrelas, a angústia entre as pessoas, o bramido do mar e das orlas, o desfalecimento dos homens e o temor descritos em Lucas 21:25-27, justamente antes da vinda do Senhorpara redimir os Seus escolhidos.
11. O arrebatamento parcial (a maioria dos pré-milenistas crêem nele): não lhes recorda esta segunda oportunidade o ensinamento da heresia Católica Romana do purgatório, o qual é uma segunda oportunidade para os mortos pagar expiação por seus próprios pecados?
Esta crença ensina que somente os crentes que forem dignos serão arrebatados antes da tribulação, enquanto que os que não tiverem sido fiéis terão que passar pela tribulação e deixar que suas cabeças sejam cortadas para poderem ser salvos. Utiliza-se o verso de Hebreus 9:28 para demonstrar que se necessita preparação. É como um tipo de uma segunda oportunidade para os vivos.
12. Como é possível que, sendo novos convertidos, meninos na fé e sem o Espírito Santo (que supostamente já não está com os crentes), estes novos cristãos de menos de 3 anos de convertidos, sem igreja, nem pastor, nem mestre que lhes ensine a Bíblia, possam suportar os ataques do Anticristo e serem pregadores?
Os pré-tribulacionistas ensinam que durante a grande tribulação, os santos da tribulação são aqueles que se convertem a Cristo durante este período. Agora, neste tempo, não há muita perseguição, temos o Espírito Santo, e temos mestres e pastores que ensinam a Bíblia e a maioria não se atreve a dizer a um ímpio “Cristo te ama”.
Seguindo a teologia Pré-milenarista Dispensacionalista: Como é possível que a primeira ressurreição ocorra no rapto, sete anos ANTES da tribulação e que ao mesmo tempo a primeira ressurreição marque o começo do milênio em Sua segunda vinda DEPOIS da tribulação?
Obs: Na seção Comentários o Prof. José Nunes respondeu às perguntas Pós-Tribulacionistas. Confira.
A 'Grande Tribulação' e a 'Segunda Vinda de Cristo' são os temas centrais. Muitos afirmam que haverá um período, em que uma Tribulação será mais severa, mais intensa e que assolará a Terra.
A grande discussão é: a Igreja (os salvos em Cristo) passará ou não por esse período de Tribulação?
Essa discussão, em torno de uma Tribulação, faz parte da teologia dos Milenistas, principalmente nos Dispensacionalistas.
Os Amilenistas não se preocupam com essa discussão, pois apesar de crer da Segunda Vinda de Cristo não crêem que haverá um Milênio e uma Tribulação literais.
Definições:
Pré Milenistas e Pós Milenista – Trata-se da interpretação dos mil anos de reinado de Cristo sobre a terra. Existem três visões básicas sobre o milênio: pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo.
Dispensacionalistas – Doutrina teológica e escatológica que afirma que a segunda vinda de Jesus Cristo será um acontecimento no mundo físico, envolvendo o arrebatamento e um período de sete anos de tribulação, após o qual ocorrerá a batalha do Armagedon e o estabelecimento do reino de Deus na Terra. A palavra "dispensação" deriva-se de um termo latino que significa "administração" ou "gerência", e se refere ao método divino de lidar com a humanidade e de administrar a verdade em diferentes períodos de tempo.
Amilenistas -O amilenismo clássico crê num milênio que iniciou-se com a primeira Vinda de Cristo, representando o período do Evangelho, que segue entre a Ressurreição de Cristo e a Segunda Vinda de Cristo.
Introdução
Arrebatamento do grego harpazo (αρπαζω), que significa: 1) pegar, levar pela força, arrebatar; 2) agarrar, reivindicar para si mesmo ansiosamente; 3) arrebatar.
"… depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor." (1 Tes 4:17)
"… salvai-os, arrebatando-os do fogo; quanto a outros, sede também compassivos em temor, detestando até a roupa contaminada pela carne." (Jd 23)
Essa palavra não aparece na Bíblia, mas é usada para descrever a “rápida trasladação para cima”, “arrebatar do fogo”, “puxar com força para cima”.
Foi usada para descrever o arrebatamento de Filipe de uma cidade para outra, após a conversão do eunuco etíope:
"Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo." (At 8:39).
Isso é exatamente o que Cristo vai fazer com os cristãos, a Noiva do Cordeiro!
Conceito
Resumidamente a linha escatológica do Pré-Tribulacionismo defende que Cristo virá buscar seus fiéis, a Igreja, no chamado “Arrebatamento”. Os Pré-Tribulacionistas crêem que Cristo tirará a Igreja antes da Grande Tribulação e que esta tem como propósito encerrar o tempo dos gentios e preparar o povo de Israel para a restauração no milênio, governado por Cristo.
O Dispensacionalismo (Dispensação) ensina que há um tratamento diferente entre dois povos: judeus e gentios, visto que são grupos distintos, haverá um plano de Deus exclusivo tanto para Israel como para a Igreja, sendo que a Grande tribulação é uma Dispensação onde Deus tem como objetivo trabalhar com Israel e não com a Igreja, que já teve o seu período de salvação na Dispensação da Graça. A igreja é um mistério não-revelado no Antigo Testamento. Esse plano de mistério deve ser completado antes que Deus possa retomar seu plano com Israel e completá-lo. Essas considerações surgem do método literal de interpretação.
Neste caso, seria incoerente a Igreja passar pela Grande Tribulação devido esses propósitos, ou seja, o propósito da Grande Tribulação é preparar a conclusão do plano geral de Deus para a humanidade e não purificar ou testar a Igreja.
O Pré-Tribulacionismo acredita que Cristo voltará a qualquer momento para buscar sua Igreja. (Rm 8: 19-25; ICo 1:7; Fil 4:5; Tt 2:13; Tg 5:9; Jd 21: I Ts 4:18; etc).
Alicerces Bíblicos e Teológicos
Interpretação Literal das Escrituras – A interpretação literal da Bíblia, significa explicar o sentido do texto apenas com o uso normal do texto, levando em consideração a gramática, o contexto histórico e o contexto da passagem. (Leia o post sobre Interpretação Literal e Alegóricaaqui)
Pré-Milenismo – Ensina que Jesus Cristo voltará antes do período milenar.
