por Geração Maranata
Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:
Presente (Historicismo)
Passsado (Preterismo)
Futuro (Futurismo)
Atemporal (Idealismo)
Nesta terceira série será abordado o Idealismo.
O Idealismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:
“Quando uma profecia é cumprida na história?”
Na escatologia o Idealismo é também chamado de abordagem espiritual, alegórico, não-literal, atemporal, etc. Trata-se de uma interpretação do Livro do Apocalipse baseado em alegoria e símbolos não-literais.
Essa abordagem diz que o Apocalipse não deve ser entendido no contexto de uma época ou acontecimento específico, porém são verdades e princípios básicos com os quais Deus age na História. O livro seria unicamente um conjunto de idéias teológicas, válidas para qualquer época. O Apocalipse se torna um grande drama que retrata realidades espirituais.
Esta explicação tem semelhanças com a interpretação alegórica presente na igreja do período medieval.
Para o Idealismo os símbolos não-literais são perpétuos e ciclicamente preenchidos num sentido estritamente espiritual, durante o conflito entre o Reino de Deus e as forças de Satanás em todo o tempo do primeiro advento até a Segunda vinda de Cristo. O livro é visto da perspectiva que representa o conflito continuo entre o bem e o mal, sem conexão histórica imediata para qualquer evento político ou social.
O idealismo nega que haja uma cronologia dos eventos. Para os idealistas a cronologia é um mistério não revelado.
Apesar das muitas declarações da profecia bíblica que parecem tratar do cumprimento temporal de um evento em relação a outro, os Idealistas não crêem que a Bíblia indique qualquer cronologia de eventos e nem que possamos determinar antecipadamente o tempo de sua ocorrência. Como as passagens proféticas ensinam principalmente grandes idéias ou verdades infinitas sobre Deus e a vida cristã, podem ser aplicadas como princípios atemporais.
Seus defensores alegam que a doutrina das últimas coisas não tem qualquer efeito sobre a história da humanidade.
A abordagem não-literal da profecia raramente é adotada por conservadores e evangélicos atuais. Muitos liberais, que não crêem em um Deus sobrenatural que pode prever o futuro, apóiam esse ponto-de-vista por seu potencial de fazer com que o texto diga virtualmente qualquer coisa.
Essa abordagem escatológica é distinta do Preterismo, Futurismo e Historicismo na medida em que não vê nenhuma das profecias (exceto em alguns casos, a Segunda Vinda e o Juízo Final), sendo cumpridas em sentido literal, físico, terrestre, ou no passado, presente ou futuro.
Mas, o que dizer das profecias que foram cumpridas? Será que elas não referendam as que estão por se cumprir? Se cremos em uma, como podemos não crer na outra.
Alguns amilenistas apóiam esse ponto de vista, tais como Henry Alford, William Hendriksen, RCH Lenski, William Milligan, Earl Morey, Leon Morris, SL Morris, Rousas John Rushdoony, HB Swete, Edward J. Young, Abraham Kuyper, Anthony A. Hoekema, Lewis Berkhof, GC Berkouwer, Maurice FD e Geoffrey B. Wilson.
Fontes pesquisadas:
http://www.wikipedia.org
Livro “Profecias de A a Z” de Thomas Ice & Timothy Demy
http://www.teofilos.net – Apocalipse – Estudo Introdutório
**Geração Maranata** Se for copiar cite a Fonte!
por Geração Maranata
O estudioso de escatologia tem como questão mais importante o método de interpretação das profecias na Bíblia.
Os diferentes métodos de interpretação produziram as várias posições escatológicas existentes.
Por exemplo, a diferença básica entre Amilenistas e Pré-Milenistas não é se as Escrituras ensinam um Reino terreno, como ensina o Pré-Milenistas, mas como os versículos que ensinam esse Reino terreno devem ser interpretados. Portanto, antes de qualquer debate sobre as passagens proféticas e sobre as doutrinas escatológicas, é preciso estabelecer o método básico de interpretação.
I. O Método Alegórico
Um antigo método de interpretação que reavivou nestes últimos tempos é o método alegórico.
Qualquer declaração de supostos fatos que aceita interpretação literal e, no entanto, requer ou simplesmente admite interpretação moral ou figurada, é chamada alegoria. É para a narrativa ou para a história, o que as figuras de linguagem são para as palavras simples, adicionando ao sentido literal dos termos empregados um sentido moral ou espiritual.
Às vezes a alegoria é pura, ou seja, sem referência direta à sua aplicação, como na história do filho pródigo. Às vezes é mista, como no Salmo 80, em que simplesmente se insinua que os judeus são o povo que a videira tem por objetivo representar. (Salmo 80:17)
Alegorização é o método de interpretar um texto literário, considerando o sentido literal veículo para um sentido secundário, mais espiritual e mais profundo.
Nesse método, o significado histórico é negado ou desprezado, e a tônica recai inteiramente num sentido secundário, de modo que as palavras ou os acontecimentos primeiros têm pouco ou nenhum significado.
Os perigos do método alegórico
1) O primeiro grande perigo do método alegórico é que ele não interpreta as Escrituras. Existe uma liberdade ilimitada para a fantasia, basta que se aceite o princípio, e a única base da exposição encontra-se na mente do expositor.
2) A citação anterior deixa prever, também, um segundo grande perigo no método alegórico: a autoridade básica da interpretação deixa de ser a Bíblia e passa a ser a mente do intérprete. A interpretação pode então ser distorcida pelas posições doutrinárias do intérprete, pela autoridade da igreja à qual ele pertence, por seu ambiente social e por sua formação ou por uma enormidade de fatores.
3) Um terceiro grande perigo do método alegórico é que não há meios de provar as conclusões do intérprete.
Afirmar que o principal significado da Bíblia é um sentido secundário e que o principal método de interpretação é a "espiritualização" é abrir a porta para imaginação e especulação. Por essa razão, entende-se que o controle na interpretação se encontra no método literal.
Assim, os grandes perigos inerentes a esse sistema são a eliminação da autoridade das Escrituras, a falta de bases pelas quais se podem averiguar as interpretações, a redução das Escrituras ao que parece razoável ao intérprete e, por conseguinte, a impossibilidade de uma interpretação verdadeira das Escrituras.
II. O Método Literal
Em oposição direta ao método alegórico de interpretação encontra-se o método literal.
O método literal de interpretação é o que dá a cada palavra o mesmo sentido básico e exato que teria no uso costumeiro, normal, cotidiano, empregada de modo escrito, oral ou conceitual.
Chama-se método histórico-gramatical para ressaltar o conceito de que o sentido deve ser apurado mediante considerações históricas e gramaticais.
O sentido "literal" de uma palavra é o seu significado básico, costumeiro, social. O sentido espiritual ou oculto de uma palavra ou expressão é o que deriva do significado literal e dele depende para sua existência.
Interpretar literalmente significa nada mais, nada menos que interpretar sob o aspecto do significado normal, costumeiro. Quando o manuscrito altera seu significado, o intérprete imediatamente altera seu método de interpretação.
Evidências a favor do método literal
Em defesa da abordagem literal, podemos sustentar que:
a) O sentido literal das frases é a abordagem normal em todas as línguas.
b) Todos os sentidos secundários de documentos, parábolas, tipos, alegorias e símbolos dependem, para sua própria existência, do sentido literal prévio dos termos.
c) A maior parte da Bíblia tem sentido satisfatório se interpretada literalmente.
d) A abordagem literalista não elimina cegamente as figuras de linguagem, os símbolos, as alegorias e os tipos; no entanto, se a natureza das frases assim exigir, ela se presta prontamente ao segundo sentido.
e) Esse método é o único freio sadio e seguro para a imaginação do homem.
f) Esse método é o único que se coaduna com a natureza da inspiração. A inspiração completa das Escrituras ensina que o Espírito Santo guiou homens à verdade e os afastou do erro. Nesse processo, o Espírito de Deus usou a linguagem, e as unidades de linguagem (como sentido, não como som) são palavras e pensamentos. O pensamento é o fio que une as palavras. Portanto, nossa própria exegese precisa começar com um estudo de palavras e de gramática, os dois elementos fundamentais de toda linguagem significativa.
Visto que Deus concedeu Sua Palavra como revelação ao homem, teria de esperar que Sua revelação fosse dada de forma tão exata e específica que Seus pensamentos pudessem ser comunicados e entendidos corretamente quando interpretados segundo as leis da linguagem da gramática. Tomada como evidência, essa pressuposição favorece a interpretação literal, pois um método alegórico de interpretação turvaria o sentido da mensagem entregue por Deus ao homem.