Futurismo – Crença que todos os eventos ocorrerão no futuro, durante a Grande Tribulação, na Segunda Vinda e no Milênio.
Diferença Entre Israel e a Igreja – Israel e a Igreja são vistos como dois organismos diferentes pela Bíblia, se fosse um apenas não haveria necessidade de restauração de Israel. Leia o estudo sobre as "Alianças Bíblicas e a Escatologia – Israel e a Igreja"
Principais Características
O Método de Interpretação é Literal e não Alegórica;
A Grande tribulação é a última das Setentas Semanas de anos de Daniel 9:24-27, portanto a Grande Tribulação terá a duração de sete anos.
As Setenta Semanas de anos de Daniel 9:24-27 estão determinadas para Israel, e não para a Igreja, portanto a Igreja não passará pela Grande Tribulação.
O Dispensacionalismo (Estudo das Dispensações) tem grande influência nas posições defendidas pelos Pré-Tribulacionistas, e pelos Pré-Milenistas, por crer que Deus não mistura as coisas, pelo contrário, ele tem um objetivo diferente em cada uma das Dispensações, e na Grande Tribulação seu maior objetivo é Repreender, castigar e educar a Israel com vara de juízo, preparando os Judeus para enfim aceitarem a Jesus Cristo como o Messias prometido, Ezequiel 20:37, Deuteronômio 4:30, visto que Israel não aceita a Jesus Cristo, mas fará acordo com o Anticristo Isaías 28:15, João 5:43, II Tes 2:3-4.
A Grande Tribulação é conhecida como tempo da 'Ira de Deus', ou seja, o período em que Deus irá derramar a sua Ira sobre os gentios que não aceitaram o amor de Cristo, oferecido durante a Dispensação da Graça, e tratar com o povo Judeu pela rejeição do Messias, Jesus Cristo (I Tes 1:10 e 5: 9 e Apocalipse 6:16-17). Neste contexto, Deus não iria derramar a sua Ira sobre a Igreja, que aceitou o amor de Cristo, a ponto de ser comparada a sua Noiva
Argumentos Essenciais
1 – O método literal de interpretação
A controvérsia básica entre amilenistas e pré-milenistas é a questão do método de interpretação empregado no tratamento de profecias: interpretação literal x interpretação figurada. Caso o método literal de interpretação das Escrituras for o certo, então a interpretação pré-tribulacionalista é a correta.
Dessa maneira, a doutrina da volta pré-tribulacionalista de Cristo para instituir um reino literal resulta de métodos de interpretação literal das promessas e das profecias do Antigo Testamento. E natural, portanto, que o mesmo método básico de interpretação deva ser empregado na interpretação do arrebatamento.
2 – As Setenta Semanas de Daniel
Existem várias palavras usadas no Antigo e no Novo Testamento em referência ao período da septuagésima semana, as quais, quando examinadas em conjunto, oferecem a natureza essencial ou o caráter desse período:
1) ira (Ap 6.16,17; 11.18; 14.19; 15.1,7; 16.1,19; l Ts 1.9,10; 5.9; Sf 1.15,18);
2) julgamento (AP 14.7; 15.4; 16.5-7; 19.2);
3) indignação (Is 26.20,21; 34.1-3);
4) castigo (Is 24.20,21);
5) hora do julgamento (Ap 3.10);
6) hora de angústia (Jr 30.7);
7) destruição (Jl 1.15);
8) trevas (Jl 2.2; Sf 1.14-18; Am 5.18).
Essas referências abrangem todo o período, não apenas parte dele, de modo que todo o período é assim caracterizado.
Esse período testemunhará o derramamento da ira divina por toda a terra, embora esteja em questão toda a terra, esse período é particularmente dirigido a Israel. Jeremias 30.7, que chama esse período "tempo de angústia de Jacó", confirma isso. Os acontecimentos da septuagésima semana são acontecimentos do "Dia do SENHOR" ou "dia de Jeová". O uso do nome Jeová indica o relacionamento de Deus com a nação de Israel.
Esse período está sendo profetizado em Daniel 9: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade" (v. 24). Todo esse período faz, então, referência ao povo de Daniel, Israel, e à cidade santa de Daniel, Jerusalém.
Visto que muitas passagens do Novo Testamento como Efésios 3.1-6 e Colossenses 1.25-27 mostram claramente que a Igreja é um mistério e sua natureza como um corpo composto por judeus e gentios não foi manifestada no Antigo Testamento, a Igreja não poderia estar nessa e em nenhuma outra profecia do Antigo Testamento.
Já que a igreja não teve sua existência senão depois da morte de Cristo (Ef 5.25,26), senão depois da ressurreição de Cristo (Rm 4.25; Cl 3.1-3), senão depois da ascensão (Ef 1.19,20) e senão depois da descida do Espírito Santo em Pentecostes, com o início de todos os Seus ministérios a favor do crente (At 2), não poderia constar das primeiras 69 semanas dessa profecia. Já que a igreja não faz parte das primeiras 69 semanas, que estão relacionadas apenas ao plano de Deus para com Israel, ela não pode fazer parte da septuagésima semana, que está, mais uma vez, relacionada ao plano de Deus para Israel, depois que o mistério do plano de Deus para a Igreja for concluído.
A Bíblia indica que existem dois propósitos principais a ser cumpridos na septuagésima semana.
1. O primeiro propósito está declarado em Apocalipse 3.10: "Porque guardaste a palavra da minha perseverança, também eu te guardarei da hora da provação que há de vir sobre o mundo inteiro, para experimentar os que habitam sobre a terra". Esse período tem em vista "os que habitam sobre a terra", e não a Igreja. A mesma expressão ocorre em Apocalipse 6.10; 11.10; 13.8,12,14; 14.6 e 17.8. Na sua utilização, João oferece não uma descrição geográfica, mas sim uma classificação moral.
"A palavra "habitam" do grego 'katoikeo' é usada para descrever a totalidade do Deus que habitava em Cristo (Cl 2.9); é usada para a moradia permanente de Cristo no coração do crente (Ef 3.17) e dos demônios retornando para obter posse absoluta de um homem (Mt 12.45; Lc 11.26). Ela deve ser diferenciada da palavra 'oikeo', que é o termo geral para "habitar", e de 'paroikeo', que tem a idéia de transitório, "visitar". O termo 'katoikeo' inclui a idéia de permanência. Dessa maneira, o julgamento referido em Apocalipse 3.10 dirige-se aos habitantes da terra daquele dia, aos que se estabeleceram na terra como se fosse sua verdadeira casa, aos que se identificaram com o comércio e a religião da terra. (Henry C. THIESSEN, Will the church pass through the tribulation?, p. 28-9.)"
Visto que esse período está relacionado com os "que habitam a terra", os que se estabeleceram em ocupação permanente, não pode ter nenhuma referência à Igreja, que seria sujeita às mesmas experiências se estivesse aqui.
"Uma segunda consideração é o uso do infinitivo' peirasai' (tentar) para expressar propósito. A definição dessa palavra diz que Deus é o seu sujeito ao "infligir males a alguém para provar seu caráter e sua constância na fé". Como Deus vê a Igreja em Cristo e nEle aperfeiçoada, esse período não pode ter nenhuma referência a ela, pois sua legitimidade não precisa ser testada." (Henry C. THIESSEN)
"Eis que eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o grande e terrível Dia do SENHOR; ele converterá o coração dos pais aos filhos e o coração dos filhos a seus pais, para que eu não venha e fira a terra com maldição." (Malaquias 4.5,6)
O profeta declara que o ministério desse Elias seria preparar para o Rei que estava prestes a vir. Em Lucas 1.17 promete-se que o filho de Zacarias "irá adiante do Senhor no espírito e poder de Elias" para atuar nesse ministério e "habilitar para o Senhor um povo preparado". Com respeito à vinda de Elias que deveria ter sido um sinal para Israel, o Senhor declara:
"Então, ele lhes disse: Elias, vindo primeiro, restaurará todas as cousas; como, pois, está escrito sobre o Filho do homem que sofrerá muito e será aviltado? Eu, porém, vos digo que Elias já veio, e fizeram com ele tudo o que quiseram, como a seu respeito está escrito". (Mc 9.12,13).
Jesus mostra a seus discípulos que João Batista tinha o ministério de preparar o povo (de Israel) para Ele. "E, se o quereis reconhecer, ele mesmo é Elias, que estava para vir" (Mateus 11.14).
Então o primeiro ministério de João Batista era preparar a nação de Israel para a vinda do Rei (Jesus). Só podemos concluir, então, que Elias, que está por vir antes do terrível Dia do Senhor, tem um único ministério: preparar um remanescente em Israel para a chegada do Senhor (A Segunda Vinda de Cristo).
Concluindo: esses dois propósitos, a provação dos habitantes da terra e a preparação de Israel para o Rei, não têm nenhuma relação com a Igreja. Essa é a evidência complementar de que a Igreja não estará na septuagésima semana.
Há ainda outra consideração.
A última Semana de Daniel 9 é dividida em duas partes de três anos e meio cada, porém a natureza e o caráter da Semana é uma só, formando uma totalidade. Logo não há como admitir a permanência da Igreja na primeira metade da última Semana (teoria Meso-Tribulacionista), pois como ela estaria isenta septuagésima semana (70a. semana de anos) e permanecer na primeira metade da semana?
A impossibilidade de incluir a igreja na última metade torna igualmente impossível incluí-la na primeira parte, pois, embora as Escrituras dividam o período da semana, não fazem distinção a respeito da natureza e do caráter das duas partes.
3 – A natureza da Igreja
Há distinções entre a Igreja e Israel e são claramente demonstradas nas Escrituras.
Igreja e o Israel Nacional: a igreja é composta por aqueles que confessam a fé em Cristo e que tenham nascido de novo. Israel nacional baseia-se em nascimento físico, e todos os que pertencem a esse grupo e não forem salvos serão sujeitos à ira da tribulação.
Igreja e o Israel Espiritual: Antes de Pentecostes, existiam indivíduos salvos, mas não existia Igreja, e eles faziam parte do Israel Espiritual, não da Igreja. Depois do Pentecostes e até o arrebatamento encontramos a Igreja, corpo de Cristo, mas não encontramos o Israel Espiritual. Depois do arrebatamento não encontramos a Igreja, mas novamente um Israel verdadeiro ou Espiritual.
Igreja – mistério não-revelado: não era mistério que Deus proveria salvação para os judeus, nem que os gentios seriam abençoados com esta salvação. O fato de que Deus formaria de judeus e gentios um só corpo nunca foi revelado no Antigo Testamento e constitui o mistério citado por Paulo em Efésios 3.1-7, Romanos 16.25-27 e Colossenses 1.26-29. Todo esse novo plano não foi revelado até a rejeição de Cristo por Israel. É depois da rejeição que o Senhor faz a primeira promessa da futura igreja (Mateus 16.18). É depois da rejeição da cruz que a igreja tem seu início, em Atos 2. É depois da rejeição final de Israel que Deus chama Paulo para ser apóstolo aos gentios, e por meio dele o mistério da natureza da Igreja é revelado. Pode-se dizer que a Igreja é uma interrupção do plano de Deus para Israel, que não foi iniciada até que Israel rejeitasse a oferta do reino. Segue-se, logicamente, que esse plano de mistério deve ser concluído antes que Deus possa retomar Seu trato com a nação de Israel. O plano do mistério, tão distinto no seu início, certamente será separado na sua conclusão. Esse plano deve ser concluído antes que Deus retome e complete Seu plano para Israel. O conceito da Igreja como mistério leva, inevitável, ao arrebatamento pré-tribulacionista.
Evidências de um Arrebatamento Pré-Tribulacional
1 – Promessa de livramento da Ira de Deus
A Grande Tribulação é também chamada de “O Dia da Ira do Senhor”.