O fato de que as Escrituras continuamente remetem para interpretações literais serve de prova adicional quanto ao método a ser empregado para interpretar a Palavra. Talvez uma das evidências mais fortes a favor do método literal seja o uso que o Novo Testamento faz do Antigo. Quando o Antigo Testamento é usado no Novo, só o é em sentido literal. Basta estudar as profecias que foram cumpridas na primeira vinda de Cristo — em Sua vida, em Seu ministério e em Sua morte — para comprovar esse fato.
Nem uma profecia sequer, dentre as que se cumpriram plenamente, foi cumprida de outro modo que não o literal. Embora possa ser citada uma profecia no Novo Testamento como prova de que certo acontecimento cumpre de modo parcial uma profecia (como em MT 2.17,18), ou para mostrar que um acontecimento está em harmonia com o plano preestabelecido de Deus (como em At 15), isso não torna necessário um cumprimento não literal, nem nega um cumprimento completo no futuro, pois tais aplicações da profecia não exaurem o seu cumprimento. Portanto, essas referências à profecia não servem de argumentos a favor de um método não literal.
Com base nessas considerações, conclui-se que há evidências de apoio à validade do método literal de interpretação.
As vantagens do método literal
Há várias vantagens neste método que o torna preferível em relação ao alegórico:
a) Baseia a interpretação em fatos. Procura estabelecer-se sobre dados objetivos — gramática, lógica, etimologia, história, geografia, arqueologia, teologia.
b) Exerce sobre a interpretação um controle semelhante ao que a experiência exerce sobre o método científico, a justificação é o controle das interpretações. Qualquer coisa que não se conforme aos cânones do método literal-cultural-crítico deve ser rejeitada ou vista com suspeita. Além disso, esse método oferece a única fiscalização fidedigna para a constante ameaça de aplicar uma interpretação de duplo sentido às Escrituras.
c) Tem obtido o maior sucesso na exposição da Palavra de Deus. A exegese não começou a sério até a igreja já ter mais de um milênio e meio de idade. Com o literalismo de Lutero e de Calvino, a luz da Escritura literalmente se acendeu. Esse é o aclamado método da alta tradição escolástica do protestantismo conservador. É o método de Bruce, Lightfoot, Zahn, A. T. Robertson, Ellicott, Machen, Cremer, Terry, Farrar, Lange, Green, Oehler, Schaff, Sampey, Wilson, Moule, Perowne, Henderson Broadus, Stuart — para citar apenas alguns exegetas típicos.
Além dessas vantagens, pode-se acrescentar que este tipo de interpretação nos fornece uma autoridade básica por meio das quais, interpretações individuais podem ser postas a prova.
O método alegórico, que depende da abordagem racionalista do intérprete ou da conformidade a um sistema teológico predeterminado, deixa-nos sem uma verificação autorizada por base. No método literal, uma passagem da Escritura pode ser comparada a outra, pois, como Palavra de Deus, tem autoridade e é o padrão pelo qual toda verdade deve ser testada.
Com respeito a isso, pode-se observar que o método nos livra tanto da razão quanto do misticismo como requisitos da interpretação. Não é necessário depender de treinamento ou de capacidade intelectual, nem do desenvolvimento de percepção mística, e sim da compreensão do que está escrito em sentido comumente aceito. Somente sobre esse fundamento o leitor médio pode compreender e interpretar as Escrituras por si mesmo.
O método literal e a linguagem figurada
Todos reconhecem que a Bíblia está repleta de linguagem figurada. Com base nisso, muitas vezes afirma-se que o uso de linguagem figurada exige interpretação figurada.
No entanto, figuras de linguagem são usadas como meios de revelar verdades literais. O que é literalmente verdadeiro em determinado campo, com o qual se esta familiarizada; é transposto literalmente para outro campo, com o qual talvez não se esteja tão familiarizado, para ensinar alguma verdade nesse campo menos conhecido.
Se as palavras são empregadas em seu significado natural e primitivo, o sentido que expressam é o seu sentido literal estrito. Por outro lado, se são empregadas com um significado figurado e derivado, o sentido, embora ainda literal, é geralmente chamado metafórico ou figurado. Por exemplo, quando lemos em João 1.6 "Houve um homem […] cujo nome era João", é óbvio que os termos ali empregados são tomados estrita e fisicamente, pois o escritor fala de um homem real, cujo nome real era João. Por outro lado, quando João Batista, apontando para Jesus, disse: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1.29), também é claro que ele não usou a palavra "cordeiro" no mesmo sentido literal estrito que teria excluído toda metáfora ou figura de linguagem e denotado um cordeiro real: o que ele queria imediata e diretamente comunicar, isto é, o sentido literal de suas palavras, é que no sentido derivado e figurado Jesus podia ser chamado "Cordeiro de Deus". No primeiro caso, as palavras foram usadas em sentido literal estrito; no segundo, em sentido metafórico ou figurado.
O fato de os livros das Sagradas Escrituras terem sentido literal (estrito ou metafórico), isto é, sentido imediata e diretamente pretendido pelos escritores, é uma verdade tão clara em si mesma e ao mesmo tempo tão universalmente aceita, que seria inútil insistir nela aqui.
Será que alguma passagem das Sagradas Escrituras tem mais que um sentido literal? Todos admitem que, uma vez que os livros sagrados foram compostos por homens e para homens, seus autores naturalmente conformaram se a mais elementar regra dos relacionamentos humanos; que exige que apenas um sentido preciso seja imediata e diretamente pretendido pelas palavras de quem fala ou de quem escreve.
O literalista não nega a existência de linguagem figurada. Porém, ele nega que tais figuras devam ser interpretadas de modo que destruam a verdade literal pretendida pelo emprego das figuras. A verdade literal deve ser informada por meio dos símbolos.
Algumas objeções ao método literal
1) A linguagem da Bíblia muitas vezes contém figuras de linguagem. É o caso, sobretudo, da poesia. Na poesia dos Salmos, no estilo elevado da profecia e mesmo na simples narrativa histórica surgem figuras de linguagem que obviamente não tinham o propósito de ser entendidas literalmente.
2) O grande tema da Bíblia é Deus e Seus atos redentores para com a humanidade. Deus é Espírito; os ensinos mais preciosos da Bíblia são espirituais, e essas realidades espirituais e celestiais são muitas vezes apresentadas sob a forma de objetos terrenos e relacionamentos humanos.
3) O fato de que o Antigo Testamento é ao mesmo tempo preliminar e preparatório ao Novo Testamento é tão óbvio que dispensa prova. Ao remeter os crentes de Corinto, a título de advertência, aos acontecimentos do Êxodo, o apóstolo Paulo declarou que aquelas coisas lhes haviam sobrevindo como "exemplos" (tipos). Isto é, prefiguravam coisas por vir. Isso confere a muito do que está no Antigo Testamento significância e importância especiais. Tal interpretação reconhece, à luz do cumprimento no Novo Testamento, um sentido mais profundo e muito mais maravilhoso nas palavras de muitas passagens do Antigo Testamento do que aquele que, tomadas em seus antecedentes veterotestamentários, elas parecem possuir.
Em resposta ao primeiro desses argumentos, é necessário reconhecer o uso bíblico das figuras de linguagem. Como se ressaltou previamente, as figuras de linguagem podem ser usadas para ensinar verdades literais de maneira mais vibrante que as palavras corriqueiras, mas nem por isso exigem interpretação alegórica.
Com respeito ao segundo argumento, embora se reconheça que Deus é um ser espiritual, a única maneira pela qual Ele poderia revelar a verdade de um Reino, no qual ainda não entramos, seria traçando um paralelo entre esse Reino e o Reino em que agora vivemos. Por meio da transferência de algo que é literalmente verdadeiro no Reino conhecido para o Reino desconhecido, este nos será revelado. O fato de Deus ser espiritual não exige interpretação alegórica. E preciso distinguir entre o que é espiritual e o que é espiritualizado.
Por fim, com respeito à terceira objeção, embora se reconheça que o Antigo Testamento é preditivo, e que o Novo desenvolve o Antigo, a plenitude não é revelada no Novo por meio da alegorização do que é tipificado no Antigo; é revelada, isto sim, pelo cumprimento literal e pelo desenvolvimento da verdade literal dos tipos. Estes podem ensinar verdade literal, e o uso de tipos no Antigo Testamento não serve de apoio para o método alegórico de interpretação.
Livro pesquisado: Manual de Escatologia de Dwight Pentecost
Filed Under (Sinais Proféticos) by Geração Maranata on 21-10-2010
por Norbert Lieth
"Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniqüidade, para trazer a justiça eterna, pa¬ra selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. Sabe c entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas, as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determi¬nada, se derrame sobre ele" (Dn 9.24-27).
Em Daniel 9 encontramos os mais precisos dados cronológicos proféticos da Bíblia. A primeira vinda de Jesus é descrita com exatidão, com menção do dia certo em que Ele viria.
Entendo a cronologia, através dessas datas, veremos que a volta de Jesus deve estar bem próxima.
1. Do que trata o capítulo 9?
Essa passagem fala das setenta semanas de Israel e, em especial da 70a semana, que terá uma duração de 7 anos.
Tudo o que é descrito nesse capítulo não tem relação com a história mundial ou com história da Igreja, mas trata exclusivamente de Israel e de Jerusalém. Ao profeta Daniel, um judeu, é dito: "Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo (Israel) e sobre a tua santa cidade (Jerusalém)" (v.24).
Trata-se, portanto, da história que Deus escreve com Seu povo terreno durante um período de setenta semanas (de anos). Quando o final da 70a semana tiver sido alcançado, acontecerão seis coisas, que estão indicadas em Daniel 9.24:
1. "…para fazer cessar a transgressão…" Isso significa que o Messias virá e dará um fim à transgressão do Anticristo e do falso Profeta.
2. "…para dar fim aos pecados… " O Senhor, em Sua vinda, afastará completamente o pecado de Israel, assim como também está escrito em Romanos 11.26: "E, assim, todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador e ele apartai a Jacó as impiedades".
3. "…para expiar a iniqüidade…" Também essa expressão testemunha da expiação definitiva da culpa de Israel. O Senhor Jesus já expiou a iniqüidade de Israel há mais de 2000 anos na cruz do Calvário, mas Israel ainda não reconheceu essa expiação. Ela se tornará realidade para os judeus como nação apenas quando olharem para Aquele a quem traspassaram (Zc 12.10).
Não foi por acaso que um gentio proeminente escreveu no alto da cruz de Jesus: "Este é o Rei dos Judeus" (Lc 23.38), pois Ele carregou a culpa dos judeus. O que está escrito profeticamente em Isaias 53 será a confissão de culpa dos judeus quando Jesus voltar, um dia, ao monte das Oliveiras:
"Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados" (IS 53.4-5).
Neste momento pensamos no'"Yom Kippur", o Grande Dia da Expiação em Israel. Apenas neste único dia do ano o sumo sacerdo¬te podia entrar no Santo dos Santos do Tabernáculo ou do Templo. Levando em suas mãos o sangue dos animais sacrificados, ele desaparecia de diante dos olhos da multidão reunida no átrio, entrava no Lugar Santo e, passando pelo véu, entrava no Santo dos Santos aspergindo o sangue sobre e diante do propiciatório para reconciliar Israel com Deus.
O povo todo ficava esperando lá fora até o sumo sacerdote voltar. Na bainha das vestes do sumo sacerdote estavam afixados pequenos sininhos de ouro que balançavam a cada passo. Por isso o povo sabia, quando o som ficava mais intenso, que o sumo sacerdote havia deixado o Santo dos Santos e logo estaria saindo pela porta do Lugar Santo até o átrio. Quando ele aparecia e confirmava ao povo que a expiação havia sido feita, um brado de grande alegria perpassava a multidão, pois agora eles sabiam: os pecados de um ano inteiro estavam expiados mais uma vez.
Esse acontecimento anual em Israel era um exemplo da obra futura de Jesus Cristo. Ele morreu na cruz do Calvário como o Cordeiro do sacrifício, sem mácula, pelos pecados do mundo todo. Com Seu sangue Ele entrou no Santo dos Santos de uma vez por todas e já se encontra há mais de dois mil anos junto do Pai celestial, assentado à Sua direita no trono de Deus. Em breve terá chegado o tempo em que Ele sairá do Santo dos Santos celestial e voltará de maneira visível para o mundo todo, trazendo a expiação para Seu próprio povo.
4. Então Ele também virá "…para trazer a justiça eterna…" Isto se refere ao tempo em que o Senhor vai reinar com justiça eterna. Quando Jesus tiver voltado, estabelecerá Seu Reino de paz de mil anos governando o mundo todo a partir de Jerusalém.
5. "…para selar a visão e a profecia…" Isso significa que todas as profecias divinas estarão se cumprindo. Tudo o que Deus disse e mandou anunciar por meio dos profetas através dos séculos estará sendo cumprido visivelmente diante dos olhos de todos. Deus é fiel, e cumpre Sua Palavra. Jesus disse: "Passará o céu e a terra, porém as minhas palavras não passarão" (Mt 24.35).
6. "…e para ungir o Santo dos Santos." Isso refere-se ao estabelecimento do Senhor Jesus Cristo como Rei eterno sobre todos os reis e Senhor dos senhores no novo templo, reconstruído em Jerusalém. Ele se assentará no "trono de Davi" e regerá o mundo com justiça a partir de Jerusalém.
Todos os pontos aqui alistados ainda não se cumpriram para lsrael. O Senhor ainda não voltou, pois Se encontra no santuário Celestial intercedendo por nós como sumo sacerdote.
Nos versículos seguintes temos a descrição do tempo (as 70 semanas) em que Israel se põe a caminho em direção ao alvo que acabamos de descrever. Figuradamente, é como se o Senhor tomasse um cronômetro em Suas mãos, marcasse uma hora, e o tempo começasse a correr. Ele diz a Daniel nos versículos 25-26:
"Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edifica Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que ha de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas".
O significado desses versículos pode ser dividido em oito itens:
1. O "cronômetro" divino que marca as setenta semanas para Israel começou a contar a partir do momento em que foi publicado o decreto que permitia aos judeus reconstruírem a cidade de Jerusalém "Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas (sete semanas de anos). Isso já se cumpriu
2. Até que veio o Ungido – Jesus Cristo – foram mais 62 semanas: "…e sessenta e duas semanas…" Também isso se cumpriu.
3. Então, "…depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará", portanto, depois de um total de 69 semanas (7 + 62 = 69 semanas) o Ungido seria morto e já não estaria mais sobre a terra. "Ser morto", assassinado, indica a morte cruel que Jesus sofreu pela crucificação. Ele já não estava mais em Israel. Também isto se cumpriu. Em Isaías 53.8-9 lemos em relação à morte do Ungido:
"Por juízo opressor foi arrebatado, e de sua linhagem dela cogitou? Porquanto foi cortado da terra dos viventes; por cau-sa da transgressão do meu povo, foi ele ferido. Designaram-lhe a sepultura com os perversos, mas com o rico esteve na sua morte, posto que nunca fez injustiça, nem dolo algum se achou em sua boca".
4. Em Daniel 9.26 está escrito ainda: "…e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio…" Esse "povo de um príncipe que há de vir" é uma alusão aos romanos que destruíram a cidade de Jerusalém e o santuário (o templo) no ano de 70 d.C. Também isto se cumpriu.
5. Longo tempo depois, terá início a última semana, a septuagésima, que ainda falta se cumprir. E agora vem o próprio príncipe (o Anticristo). Se "o povo de um príncipe" no passado foram os romanos (império romano) que destruíram Jerusalém e o templo, no fim dos tempos o reino romano restabelecido será o povo de onde virá o príncipe (o Anticristo) de Daniel 9.26. Isso ainda não se cumpriu, mas está próximo de seu cumprimento.
6. Acerca do Anticristo, Daniel 9.27 diz: "Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana". Isso quer dizer que o líder do reino romano restaurado se unirá a Israel através de uma aliança de paz de sete anos – na última das setenta semanas da profecia de Daniel.
7. "Fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador…" Isso significa que, no meio da última semana (que durará 7 anos), portanto depois de três anos e meio, o Anticristo quebrará a aliança que firmou com Israel. Por quê? Porque a respeito desse "homem da impiedade" está escrito que ele "se opõe e se levanta contra tudo que se chama Deus ou é objeto de culto, a ponto de assentar-se no santuário de Deus, ostentando-se como se fosse o próprio Deus" (2 Ts 2.4).
Neste momento Israel irá reconhecer que o Anticristo não é o Messias, e o rejeitará. Com isso estará rompida a aliança entre o Anticristo e Israel. Então virão os últimos três anos e meio, a Grande Tribulação propriamente dita, o "abominável da desolação", do qual o Senhor Jesus também falou em Seu Sermão Profético, por exemplo em Mateus 24.15: "Quando, pois, virdes o abominável da desolação de que falou o profeta Daniel, no lugar santo (quem lê entenda)".
Depois destes três anos e meio as setenta semanas estarão cumpridas para Israel, o "cronômetro" pára, o céu se abre e o Senhor da Glória vem para salvar Israel e destruir o Anticristo "até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele" (v.27).
Então, em seguida se cumprirá aquilo que já vimos no versículo 24.
Entre a 69a e a 70a semana havia um segredo, um mistério ainda não revelado aos profetas da Antiga Aliança: a era da Igreja de Jesus, um tempo que Deus intercalou e que já dura quase 2.000 anos. Quando houver entrado "a plenitude dos gentios" (Rm 11.25), acontecerá o Arrebatamento da Igreja de Jesus dando início aos últimos sete anos, ou seja, a 70a semana de Daniel se inicia para Israel.