“O Dia da Ira do Senhor” vai chegar para o mundo inteiro (Sl 110:5; Is 13:6-13 e Ap. 6:16-17). Os cristãos sempre foram sujeitos à perseguições, porém será diferente na Grande Tribulação. As perseguições são causadas por homens maus e pelo diabo, enquanto que na Grande Tribulação de sete anos será um período referente à ira divina. (Ap. 6:16-17; 14:10).
Alguns acreditam que a Igreja (todos os cristãos que formam a Noiva de Cristo) não será poupada no tempo da Ira, mas será salva através damesma. Porém a Bíblia revela que os que estiverem na Terra durante a Grande Tribulação não escaparão da Ira:
"Pois quando estiverem dizendo: Paz e segurança! então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida; e de modo nenhum escaparão". (1 Tess 5:3)
A Bíblia promete o livramento da presença da Ira:
“Vigiai, pois, em todo o tempo, orando, para que sejais havidos por dignos de evitar todas estas coisas que hão de acontecer, e de estar em pé diante do Filho do homem” (Lucas 21:36).
Desse forma, a Igreja deverá ser, fisicamente, removida da Terra, caso contrário, teria que suportar o dia da Ira. Deus promete a remoção em Apocalipse 3:10:
“Como guardaste a palavra da minha paciência, também eu te guardarei da hora da tentação que há de vir sobre todo o mundo, para tentar os que habitam na terra”.
Este verso não diz que Deus vai guardar a Igreja através da provação, mas livrá-la dela.
2 – O Arrebatamento é iminente
Qual é a definição bíblica de iminência? Um acontecimento iminente é aquele que está sempre "pairando acima de alguém, constantemente prestes a vir sobre ou a alcançar alguém; próximo quanto à sua ocorrência" (Dr. Renald Showers – The Oxford English Dictionary, 1901, V. 66).
Assim, a iminência traz consigo o sentido de que algo pode acontecer a qualquer momento. Outras coisas podem acontecer antes do evento iminente, mas nada precisa acontecer antes que ele aconteça. Se alguma coisa precisa acontecer antes de determinado evento ocorrer, tal evento não é iminente. Em outras palavras, a necessidade de que algo ocorra antes destrói o conceito de iminência.
Cristo ensinou isto em Mt 24:42, 44; 25:13 e Mc 13:30.
Paulo ensinou isto em Fl 4:5 (“Perto está o Senhor”); Tt 2:13.
Tiago ensinou em Tg 5:8-9.
Pedro ensinou na 1 Pe 4:7.
A Igreja primitiva vivia na expectativa da volta de Cristo (1 Tes. 1:9-10). O apóstolo Paulo assim instruiu a igreja em Tessalônica:
“MAS, irmãos, acerca dos tempos e das estações, não necessitais de que se vos escreva; porque vós mesmos sabeis muito bem que o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão. Mas vós, irmãos, já não estais em trevas, para que aquele dia vos surpreenda como um ladrão; porque todos vós sois filhos da luz e filhos do dia; nós não somos da noite nem das trevas. Não durmamos, pois, como os demais, mas vigiemos, e sejamos sóbrios; porque os que dormem, dormem de noite, e os que se embebedam, embebedam-se de noite. Mas nós, que somos do dia, sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e do amor, e tendo por capacete a esperança da salvação; porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Tes. 5:1-9).
A igreja não está aguardando o aparecimento do Anticristo, mas a volta do Filho de Deus.
3 – Igreja, mistério não revelado no Velho Testamento (Ef 3:1-11)
A Igreja não faz parte da cronologia dos eventos narrados pelos profetas do Velho Testamento. Eles profetizaram claramente a Primeira Vinda de Cristo, o Seu miraculoso nascimento, Sua vida, morte, ressurreição e ascensão. Os mesmos profetas descreveram a Segunda Vinda de Cristo em glória, precedida por um tempo de tribulação mundial, seguida pelo estabelecimento do glorioso reino messiânico, a partir de Jerusalém. Porém, esses profetas não viram o mistério da Igreja:
“O qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas” (Efésios 3:5).
Entre a Primeira e a Segunda Vindas, existe um intervalo que não foi visto pelos profetas do Velho Testamento. Este intervalo é a 'Era da Igreja'. Os profetas do VT não viram que Israel seria deixada, temporariamente, em compasso de espera, enquanto Deus iria chamar, entre todas as nações, um corpo especial de pessoas. Após ter completado este intento, e quando o tempo dos gentios chegar ao fim, Deus vai restaurar o relógio profético de Israel e cumprir todas as promessas do Velho Testamento em relação à Sua antiga nação escolhida, pois:
“…o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado. (Rm 11:25).
A Grande Tribulação diz respeito a Israel, não à Igreja. Este período atual do mistério vai terminar com a remoção da Igreja da Terra. Então, o Senhor executará o Seu plano para a nação de Israel, quando cumprirá as profecias do Velho Testamento sobre o tempo das dores de Jacó, a vinda do Messias e o estabelecimento do reino messiânico.
4 – O Apocalipse mostra que a Igreja não estará na Terra durante a Grande Tribulação
A igreja não é vista na Terra nos capítulos 4 a 18 do Apocalipse.
Israel será a testemunha de Deus durante a Grande Tribulação e não a Igreja. (Apocalipse 7).
As orações dos santos em Apocalipse 8 são de julgamento. Somente Israel faz orações deste tipo. A Igreja é ensinado a orar pelos seus inimigos e não contra eles (Lc 9:51-56). As orações do Apocalipse são as orações dos Salmos, embasadas nas promessas feitas a Abraão, de amaldiçoar os que amaldiçoassem Israel (Gn 12:1-3).
Os gafanhotos com poder de escorpiões do Apocalipse 9 receberam permissão para atormentar os habitantes da Terra, exceto os judeus que tiverem na testa o sinal de Deus, colocado pelo anjo do Apocalipse 7. Se a Igreja estivesse na Terra estaria sujeita a este horrendo castigo de Deus.