2. Cronologia dos eventos proféticos
Até aqui tudo se cumpriu como foi profetizado. Falta apenas a última, a 70a semana de sete anos.
3. Quão próximos estamos da 70a semana, a Grande Tribulação?
Primeiro devemos nos perguntar: de onde sabemos que a era da Igreja está terminando, que ela será arrebatada e que os últimos anos outra vez dizem respeito a Israel?
Em nossos dias também existem cálculos de diversos tipos, que devem ser levados a sério, e todos eles se referem ao tempo em que vivemos. Mas sabemos que precisamos ter muito cuidado e que não podemos confiar plenamente nesses cálculos. Ninguém sabe o dia nem a hora (Mt 24.36; 25.13)! Mas podemos confiar plenamente na Bíblia. Ela faz uma diferença entre espaço de tempo e momento (grego: kairos e chronos).
Não sabemos o momento do Arrebatamento, o dia e a hora. Mas podemos conhecer em que período de tempo ele vai acontecer, e é a esse período de tempo que devemos prestar atenção. O próprio Senhor Jesus disse:
"Ora, ao começarem estas coisas a suceder, exultai e erguei a vossa cabeça; pois que a vossa redenção se aproxima" (Lc 21,28).
Em relação aos sinais dos tempos Ele exortou dizendo:
"Sabeis, na verdade discernir o aspecto do céu e não podeis discernir os sinais dos tempos?" (Mt 16.3).
É como em um parto: o momento exato ninguém sabe, mas sabe-se a época aproximada em que o bebe vai nascer. Uma gravidez normal dura nove meses. Quando uma mulher se encontra no nono mês de gravidez, seu marido não lhe dirá: "Ainda temos muito tempo! Pode demorar mais alguns meses até que o nosso filho nasça!". Não, com certeza marido nenhum faz isso. Assim nós também podemos saber que nosso mundo está "grávido", maduro para o juízo, baseados em um sinal muito claro do fim dos tempos:
1. O maior e mais claro sinal do fim dos tempos é Israel. Jesus Cristo falou com muita clareza da figueira (Israel) como sendo o mais óbvio de todos os sinais antes de Sua Volta. Em Mateus 24.32-34 Ele diz:
"Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam, "sabeis que está próximo o verão. Assim também vós: quando virdes todas estas coisas, sabei que está próximo, às portas. “Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça ".
Muito já foi discutido no sentido de descobrir o que o Senhor queria dizer com "esta geração não passará". Entendemos que essa expressão pode significar não apenas a geração do povo de Israel daquela época, que já passou há muito tempo.
Também o Senhor não pode ter se referido ao povo de Israel como tal, pois é um fato profético que o povo de Israel precisa ficar preservado até a volta do Senhor, senão Ele não poderia salvar essa nação das mãos de seu maior e último inimigo, que será o Anticristo.
Resta apenas uma alternativa: o Senhor fala claramente dos tempos finais e daqueles que vão passar por esse tempo.
Isso significa, portanto, que a geração que vivenciou a restauração de Israel ("Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando já os seus ramos se renovam e as folhas brotam…"), também será a geração que passará pela Grande Tribulação e vivenciará a volta de Jesus.
Para isto existe uma passagem paralela no Antigo Testamento, em Ezequiel 36, onde o Senhor fala através do profeta:
"No dia em que eu vos purificar de todas as vossas iniqüidades, então, farei que sejam habitadas as cida¬des e sejam edificados os lugares desertos. Assim diz o Senhor Deus: Ainda nisto permitirei que seja eu solicitado pela casa de Israel: que lhe multiplique eu os homens como um rebanho. Co¬mo um rebanho de santos, o rebanho de Jerusalém nas suas fes¬tas fixas, assim as cidades desertas se encherão de rebanhos de homens; e saberão que eu sou o Senhor" (vv.33,37-38).
Nós – nossa atual geração – vemos Israel reconstruindo cidades, enchendo-se de gente e seu deserto florescendo!
Portanto a volta de Jesus para perdoar os pecados de Israel deve estar muito próxima, pois as profecias dizem respeito, como podemos ver com nossos próprios olhos, aos tempos de hoje!
Fazendo as contas a partir de 1948 (fundação do Estado de Israel) ou de 1967 (reconquista de Jerusalém por Israel) – "Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que tudo isto aconteça" – então temos toda razão e a obrigação de nos perguntar se o cumprimento dessa profecia não poderia acontecer em breve.
Fonte: Livro “As Profecias de Daniel” de Norbert Lieth
Onde encontrar: www.chamada.com.br/livraria/autores/?cod=NL
por Geração Maranata
No livro de Daniel capítulo 8, pode-se ter uma noção do quanto a Palavra de Deus é confiável. Nesse capítulo podemos ver o cumprimento das profecias bíblicas, e esse cumprimento é simplesmente mais uma prova da existência de Deus e um desafio para se crer nEle. O próprio Deus desafia a humanidade quando diz:
"Quem há, corno eu, feito predições desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha perante mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! Não vos assombreis, nem temais; acaso, desde aquele tempo não vo-Io fiz ouvir, não vo-Io anunciei? Vós sois as minhas testemunhas. Há outro Deus além de mim? Não, não há outra Rocha que eu conheça" (Is 44.7-8).
Está à procura de alguém em quem é possível confiar plenamente? Então você pode se dirigir a Jesus, pois Ele é real! Para fazer de Deus a nossa Rocha precisamos crer nEle, pois apenas saber de Sua existência não é o suficiente. Devemos crer e confiar! Deus sempre cumpre o que promete!
O Senhor diz que somente aquele que faz predições detalhadas é verdadeiramente Deus. E Sua pergunta: "Há outro Deus além de mim?" Ele próprio responde dizendo: "Não há outra Rocha que eu conheça ".
Existem dois grupos de pessoas:
1) Um dos grupos questiona, duvida e critica tentando honestamente chegar à verdade. Com essas pessoas pode-se dialogar, pois elas estão à procura de respostas às suas perguntas, e pela graça do Senhor elas chegam ao conhecimento de Jesus e crêem nEle para Salvação.
2) Mas existem pessoas que perguntam, questionam, criticam e duvidam por duvidar, na verdade não estão preocupadas em conhecer a Verdade. Com essas pessoas é difícil dialogar, pois não querem ajuda real e não se convencem da verdade, mesmo quando apresentada com toda a clareza.
Um panorama resumido do cumprimento da profecia bíblica
Daniel encontrava-se na cidadela de Susã e recebeu uma visão de animais, retratando o desenvolvimento da história mundial.
O carneiro
"Então, levantei os olhos e vi, e eis que, diante do rio, estava um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último. Vi que o carneiro dava marradas para o ocidente, e para o norte, e para o sul; e nenhum dos animais lhe podia resistir, nem havia quem pudesse livrar-se do seu poder; ele, porém, fazia segundo a sua vontade e, assim, se engrandecia" (vv.3-4).
Daniel não sabia o que significava tudo aquilo, mas recebeu a explicação junto com a visão:
"Havendo eu, Daniel, tido a visão, procurei entendê-la (ele abriu seu coração e procurou entender a verdade), e eis que se me apresentou diante uma como aparência de homem (a resposta divina às suas dúvidas já estava chegando). E ouvi uma voz de homem de entre as margens do Ulai, a qual gritou e disse: Gabriel, dá a entender a este a visão. …Aquele carneiro com dois chifres, que viste, são os reis da Média e da Pérsia" (vv. 15-16,20).
Em linguagem simbólica, temos aqui a figura de um carneiro com chifres desiguais, que a explicação divina diz ser o reino medo-persa. O que admira é sua descrição detalhada no versículo 3: "…um carneiro, o qual tinha dois chifres, e os dois chifres eram altos, mas um, mais alto do que o outro; e o mais alto subiu por último." O que fascina nessa descrição é o cumprimento histórico detalhado e exato dessa profecia. O chifre pequeno, que veio antes, é uma figura do império medo, e o segundo chifre, que veio depois, é uma ilustração da Pérsia. Essas imagens se juntam e formam um grande reino de abrangência mundial. Mesmo que a Pérsia tenha se tornado poderosa depois da Média (no ano 559 a.C), ela superou em muito os medos. A Pérsia expandiu seu reino com seu exército gigantesco de mais de dois milhões de soldados para o ocidente, para o norte e para o sul. O Senhor já havia profetizado essa expansão, e tudo cumpriu-se literalmente no decorrer da história.
O bode
"Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra, mas sem tocar no chão; este bode tinnha um chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder. Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele" (vv.5-7).
A explicação dessa profecia é encontrada no versículo 21: “… bode peludo é o rei da Grécia…". É fantástico ver que o anjo, que transmitiu a Daniel o significado da visão, chama a terra simbolizada pelo bode de Grécia. O que é tão especial nesse fato? No do reino medo-persa ainda poderíamos encontrar uma explicação lógica, pois Daniel ainda vivenciou o início do estabelecimento desse reino. Mas o que chama a atenção nessa profecia sobre a Grécia é que ela foi feita aproximadamente 200 anos antes que esse país surgisse no cenário mundial. E a profecia cumpriu-se nos mínimos detalhes.
Na ocasião em que a profecia foi feita, ninguém nem sequer imaginava que a Grécia poderia entrar em cena. Com certeza muitos nem sequer sabiam onde se localizava esse país.
Voltando a atenção aos detalhes que foram preditos 200 anos antes:
a) "Este bode tinha um chifre notável entre os olhos" (v.5). Quem é esse chifre? "…é o rei da Grécia; o chifre grande entre os olhos é o primeiro rei" (v.21). Quem foi o primeiro grande rei da Grécia? Alexandre o Grande! Ele era pequeno de estatura (apenas 1,55m), mas era chamado de "o Grande" porque seu reino era enorme.
b) "Estando eu observando, eis que um bode vinha do ocidente sobre toda a terra (pela história sabemos que Alexandre veio do ocidente com um exército pequeno e muito rápido), mas sem tocar no chão (em poucos anos Alexandre conquistou a Ásia Menor, a Síria, o Egito, a Mesopotâmia e depois os países até a Índia. Isso nunca havia acontecido em toda a história); este bode tinha um chifre notável entre os olhos; dirigiu-se ao carneiro que tinha os dois chifres, o qual eu tinha visto diante do rio; e correu contra ele com todo o seu furioso poder" (correu contra os persas, pois estes haviam tomado dos gregos duas cidades próximas a Atenas nas batalhas de Maratona e Salamis). “Vi-o chegar perto do carneiro, e, enfurecido contra ele, o feriu e lhe quebrou os dois chifres, pois não havia força no carneiro para lhe resistir; e o bode o lançou por terra e o pisou aos pés, e não houve quem pudesse livrar o carneiro do poder dele" (vv.5-7).
Foi assim que a Grécia, sob o comando de Alexandre o Grande, venceu o império Medo-Persa.
c) "O bode se engrandeceu sobremaneira; e, na sua força, quebrou-se-lhe o grande chifre (Alexandre o Grande), e em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu"(v.8). Isso também é confirmado pela história. Alexandre o Grande realmente morreu subitamente na Babilônia no auge de seu poder, tinha apenas 32 anos de idade. Muitos afirmam que ele morreu de malária e das conseqüências do alcoolismo, outros dizem que foi envenenado. De qualquer maneira, o grande imperador morreu e “em seu lugar saíram quatro chifres notáveis, para os quatro ventos do céu".
Encontramos a explicação no versículo 22: "o ter sido quebra¬do, levantando-se quatro em lugar dele, significa que quatro reinos se levantarão deste povo, mas não com força igual à que ele tinha." E de fato, lendo hoje os livros que contam a história daquela época, nos deparamos com Alexandre, o Grande, que não teve filhos e cujo reino foi repartido entre quatro de seus generais após sua morte, o que é simbolizado pelos quatro chifres da visão do Daniel.
1. Ptolomeu recebeu o Egito e partes da Ásia Menor.
2. Cassandro recebeu territórios na Macedônia e na Grécia.
3. Lisímaco recebeu a Trácia e partes ocidentais da Ásia Menor.
4. Seleuco recebeu a Síria, a Mesopotâmia e Israel.
Esse reino grego foi dividido em quatro partes e jamais voltou a ter o mesmo poder que tinha sob Alexandre. E tudo isso foi profetizado 200 anos antes!
"Quem há, corno eu, feito predições desde que estabeleci o mais antigo povo? Que o declare e o exponha perante mim! Que esse anuncie as coisas futuras, as coisas que hão de vir! (Is 44.7).
Mas a história continua.
O chifre pequeno
"De um dos chifres saiu um chifre pequeno e se tornou muito forte para o sul, para o oriente e para a terra gloriosa. Cresceu até atingir o exército dos céus; a alguns do exército e das estrelas lançou por terra e os pisou. Sim, engrandeceu-se até ao príncipe do exército; dele tirou o sacrifício diário e o lugar do seu santuário foi deitado abaixo. O exército lhe foi entregue com o sacrifício diário, por causa das transgressões; e deitou por terra a verdade e o que fez prosperou." (vv.9-12)
Esse texto fala do tristemente famoso imperador Antíoco Epifânio. Ele merece uma longa descrição no texto bíblico, pois é uma ilustração profética do Anticristo que virá no fim dos tempos.
Devemos ter em mente que as afirmações referentes a Antíoco Epifânio foram feitas com aproximadamente 380 anos de antecedência. Ele chegou ao poder em 175 a.C. Tudo o que foi escrito a seu respeito é confirmado integralmente pela história. Ele é o "chifre pequeno" oriundo de um dos quatro reinos já mencionados, que surgiram da divisão do reino de Alexandre o Grande, da região de Seleuco, a quem pertencia a Síria, Mesopotâmia e Israel. Mais tarde ele subjugou o sul (Egito), o leste e a terra gloriosa (Israel) (v.9).
Ele praticou uma abominação nunca vista no lugar Santíssimo do templo judeu. Ele próprio se intitulava Antíoco Epifânio (“o iluminado"). Os judeus chamavam-no de Antíoco Epimano (“o louco") por seus atos desvairados, e ele morreu como demente.
Leiamos mais uma vez a descrição de seus atos na Bíblia Viva:
"Chegou a desafiar o Comandante do exército do Céu, interrompendo os sacrifícios que eram oferecidos diariamente a Deus e manchando a pureza do seu templo. Apesar desses pecados terríveis, Deus não deixou o exército do Céu castigar o chifre. O resultado disso foi que a verdade e a justiça desapareceram e a maldade se espalhou" (vv.11-12).
– Durante seu reinado os judeus estavam proibidos de obedecer à Lei;
– Eles não podiam guardar o sábado;
– Seus filhos não podiam ser circuncidados;
– Suas festas anuais foram proibidas;
– Os sacrifícios foram banidos, e em seu lugar foram levantados altares a deuses estranhos em Jerusalém e oferecidos sacrifícios impuros;
– Os judeus foram obrigados a comer carne de porco;
– E o auge aconteceu a 16 de dezembro de 167 a.C.. Ele mandou fazer uma estátua de abominação e erigiu no altar do holocausto um altar para Zeus Olimpo, mandando sacrificar sobre ele um porco.
Milhares e milhares de judeus morreram da forma mais cruel por terem resistido às leis de Antíoco Epifânio. Ele morreu demente no ano de163 a.C. na Pérsia.
Na declaração do Senhor – acerca da duração da abominação desoladora – vemos mais uma vez o quanto a Palavra de Deus é digna de confiança:
"Depois, ouvi um santo que falava; e disse outro santo àquele que falava: Até quando durará a visão do sacrifício diário e da transgressão assoladora, visão na qual é entregue o santuário e o exército, a fim de serem pisados? Ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será purifica¬do" (vv. 13-14).
O anjo falou que duraria "até duas mil e trezentas tardes e manhãs". É provável que não signifique 2300 dias, pois a afirmação refere-se ao sacrifício diário. E em Israel se sacrificava duas vezes ao dia, no sacrifício matutino e no vespertino, e isso perfaz 1150 dias (2300 sacrifícios = 1150 dias).
Esse é o tempo exato da profanação do templo, de 16 de dezembro de 167 até o momento em que o templo foi renovado por Judas Macabeu no final de 164 a.C até o início de 163 a.C, quando ele restabeleceu os sacrifícios judaicos. Judá reconquistou sua liberdade religiosa. O tempo determinado cumpriu-se literalmente!
Esse é um resumido panorama do cumprimento das profecias bíblicas que encontramos no capítulo 8 de Daniel.
Livro: "As Profecias de Daniel" de Norbert Lieth
Onde encontrar: http://www.chamada.com.br/livraria/autores/?cod=NL
por Geração Maranata
Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:
Presente (Historicismo)
Passsado (Preterismo)
Futuro (Futurismo)
Atemporal (Idealismo)
O Historicismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:
"Quando uma profecia é cumprida na história?"
A escola de pensamento Historicista afirma que as profecias se cumprem no decorrer da história. Sendo assim, muitas profecias ainda estão se cumprindo ou por se cumprir. No Historicismo a profecia descreve a história humana da forma como ela se relaciona ao povo de Deus.