Apocalipse 10 identifica os eventos de Apocalipse 4 a 18 com os eventos profetizados pelos profetas do Velho Testamento – os dias da Grande Tribulação e o Dia do Senhor. A Igreja nunca esteve na visão destas profecias do Velho Testamento, pois era um mistério oculto. A Igreja tem um propósito e um programa diferentes da nação de Israel. Esta nação é que está focalizada nas profecias do Velho Testamento e em Apocalipse de 4 a 18.
O ministério das duas testemunhas de Apocalipse 11 identifica-as com a nação de Israel e com as profecias do Velho Testamento sobre o “Dia do Senhor”. Estas duas testemunhas ministrarão em Jerusalém, a capital de Israel. A Igreja não tem Jerusalém como capital; sua cidade é celestial, não terrena (Cl 3:1-4; Fl 3:17-21). As duas testemunhas estão vestidas de pano de saco, o que é típico de Israel. Em parte nenhuma, a Igrejas se veste de pano de saco. Apocalipse 11:4 identifica as duas testemunhas com a profecia do Velho Testamento, Zacarias 4:3, 11, 14 (As duas Oliveiras) se refere a Israel, não à igreja. Além disso, as duas testemunhas invocam julgamento sobre os inimigos (Apocalipse 10:5-6). Jesus repreendeu os Seus discípulos por desejarem isto e instruiu os crentes da Igreja no sentido de que deviam orar pelo bem-estar dos seus inimigos, não pela sua destruição. (Lucas 9:54-56; Romanos 12:14; 17-21).
O diabo persegue Israel, não a igreja, durante a Tribulação (Apocalipse 12). Não pode haver dúvida alguma de que a mulher neste capítulo é identificada como a nação de Israel. O verso 5 mostra uma mulher dando à luz Cristo; é óbvio que Jesus foi dado à luz por Israel, não pela igreja(Isaías 9:6-7; Romanos 9:5). Além disso, os símbolos de Apocalipse 12:1-2 lembram a familiar tipologia de Israel no VT, onde Israel é apresentada como uma mulher (Isaías 54:4-5). O sol, a luz e as doze estrelas lembram o sonho de José relativo a Israel (Gênesis 37:9). As palavras de Apocalipse 12:2 são quase uma exata citação de Miquéias 5:3, referindo-se ao trabalho de parto, que deu à luz o Messias. Estes símbolos não são usados nas Igrejas do Novo Testamento.
5 – A Purificação de Israel
A maioria das profecias sobre o Período da Tribulação encontra-se no Antigo Testamento e, portanto, é claramente destinada a Israel.
O Período da Tribulação objetiva fazer a purificação (ver Apocalipse 7:9 e 14:4) e preparar a conversão nacional de Israel (comparar com Ezequiel 20:37-38; Zacarias 13:1,8-9). Até mesmo esse mais terrível de todos os tempos será usado por Deus para o bem final, e levará a história em direção ao fim que Ele planejou. Apesar de todos os horrores desse tempo terrível, o objetivo é claro que ele levará ao livramento:
"Ah! porque aquele dia é tão grande, que não houve outro semelhante; e é tempo de angústia para Jacó; ele, porém, será salvo dela." (Jr 30:7).
6 – Casamento Judaico e a Igreja
Os paralelos entre o costume hebraico do casamento e o arrebatamento da igreja são inegáveis! A Noiva (a Igreja) deve esperar a vinda do Noivo (Jesus Cristo) na casa de seu pai (este mundo, controlado por Satanás). Quando o Noivo volta após um período de separação de dois anos (2.000 anos?), a Noiva é levada para a casa do Pai do Noivo (a casa do Pai Celestial) onde ocorre a cerimônia de casamento. A lua-de-mel na nova casa (as "moradas" de João 14:2) dura sete dias (corresponde aos sete anos do Período da Tribulação aqui na Terra).
A Importância do Arrebatamento Pré-Tribulacional
Cristo, Paulo, João e Pedro ensinaram que a volta de Jesus seria iminente e deveria ser esperada a qualquer momento (Mt 24:44; Fl 4:5; Tg 5:8-9 e 1 Pe 4:7). Os cristãos primitivos viveram na expectativa da volta de Cristo como um cumprimento literal das profecias:
“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura” (1 Tes. 1:9-10).
A doutrina de um Arrebatamento Pré-Tribulacional motiva à purificação da vida pessoal do cristão:
Ela encoraja o crente nas tribulações e perseguições:
“Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor. Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras (1 Tes. 4:17-18).
Ela coloca o foco da igreja na Grande Comissão (Mt 28:18-20; Mc 16:15; At 1:8). Ela nos ensina a pregar o evangelho, a ganhar pessoas para Cristo e a estabelecer igrejas, pois “a igreja do Deus vivo [é] a coluna e firmeza da verdade” (1 Tm 3:15), como o assunto mais urgente. D. L. Moddy estava certo quando disse: “Vejo este mundo como um barco destruído. Deus me deu um bote salva-vidas e me disse: ‘Moody, salve tantos quantos você puder’”.
Ela nos motiva a trabalhar na obra do Senhor (1 Co 15:58).
Ela nos motiva a uma vida obediente (1 Tes 5:4-7; 1 Jo 3:1-3).
Ela nos motiva a nos separarmos do mal (Tt 2:13-14).
Ela mantém os crentes longe da heresia e da apostasia (2 Tm 4:3-4 e 1 Jo 2:24-28).
Alguém me fez uma grande pergunta outro dia: “As escrituras realmente prometem um arrebatamento Pré-Tribulação, ou isso é só uma opinião passada adiante de professor para aluno”? Então ele me desafiou a citar um só verso da Bíblia que levaria uma pessoa a acreditar na posição Pré-Tribulacionista se ainda não tivesse ouvido um professor falar sobre isso. Ele disse que em todos os seus estudos não havia sido capaz de encontrar nenhum. Vejamos se ele está certo.