Os livros de Daniel e Apocalipse são um histórico profético da igreja e do mundo. As predições dadas não são somente movimentos gerais na história. Eventos específicos são preditos. Isso inclui a identificação de datas reais do calendário, procurando encontrar a realização terrena ao longo da história, especialmente em relação à luta entre a igreja verdadeira e apostasia.
Os Historicistas interpretam que o Apocalipse se desenrola através de épocas históricas. Geralmente, cada uma das sete igrejas é retratada como um período de tempo na história da igreja. Os defensores desta posição tendem a se ver como a igreja da última geração antes da 2ª vinda de Cristo.
Os reformadores do século XVI eram historicistas. Esta teoria foi defendida quase unanimemente pelos protestantes da Reforma até quase 100 anos atrás, sendo também adotada por muitas Igrejas no início no século XIX até hoje.
Uma característica comum das interpretações Historicistas é a identificação do Anticristo, a besta (Apocalipse 13), o homem do pecado ou o homem da iniqüidade (II Tessalonicenses 2), o pequeno chifre de Daniel 7 e 8, e a Prostituta da Babilônia (Apocalipse 17) com a Igreja Católica Romana e o Papado. Por isso é fácil entender o porquê desse ponto de vista seguidamente ser chamado de "protestante".
Outra característica é igualar a atual era da Igreja ao período da Tribulação utilizando-se da teoria dia/ano. O Historicismo toma literalmente números como 2.300 dias (Daniel 8.14) e 1.290 dias (Daniel 12.11) e os transforma em anos. Então, se alguém encontrar o ano inicial certo, basta apenas acrescentar 2.300 ou 1.290 anos para descobrir a data da volta de Cristo. Além disso, os historicistas também relacionam os juízos dos selos, das trombetas, e das taças a importantes eventos históricos nos últimos 2.000 anos. Por exemplo, o quinto selo em Apocalipse 6 é identificado com o martírio sob o imperador romano Diocleciano (284-304
Esta abordagem, naturalmente leva os historicistas a marcar datas.
A maioria dos esquemas elaborados pelos historicistas se concentra na história da Europa, mas existe um segmento que substitui a Europa pelos Estados Unidos. Algumas dessas pessoas acham que os EUA estão cumprindo as profecias referentes à Babilônia.
O quadro a seguir é um exemplo de interpretação histórica do livro de Apocalipse 6-19 feita por Albert Barnes (*)
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ITEM |
DESCRIÇÃO |
INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA DE BARNES |
Primeiro Selo (Ap.6) |
Cavalo Branco – um Conquistador |
Paz e triunfo do Império Romano de Domiciano a Cômodo (96-180) |
Segundo Selo (Ap.6) |
Cavalo Vermelho – guerra |
Sangue derramado a partir do reinado de Cômodo (193-) |
Terceiro Selo (Ap.6) |
Cavalo Preto – fome |
Calamidade a partir do tempo de Caracala (211-) |
Quarto Selo (Ap.6) |
Cavalo Amarelo – morte |
Morte por causa da fome, etc. Décio até Galieno (249- 268) |
Quinto Selo (Ap.6) |
Mártires |
Martírio sob o gover no de Dioolociano (284-304) |
Sexto Selo (Ap.6) |
Perturbações Celestiais |
Consternação pela ameaça das invasões dos bárbaros, godos e hunos (365-) |
Primeira Trombeta (Ap.8) |
1/3 da terra é atingido |
Alarico e os godos invadem o Império Romano Ocidental (395-410) |
Segunda Trombeta (Ap.8) |
1/3 do mar é atingido |
Invasões de Genserico e dos vândalos (428-468) |
Terceira Trombeta (Ap.8) |
1/3 dos rios é atingido |
Invasão de Átila e dos hunos (433-453) |
Quarta Trombeta (Ap.8) |
1/3 do sol, da lua e das estrelas é atingido |
Odacir e Heruli conquistam o Império Romano Ocidental (476-490) |
Quinta Trombeta (Ap.9) |
Tempestade dos gafanhotos |
Poderes sarracenos e maometanos surgem no Oriente (5 meses de Apocalipse 9.5 -150 anos) |
Sexta Trombeta (Ap.9) |
Cavaleiros massacram 1/3 dos homens |
Poderes turcos surgem no Oriente |
O anjo e o livrinho (Ap.10) |
0 anjo entrega o livro a João |
Reforma Protestante. Os 7 trovões de Apocalipse 10.3-4-falsa doutrina dos papas |
A besta e o Falso Profeta (Ap.13) |
Eles blasfemam por 42 meses |
A carreira maligna da Roma eclesiástica e civil, 42 meses de Apocalipse 13.5-1.260 anos! |
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ITEM |
DESCRIÇÃO |
INTERPRETAÇÃO HISTÓRICA |
Primeiras cinco taças são derramadas (Ap.16) |
Punição pelas úlceras; mar, rios e sol atingidos; escuridão |
A Revolução Francesa e os ataques dos seus segui dores ao papado |
Sexta taça é derramada (Ap.16) |
O caminho é prepara do para os exércitos irem até o Armagedom |
Os espíritos semelhantes a rãs chamados de paganismo, islamismo e romanismo preparam seu combate final contra o Evangelho |
Sétima Taça é derramada (Ap.16) |
Terremoto e granizo; a Babilônia é relembrada para ira |
O poder papal é destruído |
A Babilônia é destruí da (Ap.17-18) |
A Babilônia é destruída |
Destruição do poder papal |
Batalha do Armagedom (Ap.19) |
Cristo derrota a besta e seus exércitos |
O evangelho finalmente triunfa moralmente sobre seus inimigos que aparecem "como se" fossem devorados por pássaros |
(*)Albert Barnes (1798 – 1870), americano, teólogo presbiteriano e comentarista bíblico.
Conclusão:
O Historicismo tornou-se uma interpretação dominante escatológica nos conflitos entre protestantes e católicos da Reforma. A abordagem historicista foi defendidada por Martinho Lutero e João Calvino.
Alguns Pré-milenistas gostam de mesclar a posição historicista com posições futuristas.
Amilenistas que adotoram a teoria Historicista: Albert Barnes, Robert Caringola, Adam Clarke, E.B. Elliott, Matthew Henry, e Fred P. Miller.
Outros Historicistas conhecidos: Issac Newton, Ellen White e Guinness.
O livro Prophetic Faith of Our Fathers [A fé profética de nossos pais], do autor L. E. Froom é uma excelente leitura para quem deseja saber mais sobre o historicismo.
Entre os protestantes conservadores, o Historicismo foi suplantado no século XIX pelo Futurismo, com o surgimento da teologia dispensacionalista.
Ainda hoje, alguns eruditos protestantes são conhecidos como historicistas.
Para saber mais: http://www.historicism.net/
Fontes:
http://www.arminianismo.com
http://www.wikipedia.org
Livro "Profecias de A a Z" de Thomas Ice & Timothy Demy
Filed Under (Arrebatamento) by Geração Maranata on 07-08-2010
por Jack Kelley
Alguém me fez uma grande pergunta outro dia: “As escrituras realmente prometem um arrebatamento Pré-Tribulação, ou isso é só uma opinião passada adiante de professor para aluno”? Então ele me desafiou a citar um só verso da Bíblia que levaria uma pessoa a acreditar na posição Pré-Tribulacionista se ainda não tivesse ouvido um professor falar sobre isso. Ele disse que em todos os seus estudos não havia sido capaz de encontrar nenhum. Vejamos se ele está certo.
Primeiro, Alguns Pontos Genéricos
O Arrebatamento não é outro nome para a Segunda Vinda. Como 1 Tes 4.15-17 e João 14.1-3 explicam, o Arrebatamento é um evento secreto, não agendado, onde Jesus vem a meio caminho da terra para encontrar Sua Igreja nos ares e nos levar para estar com Ele onde Ele está agora. Eu digo não agendado e secreto porque a sua cronologia específica permanece desconhecida até que ele verdadeiramente ocorra.
Por outro lado, a Segunda Vinda é um evento público agendado em que Jesus vem até a terra com Sua Igreja para estabelecer um Reino aqui. Eu digo agendado e público porque o tempo geral da Sua vinda será conhecido na terra com mais de 3 anos e meio de antecedência, e público porque todos na terra serão capazes de testemunhar Sua chegada. Mat 24.29-30 diz que isso acontecerá imediatamente após a Grande Tribulação e todas as nações verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu.
A afiliação à Igreja e, portanto, a participação no Arrebatamento depende de ter pessoalmente aceitado a morte do Senhor como pagamento total por seus pecados. Ainda que Sua morte tenha na verdade comprado o perdão para todos, nós temos que pessoalmente pedir para ter o nosso ativado. Todos os que pedem salvação recebem um incondicional, irrevogável “Sim!” (Mat 7.7-8, João 3.16, Efé 1.13-14). “Porque todas quantas promessas há de Deus, são nele sim, e por ele o Amém, para glória de Deus por nós” (2 Cor 1.20).