Primeiro, Alguns Pontos Genéricos
O Arrebatamento não é outro nome para a Segunda Vinda. Como 1 Tes 4.15-17 e João 14.1-3 explicam, o Arrebatamento é um evento secreto, não agendado, onde Jesus vem a meio caminho da terra para encontrar Sua Igreja nos ares e nos levar para estar com Ele onde Ele está agora. Eu digo não agendado e secreto porque a sua cronologia específica permanece desconhecida até que ele verdadeiramente ocorra.
Por outro lado, a Segunda Vinda é um evento público agendado em que Jesus vem até a terra com Sua Igreja para estabelecer um Reino aqui. Eu digo agendado e público porque o tempo geral da Sua vinda será conhecido na terra com mais de 3 anos e meio de antecedência, e público porque todos na terra serão capazes de testemunhar Sua chegada. Mat 24.29-30 diz que isso acontecerá imediatamente após a Grande Tribulação e todas as nações verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu.
A afiliação à Igreja e, portanto, a participação no Arrebatamento depende de ter pessoalmente aceitado a morte do Senhor como pagamento total por seus pecados. Ainda que Sua morte tenha na verdade comprado o perdão para todos, nós temos que pessoalmente pedir para ter o nosso ativado. Todos os que pedem salvação recebem um incondicional, irrevogável “Sim!” (Mat 7.7-8, João 3.16, Efé 1.13-14). “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós” (2 Cor 1.20).
Isso é Grego Para Mim
E finalmente, ainda que os críticos possam verdadeiramente dizer que a palavra Arrebatamento não aparece em nenhuma passagem das Escrituras, a declaração não é correta em sua intenção. Arrebatamento (rapto) é uma palavra de origem latina, não hebraica ou grega, as línguas da Bíblia. (A mais antiga tradução da Bíblia foi para o latim, e a palavra rapto vem dela). O seu equivalente grego é harpazo, que é encontrada no texto em grego de 1 Tes 4.17. Quando traduzidas para o Inglês (e outras línguas), ambas as palavras significam “ser apanhado, ou surrupiado”. Harpazo, a palavra que Paulo realmente usou, vem de raízes que significam “erguer do chão” e “tomar para si mesmo” e implicam em que ao fazê-lo o Senhor está ansiosamente nos reclamando para Si mesmo. Então, enquanto a palavra latina não aparece em nossas Bíblias, o evento que ela descreve certamente sim. Há uma situação similar com a palavra Lúcifer, também de origem latina. Ela não aparece em nenhum dos textos originais também, mas ninguém seria tolo o bastante para negar a existência de Satanás em uma base tão débil.
Com essa introdução, vamos primeiro à mais bem conhecida das passagens do Arrebatamento.
“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tes 4.15-17).
A maioria de nós está familiarizada com esses versos. Mas note que eles não lhe dizem quando o arrebatamento ocorrerá, mas somente que ocorrerá. Note também que o Senhor na vem todo o caminho até a terra. Nós o encontramos nas nuvens e então, de acordo com João 14.1-3, voltaremos com Ele para o lugar de onde veio. Se isso fosse a 2ª Vinda, Ele estaria vindo aqui para estar onde estamos, não para nos levar para onde Ele está.
Paulo descreve o mesmo evento em 1 Cor 15.51-52. Em um instante, em um piscar de olhos, os mortos em Cristo ressuscitarão e os vivos serão transformados. Ali ele diz que está revelando um segredo, mas a ressurreição dos mortos não era um segredo. Ela pode ser encontra em todo o Antigo Testamento. O segredo era que alguns não morrerão, mas serão levados vivos para a presença do Senhor em seguida a uma transformação instantânea. O arrebatamento acontece rapidamente. Em um momento estamos caminhando na terra e no momento seguinte estamos no Reino.
Não tente usar a referência à trombeta no verso 52 para marcar a cronologia. Há várias “Ultimas Trombetas” na Bíblia e na tradição judaica. Esse verso significa somente que será a última trombeta que ouviremos antes de ser transformados. Como tanto a passagem de Coríntios como a de Tessalonicenses descrevem a mesma coisa, é seguro assumir que essa trombeta é a mesma mencionada em 1 Tes 4.16 e não nos aponta para nenhum outro evento.
Assim, essas duas referências dizem que uma geração de humanos não morrerá, mas será repentinamente transformada de nossa forma terrena para a celestial. E, como tanto Mat 24.31 (ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus) quanto Apo 17.14 (vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis) dizem que estaremos com o Senhor quando Ele retornar, isso tem que acontecer algum tempo antes da 2ª Vinda. E não podem ser somente os crentes ressuscitados voltando com Ele porque as passagens do Arrebatamento acima dizem que seremos transformados ao mesmo tempo em que os mortos são ressuscitados.
Então Quando Isso Acontece?
No Novo Testamento, a mais clara indicação que conseguimos no departamento de cronologia é encontrada em 1 Tes 1.9-10. “Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura”. A palavra grega traduzida como “da” nesta passagem é “apo”. Tomada literalmente, ela significa ser resgatado do tempo, lugar ou de qualquer relação com a Ira de Deus. Isso denota tanto afastamento quanto separação. Isso é apoiado por 1 Tes 5.9 que declara, “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Alguns gostam de apontar que você não pode usar a Ira de Deus intercambiavelmente com a Grande Tribulação. Elas não são a mesma coisa, eles dizem. E estão certos, os dois termos não são sinônimos. A Grande Tribulação tem a duração de 3 anos e meio e começa em Apo 11-13. Já a Ira de Deus é muito mais longa, começando em Apo 6, como o verso 17 explica. Os advogados do arrebatamento Pós-Tribulação e Pré-Ira tentam negar, mas as Escrituras são claras. O tempo da Ira de Deus começa com o Juízo dos Selos. O Juízo das Taças, que acontece depois, não inicia o tempo da Sua Ira, eles concluem (Apo 15.1). Ser resgatada do tempo, do lugar e de qualquer relação com a Ira de Deus significa que a Igreja tem que desaparecer antes de Apo 6, e é por isso que cremos que o Arrebatamento acontece em Apo 4 e a Igreja é o grupo de crentes visto no Céu em Apo 5.