Isso é Grego Para Mim
E finalmente, ainda que os críticos possam verdadeiramente dizer que a palavra Arrebatamento não aparece em nenhuma passagem das Escrituras, a declaração não é correta em sua intenção. Arrebatamento (rapto) é uma palavra de origem latina, não hebraica ou grega, as línguas da Bíblia. (A mais antiga tradução da Bíblia foi para o latim, e a palavra rapto vem dela). O seu equivalente grego é harpazo, que é encontrada no texto em grego de 1 Tes 4.17. Quando traduzidas para o Inglês (e outras línguas), ambas as palavras significam “ser apanhado, ou surrupiado”. Harpazo, a palavra que Paulo realmente usou, vem de raízes que significam “erguer do chão” e “tomar para si mesmo” e implicam em que ao fazê-lo o Senhor está ansiosamente nos reclamando para Si mesmo. Então, enquanto a palavra latina não aparece em nossas Bíblias, o evento que ela descreve certamente sim. Há uma situação similar com a palavra Lúcifer, também de origem latina. Ela não aparece em nenhum dos textos originais também, mas ninguém seria tolo o bastante para negar a existência de Satanás em uma base tão débil.
Com essa introdução, vamos primeiro à mais bem conhecida das passagens do Arrebatamento.
“Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem. Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Tes 4.15-17).
A maioria de nós está familiarizada com esses versos. Mas note que eles não lhe dizem quando o arrebatamento ocorrerá, mas somente que ocorrerá. Note também que o Senhor na vem todo o caminho até a terra. Nós o encontramos nas nuvens e então, de acordo com João 14.1-3, voltaremos com Ele para o lugar de onde veio. Se isso fosse a 2ª Vinda, Ele estaria vindo aqui para estar onde estamos, não para nos levar para onde Ele está.
Paulo descreve o mesmo evento em 1 Cor 15.51-52. Em um instante, em um piscar de olhos, os mortos em Cristo ressuscitarão e os vivos serão transformados. Ali ele diz que está revelando um segredo, mas a ressurreição dos mortos não era um segredo. Ela pode ser encontra em todo o Antigo Testamento. O segredo era que alguns não morrerão, mas serão levados vivos para a presença do Senhor em seguida a uma transformação instantânea. O arrebatamento acontece rapidamente. Em um momento estamos caminhando na terra e no momento seguinte estamos no Reino.
Não tente usar a referência à trombeta no verso 52 para marcar a cronologia. Há várias “Ultimas Trombetas” na Bíblia e na tradição judaica. Esse verso significa somente que será a última trombeta que ouviremos antes de ser transformados. Como tanto a passagem de Coríntios como a de Tessalonicenses descrevem a mesma coisa, é seguro assumir que essa trombeta é a mesma mencionada em 1 Tes 4.16 e não nos aponta para nenhum outro evento.
Assim, essas duas referências dizem que uma geração de humanos não morrerá, mas será repentinamente transformada de nossa forma terrena para a celestial. E, como tanto Mat 24.31 (ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma à outra extremidade dos céus) quanto Apo 17.14 (vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos, e fiéis) dizem que estaremos com o Senhor quando Ele retornar, isso tem que acontecer algum tempo antes da 2ª Vinda. E não podem ser somente os crentes ressuscitados voltando com Ele porque as passagens do Arrebatamento acima dizem que seremos transformados ao mesmo tempo em que os mortos são ressuscitados.
Então Quando Isso Acontece?
No Novo Testamento, a mais clara indicação que conseguimos no departamento de cronologia é encontrada em 1 Tes 1.9-10. “Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, E esperar dos céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura”. A palavra grega traduzida como “da” nesta passagem é “apo”. Tomada literalmente, ela significa ser resgatado do tempo, lugar ou de qualquer relação com a Ira de Deus. Isso denota tanto afastamento quanto separação. Isso é apoiado por 1 Tes 5.9 que declara, “Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo”.
Alguns gostam de apontar que você não pode usar a Ira de Deus intercambiavelmente com a Grande Tribulação. Elas não são a mesma coisa, eles dizem. E estão certos, os dois termos não são sinônimos. A Grande Tribulação tem a duração de 3 anos e meio e começa em Apo 11-13. Já a Ira de Deus é muito mais longa, começando em Apo 6, como o verso 17 explica. Os advogados do arrebatamento Pós-Tribulação e Pré-Ira tentam negar, mas as Escrituras são claras. O tempo da Ira de Deus começa com o Juízo dos Selos. O Juízo das Taças, que acontece depois, não inicia o tempo da Sua Ira, eles concluem (Apo 15.1). Ser resgatada do tempo, do lugar e de qualquer relação com a Ira de Deus significa que a Igreja tem que desaparecer antes de Apo 6, e é por isso que cremos que o Arrebatamento acontece em Apo 4 e a Igreja é o grupo de crentes visto no Céu em Apo 5.
Seja Você o Juiz
Agora, vamos aplicar o teste do meu questionador. Poderia um crente, assentado sozinho na proverbial ilha deserta com nada mais que uma Bíblia e sem idéias pré-concebidas concluir que há um Arrebatamento pré-tribulação somente lendo sobre isso, ou ele somente poderia ser guiado a esta posição ouvindo primeiro alguém lhe ensinar sobre ela?
Bem, de Isa 13.9-13 e Amós 5.18-20 ele teria aprendido que Deus irá julgar a terra por seus pecados em um tempo terrível chamado o Dia do Senhor, quando Ele derramará Sua Ira sobre a humanidade.
Lendo Mat 24.21-22, ele aprenderia que esse tempo de julgamento seria tão ruim que, se o Senhor não pusesse um fim a ele, ninguém sobreviveria. Mas o Senhor porá um fim a ele voltando em poder e glória. Sabe que o Senhor não voltou ainda, ele saberia que a Ira de Deus ainda está no futuro.
Quando chegasse a 1 Tes 1.9-10, ele veria uma declaração bastante clara. Jesus nos resgata da ira vindoura. Na metodologia do “quem, o que, onde, quando e porque” dos repórteres investigativos, ele teria o Quem (Jesus), o o que (nos salva), e o quando (o tempo da ira por vir). Lendo adiante ele chegaria a 1 Tes 4.15-17 e teria o onde (da terra para as nuvens) e em 1 Tes 5.9 o porque (porque não estamos destinados à ira).
Daí ele logicamente concluiria que, já que seremos resgatados por volta do tempo da ira vindoura e como não estamos destinados para a ira, nosso resgate teria que precedê-la. Ele poderia também responder outra das perguntas do repórter investigativo em 1 Tes 4.15-17 e seria assim que aconteceria. O Senhor mesmo descerá do Céu para a nossa atmosfera e repentinamente nos arrebatar da terra para encontrar com Ele lá. No capítulo 5 ele aprenderia que nunca saberia o tempo exato desse evento mas somente que precederia a ira futura.
É claro que há muitas outras passagens que Eu poderia referenciar, mas acho que coloquei o meu ponto e respondi às perguntas. De fato, eu darei mais um passo. Creio que como nosso leitor hipotético não tem ninguém para persuadi-lo de forma diferente, ele assumiria o que está lendo como literal. E se esse for o caso, então a posição pré-tribulacionista é a única conclusão a que ele poderia logicamente chegar, porque todas as outras posições requerem uma reinterpretação de moderada a massiva das Escrituras.
Eu defendo que deixado sozinho para digerir isso somente com a ajuda do Espírito Santo, ele esperaria ser arrebatado antes de a Ira de Deus começar em Apo 6. Você vê, Deus não escreveu a Bíblia para nos confundir, mas para nos informar. É a humanidade que misturou tudo. Se você der o Espírito Santo a um estudante de mente limpa, não contaminada por opiniões e preconceitos humanos, Ele traria tal pessoa ao entendimento do Arrebatamento que é mais consistente com a interpretação literal das Escrituras. E isso requer um arrebatamento pré-tribulação.
Mas Espere, Tem Mais
Enquanto estamos no tópico, há um outro assunto que aponta para um Arrebatamento pre-tribulação e nos vem na forma de uma pista em 1 Tes 4.15, logo no começo da passagem do Arrebatamento. O verso 15 começa com a frase “Dizemo-vos, pois, isto, pela palavra do Senhor”. Simplesmente não há no Novo Testamento lugar algum em que Jesus tenha falado sobre alguns serem ressuscitados e outros serem transformados para encontrar o Senhor nos ares. Ele nunca disse nada parecido com isso, nem mesmo insinuou tal coisa.
Aqueles que crêem vê-lo em Mat 24.40-41 primeiramente têm que ignorar o fato de que Jesus estava explicando eventos na terra no próprio dia de Seu retorno, o que colocaria o Arrebatamento após a 2ª Vinda, algo em que ninguém acredita. Eles também têm que ignorar o fato de que em Mat 24.40-41 tanto crentes quanto descrentes são mandados para algum lugar, os crentes sendo recebidos para Ele, enquanto os descrentes são lançados fora. Você tem que pesquisar as palavras gregas traduzidas como “levado” (paralambano) e “deixado” (alphiemi) para descobrir isso, mas quando o fizer você verá que o português é enganoso. Nenhum ponto de vista do Arrebatamento inclui o posicionamento dos não crentes, nem mesmo menciona isso.
Por falar nisso, este é um grande exemplo do porque de a interpretação literal, histórica, gramatical ser tão importante. Nossa Bíblia foi basicamente escrita em Hebraico e Grego. Toda tradução se baseia no movimento das palavras de uma língua para outra. Esse processo nem sempre produz um encaixe perfeito, e assim homens eruditos tem que fazer concessões a isso e exercer seu próprio julgamento de tempos em tempos. Mas os homens não são perfeitos. Todos nós temos nossos defeitos. Quando se trata de um assunto importante onde você quer um significado exato é sempre bom verificar novamente o trabalho deles.
Felizmente temos uma inacreditável ferramenta na Concordância de Strong. Ela contém cada palavra hebraica e grega da Bíblia com seus significados primários e secundários, com que freqüência cada palavra aparece na Bíblia e quais significados são usados em cada utilização. Você pode comparar esses com o significado que os tradutores usaram e ver se concorda com seu tratamento da passagem. Fazendo isso com Mat 24.40-41, você descobrirá que o significado principal de paralambano é receber e que o significado principal de alphiemi é lançar fora.
Pessoas com uma disposição pós-tribulacionista lêem 1 Tes 4.15, e então se voltam para Mat 24.40-41 onde encontram um grupo sendo “levado” e outro sendo “deixado” após o fim da Grande Tribulação. Presumindo que essas eram as próprias palavras do Senhor a que Paulo se referia, eles param por ai. Viram o que queriam ver.
É claro que nada disso diz respeito ao nosso leitor na ilha deserta acima. Os versos que usei lá são claros o bastante para não necessitar qualquer pesquisa na língua original. Então, ele não precisaria de uma Concordância de Strong, somente da Bíblia.
Qual é o Ponto?
Se Jesus nunca ensinou sobre o Arrebatamento, a quais das “próprias palavras do Senhor” Paulo se referia? Alguns dispensam a frase, dizendo que Paulo estava falando de uma conversa que teve com o Senhor que não aparece nas Escrituras. Mas eu creio que merecemos uma resposta melhor do que essa. Lembre-se, 1ª Tessalonicenses foi provavelmente a primeira comunicação escrita de Paulo, realizada em 51 AD. Dependendo da opinião de quem você aceita, o Evangelho de Mateus estava ou sendo escrito ou há cerca de 10 anos à frente. Aqueles que lhe atribuem uma data mais antiga dizem que foi escrito aos Judeus em Jerusalém e deve até mesmo ter sido escrito em Hebraico. Em qualquer dos casos, nem este nem qualquer outro evangelho estava ainda em ampla distribuição. (O Evangelho de Marcos, o outro candidato para o mais antigo a ser escrito, não contem um equivalente de Mat 24.40-41). Então, se Paulo estava se referindo às Escrituras, como creio que estava, tinha que ser o Antigo Testamento.
Sim, como tudo mais no plano de Deus, você encontrará pistas do Arrebatamento até mesmo no Antigo Testamento. Veja esta passagem de Isa 26.19-21. “Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos. Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira. Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade, e a terra descobrirá o seu sangue, e não encobrirá mais os seus mortos”.
Note como os pronomes mudam da segunda pessoa quando Deus fala do Seu pova para a terceira pessoa quando Ele fala do povo da terra. Isso significa que os dois grupos são diferentes. Àqueles chamados de “meu povo” é mandado “entrar em seus quartos (lugares)” (os lugares de João 14.1-3?) por que os outros, chamados de “os moradores da terra”, serão punidos por seus pecados em um período de tempo chamado de Sua Ira. Parece familiar? (Nota: a palavra hebraica traduzida como “vai” na frase “Vai, pois, povo meu” é traduzida como “vem” em algumas traduções, lembrando o comando dado a João em Apocalipse 4, “Sobe aqui!”, mas a palavra tem outro significado principal que é meu favorito. Ela significa desaparecer. “Desaparece, pois, povo meu!” Sim, nós vamos.)
Nem com um esforço de imaginação essa passagem já foi cumprida literalmente. Ela é uma profecia para os Tempos do Fim que promete uma ressurreição dos mortos e a ocultação do povo de Deus enquanto a Ira de Deus é liberado sobre o povo da terra por seus pecados. E ela foi escrita 2750 anos atrás. A ocultação dos Judeus no deserto na terra no começo da Grande Tribulação (Apo 12.14) não pode ser considerada como um cumprimento para esta passagem porque nenhuma ressurreição a acompanha. (A ressurreição de crentes do Antigo Testamento acontece no final da Grande Tribulação – Dan 12.2.)
É claro, ninguém sabe com certeza que essa seja a passagem a que Paulo se referiu, nas como evidência de sua influência sobre ele, vamos compará-la com o que Paulo escreveu em 1 Tes 4-5.
Isaías: Os teus mortos e também o meu cadáver viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.
Paulo: Os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro.
Isaías: Vai, pois, povo meu, entra nos teus quartos, e fecha as tuas portas sobre ti; esconde-te só por um momento, até que passe a ira.
Paulo: Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares.
Isaías: Porque eis que o Senhor sairá do seu lugar, para castigar os moradores da terra, por causa da sua iniqüidade.
Paulo: Pois que, quando disserem: Há paz e segurança, então lhes sobrevirá repentina destruição, como as dores de parto àquela que está grávida, e de modo nenhum escaparão.
As palavras são um pouco diferentes, mas realmente me parece que estão descrevendo o mesmo evento.
E Ainda Tem Mais
Há outras sólidas razões teológicas porque a Igreja será arrebatada antes de começarem os juízos dos Tempos do Fim. Uma é que o Senhor parece manter separados Israel e a Igreja, nunca lidando com ambos ao mesmo tempo (Atos 15.13-18). Se o propósito primário da 70ª semana de Daniel é finalmente cumprir as seis promessas a Israel em Daniel 9.24, então a Igreja tem que desaparecer.
Outra é que a Igreja foi purificada na cruz momento em que toda punição devida a nós foi carregada pelo próprio Senhor. Daquele momento em diante a Igreja é considerada por Deus como sendo tão reta quanto Ele (2 Cor 5.17 e 21). A idéia de que a Igreja necessite se submeter a alguma disciplina para se torna digna de habitar com Deus é contra as Escrituras e nega a obra completa do Senhor na cruz.
E terceiro, o propósito declarado da Grande Tribulação é bifacetado: purificar Israel e destruir completamente as nações descrentes (Jer 30.1-11). A Igreja não está destinada a nenhuma dessas conseqüências.
Há também diversas sub-pistas que por si só não podem ser usadas para apoiar a posição pré-tribulacionista, mas que sublinham a validade das passagens claras que acabei de citar. Tome por exemplo o fato de que Enoque, que carrega uma grande similaridade com a Igreja, desapareceu antes do Grande Dilúvio, que os anjos não puderam destruir Sodoma e Gomorra até que Ló e sua família estivessem a salvo, e que faltou Daniel na história da fornalha ardente, um modelo da Grande Tribulação.
Quando o Senhor descreveu Sua vinda em Lucas 17.26-29 Ele disse que seria tanto como os dias de Noé (alguns serão preservados através dos julgamentos) quanto como os dias de Ló (alguns serão tirados antes deles). E quanto à promessa que Ele fez à Igreja de Filadélfia de que nos manteria fora da “hora” da tribulação vindoura sobre todo o mundo (Apo 3.10). Será isso o mesmo que a “hora” da destruição de Babilônia em Apo 18?
Mas ao me pedirem para citar versos que não requeiram qualquer conhecimento anterior eu peguei dois que são os mais claros para mim, 1 Tes 1.9-10 e Isa 26.19-21. E assim, pelo testemunho de duas testemunhas, uma no Antigo Testamento e outra no Novo, nós vemos a separação física entre crentes e descrentes antes do tempo do Julgamento. E pelo testemunho de duas testemunhas uma coisa deve ser estabelecida (Deu 19.15).
É claro que alguns não se convencerão até que lhes mostremos um verso que diga que o Arrebatamento precederá a Grande Tribulação com todas as palavras. Obviamente, tal verso não existe. Eu acho que teremos que esperar e explicar isso a eles a caminho do Céu.
Fonte: www.olharprofetico.com.br
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