Seja Você o Juiz
Agora, vamos aplicar o teste do meu questionador. Poderia um crente, assentado sozinho na proverbial ilha deserta com nada mais que uma Bíblia e sem idéias pré-concebidas concluir que há um Arrebatamento pré-tribulação somente lendo sobre isso, ou ele somente poderia ser guiado a esta posição ouvindo primeiro alguém lhe ensinar sobre ela?
Bem, de Isa 13.9-13 e Amós 5.18-20 ele teria aprendido que Deus irá julgar a terra por seus pecados em um tempo terrível chamado o Dia do Senhor, quando Ele derramará Sua Ira sobre a humanidade.
Lendo Mat 24.21-22, ele aprenderia que esse tempo de julgamento seria tão ruim que, se o Senhor não pusesse um fim a ele, ninguém sobreviveria. Mas o Senhor porá um fim a ele voltando em poder e glória. Sabe que o Senhor não voltou ainda, ele saberia que a Ira de Deus ainda está no futuro.
Quando chegasse a 1 Tes 1.9-10, ele veria uma declaração bastante clara. Jesus nos resgata da ira vindoura. Na metodologia do “quem, o que, onde, quando e porque” dos repórteres investigativos, ele teria o Quem (Jesus), o o que (nos salva), e o quando (o tempo da ira por vir). Lendo adiante ele chegaria a 1 Tes 4.15-17 e teria o onde (da terra para as nuvens) e em 1 Tes 5.9 o porque (porque não estamos destinados à ira).
Daí ele logicamente concluiria que, já que seremos resgatados por volta do tempo da ira vindoura e como não estamos destinados para a ira, nosso resgate teria que precedê-la. Ele poderia também responder outra das perguntas do repórter investigativo em 1 Tes 4.15-17 e seria assim que aconteceria. O Senhor mesmo descerá do Céu para a nossa atmosfera e repentinamente nos arrebatar da terra para encontrar com Ele lá. No capítulo 5 ele aprenderia que nunca saberia o tempo exato desse evento mas somente que precederia a ira futura.
É claro que há muitas outras passagens que Eu poderia referenciar, mas acho que coloquei o meu ponto e respondi às perguntas. De fato, eu darei mais um passo. Creio que como nosso leitor hipotético não tem ninguém para persuadi-lo de forma diferente, ele assumiria o que está lendo como literal. E se esse for o caso, então a posição pré-tribulacionista é a única conclusão a que ele poderia logicamente chegar, porque todas as outras posições requerem uma reinterpretação de moderada a massiva das Escrituras.
Eu defendo que deixado sozinho para digerir isso somente com a ajuda do Espírito Santo, ele esperaria ser arrebatado antes de a Ira de Deus começar em Apo 6. Você vê, Deus não escreveu a Bíblia para nos confundir, mas para nos informar. É a humanidade que misturou tudo. Se você der o Espírito Santo a um estudante de mente limpa, não contaminada por opiniões e preconceitos humanos, Ele traria tal pessoa ao entendimento do Arrebatamento que é mais consistente com a interpretação literal das Escrituras. E isso requer um arrebatamento pré-tribulação.
Mas Espere, Tem Mais
Enquanto estamos no tópico, há um outro assunto que aponta para um Arrebatamento pre-tribulação e nos vem na forma de uma pista em 1 Tes 4.15, logo no começo da passagem do Arrebatamento. O verso 15 começa com a frase “Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor”. Simplesmente não há no Novo Testamento lugar algum em que Jesus tenha falado sobre alguns serem ressuscitados e outros serem transformados para encontrar o Senhor nos ares. Ele nunca disse nada parecido com isso, nem mesmo insinuou tal coisa.
Aqueles que crêem vê-lo em Mat 24.40-41 primeiramente têm que ignorar o fato de que Jesus estava explicando eventos na terra no próprio dia de Seu retorno, o que colocaria o Arrebatamento após a 2ª Vinda, algo em que ninguém acredita. Eles também têm que ignorar o fato de que em Mat 24.40-41 tanto crentes quanto descrentes são mandados para algum lugar, os crentes sendo recebidos para Ele, enquanto os descrentes são lançados fora. Você tem que pesquisar as palavras gregas traduzidas como “levado” (paralambano) e “deixado” (alphiemi) para descobrir isso, mas quando o fizer você verá que o português é enganoso. Nenhum ponto de vista do Arrebatamento inclui o posicionamento dos não crentes, nem mesmo menciona isso.
Por falar nisso, este é um grande exemplo do porque de a interpretação literal, histórica, gramatical ser tão importante. Nossa Bíblia foi basicamente escrita em Hebraico e Grego. Toda tradução se baseia no movimento das palavras de uma língua para outra. Esse processo nem sempre produz um encaixe perfeito, e assim homens eruditos tem que fazer concessões a isso e exercer seu próprio julgamento de tempos em tempos. Mas os homens não são perfeitos. Todos nós temos nossos defeitos. Quando se trata de um assunto importante onde você quer um significado exato é sempre bom verificar novamente o trabalho deles.
Felizmente temos uma inacreditável ferramenta na Concordância de Strong. Ela contém cada palavra hebraica e grega da Bíblia com seus significados primários e secundários, com que freqüência cada palavra aparece na Bíblia e quais significados são usados em cada utilização. Você pode comparar esses com o significado que os tradutores usaram e ver se concorda com seu tratamento da passagem. Fazendo isso com Mat 24.40-41, você descobrirá que o significado principal de paralambano é receber e que o significado principal de alphiemi é lançar fora.
Pessoas com uma disposição pós-tribulacionista lêem 1 Tes 4.15, e então se voltam para Mat 24.40-41 onde encontram um grupo sendo “levado” e outro sendo “deixado” após o fim da Grande Tribulação. Presumindo que essas eram as próprias palavras do Senhor a que Paulo se referia, eles param por ai. Viram o que queriam ver.
É claro que nada disso diz respeito ao nosso leitor na ilha deserta acima. Os versos que usei lá são claros o bastante para não necessitar qualquer pesquisa na língua original. Então, ele não precisaria de uma Concordância de Strong, somente da Bíblia.
Qual é o Ponto?
Se Jesus nunca ensinou sobre o Arrebatamento, a quais das “próprias palavras do Senhor” Paulo se referia? Alguns dispensam a frase, dizendo que Paulo estava falando de uma conversa que teve com o Senhor que não aparece nas Escrituras. Mas eu creio que merecemos uma resposta melhor do que essa. Lembre-se, 1ª Tessalonicenses foi provavelmente a primeira comunicação escrita de Paulo, realizada em 51 AD. Dependendo da opinião de quem você aceita, o Evangelho de Mateus estava ou sendo escrito ou há cerca de 10 anos à frente. Aqueles que lhe atribuem uma data mais antiga dizem que foi escrito aos Judeus em Jerusalém e deve até mesmo ter sido escrito em Hebraico. Em qualquer dos casos, nem este nem qualquer outro evangelho estava ainda em ampla distribuição. (O Evangelho de Marcos, o outro candidato para o mais antigo a ser escrito, não contem um equivalente de Mat 24.40-41). Então, se Paulo estava se referindo às Escrituras, como creio que estava, tinha que ser o Antigo Testamento.
Sim, como tudo mais no plano de Deus, você encontrará pistas do Arrebatamento até mesmo no Antigo Testamento. Veja esta passagem de Isa 26.19-21. “Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos”.
Note como os pronomes mudam da segunda pessoa quando Deus fala do Seu pova para a terceira pessoa quando Ele fala do povo da terra. Isso significa que os dois grupos são diferentes. Àqueles chamados de “meu povo” é mandado “entrar em seus quartos (lugares)” (os lugares de João 14.1-3?) por que os outros, chamados de “os moradores da terra”, serão punidos por seus pecados em um período de tempo chamado de Sua Ira. Parece familiar? (Nota: a palavra hebraica traduzida como “vai” na frase “Vai, pois, povo meu” é traduzida como “vem” em algumas traduções, lembrando o comando dado a João em Apocalipse 4, “Sobe aqui!”, mas a palavra tem outro significado principal que é meu favorito. Ela significa desaparecer. “Desaparece, pois, povo meu!” Sim, nós vamos.)
Nem com um esforço de imaginação essa passagem já foi cumprida literalmente. Ela é uma profecia para os Tempos do Fim que promete uma ressurreição dos mortos e a ocultação do povo de Deus enquanto a Ira de Deus é liberado sobre o povo da terra por seus pecados. E ela foi escrita 2750 anos atrás. A ocultação dos Judeus no deserto na terra no começo da Grande Tribulação (Apo 12.14) não pode ser considerada como um cumprimento para esta passagem porque nenhuma ressurreição a acompanha. (A ressurreição de crentes do Antigo Testamento acontece no final da Grande Tribulação – Dan 12.2.)
É claro, ninguém sabe com certeza que essa seja a passagem a que Paulo se referiu, nas como evidência de sua influência sobre ele, vamos compará-la com o que Paulo escreveu em 1 Tes 4-5.
Isaías: Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.
Paulo: Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Isaías: Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira.
Paulo: Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares.
Isaías: Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade.
Paulo: Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.
As palavras são um pouco diferentes, mas realmente me parece que estão descrevendo o mesmo evento.
E Ainda Tem Mais
Há outras sólidas razões teológicas porque a Igreja será arrebatada antes de começarem os juízos dos Tempos do Fim. Uma é que o Senhor parece manter separados Israel e a Igreja, nunca lidando com ambos ao mesmo tempo (Atos 15.13-18). Se o propósito primário da 70ª semana de Daniel é finalmente cumprir as seis promessas a Israel em Daniel 9.24, então a Igreja tem que desaparecer.
Outra é que a Igreja foi purificada na cruz momento em que toda punição devida a nós foi carregada pelo próprio Senhor. Daquele momento em diante a Igreja é considerada por Deus como sendo tão reta quanto Ele (2 Cor 5.17 e 21). A idéia de que a Igreja necessite se submeter a alguma disciplina para se torna digna de habitar com Deus é contra as Escrituras e nega a obra completa do Senhor na cruz.
E terceiro, o propósito declarado da Grande Tribulação é bifacetado: purificar Israel e destruir completamente as nações descrentes (Jer 30.1-11). A Igreja não está destinada a nenhuma dessas conseqüências.
Há também diversas sub-pistas que por si só não podem ser usadas para apoiar a posição pré-tribulacionista, mas que sublinham a validade das passagens claras que acabei de citar. Tome por exemplo o fato de que Enoque, que carrega uma grande similaridade com a Igreja, desapareceu antes do Grande Dilúvio, que os anjos não puderam destruir Sodoma e Gomorra até que Ló e sua família estivessem a salvo, e que faltou Daniel na história da fornalha ardente, um modelo da Grande Tribulação.
Quando o Senhor descreveu Sua vinda em Lucas 17.26-29 Ele disse que seria tanto como os dias de Noé (alguns serão preservados através dos julgamentos) quanto como os dias de Ló (alguns serão tirados antes deles). E quanto à promessa que Ele fez à Igreja de Filadélfia de que nos manteria fora da “hora” da tribulação vindoura sobre todo o mundo (Apo 3.10). Será isso o mesmo que a “hora” da destruição de Babilônia em Apo 18?
Mas ao me pedirem para citar versos que não requeiram qualquer conhecimento anterior eu peguei dois que são os mais claros para mim, 1 Tes 1.9-10 e Isa 26.19-21. E assim, pelo testemunho de duas testemunhas, uma no Antigo Testamento e outra no Novo, nós vemos a separação física entre crentes e descrentes antes do tempo do Julgamento. E pelo testemunho de duas testemunhas uma coisa deve ser estabelecida (Deu 19.15).
É claro que alguns não se convencerão até que lhes mostremos um verso que diga que o Arrebatamento precederá a Grande Tribulação com todas as palavras. Obviamente, tal verso não existe. Eu acho que teremos que esperar e explicar isso a eles a caminho do Céu.