Visão Preterista e Futurista sobre Zacarias 12-14

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 05-12-2010

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por Geração Maranata

O escritor e conferencista Thomas Ice, ministrou certa vez um curso sobre Escatologia, tendo como convidado o Dr. Ken Gentry, um respeitado e importante preterista.

O objetivo do Dr. Ice era expor aos alunos uma posição oposta aos pontos de vistas ministrados por ele, um defensor da escola futurista.

Uma das perguntas feitas  foi sobre a  relação entre Zacarias 12-14 e o preterismo. O Dr. Gentry concordava que esta passagem era um paralelo ao “Sermão Profético” de Jesus (Mt 24-25; Mc 13; Lc 21.5-36).

No livro de Zacarias fala de “todos os povos” (Zc 12.2), “contra ela, (Jerusalém) se ajuntarão todas as nações da terra” (Zc 12.3),“eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém” (Zc 14.2). Esses versículos não pareciam estar falando da invasão Romana em 70 d.C. como é sustentado pela posição preterista.

Mais adiante, Zacarias continua dizendo: Naquele dia o Senhor protegerá os habitantes de Jerusalém” (Zc 12.8) e: “Então sairá o Senhor e pelejará contra as nações, como pelejou no dia da batalha” (Zc 14.3). Esses versos não se encaixam com o que aconteceu em Jerusalém em 70 d.C., quando os romanos conquistaram Israel.

Finalmente, a passagem diz que o Senhor salvará Israel naquele dia (Zc 14.3), ao passo que, em 70 d.C., o Senhor julgou Israel como está escrito em Lucas 21.20-24.

Mediante esses fatos, fica a pergunta: “Como os preteristas podem dizer que Zacarias fala de 70 d.C. se, nessa passagem, o Senhor está salvando o Seu povo?”

 

Interpretando o texto

Sobre a passagem de Zacarias 12-14, os preteristas não conseguem dar uma interpretação textual, porque acreditam que a passagem se refere ao julgamento de Deus sobre Israel através dos romanos em 70 d.C. – o que é seu primeiro erro.

“Zacarias 12 não profetiza o julgamento de Israel e, sim, a sua redenção”. (Greg Beale)

Zacarias 12-14 fala claramente de um tempo quando Israel será salvo pelo Senhor de um ataque de “todas as nações da terra”, não somente dos romanos – e esse é o segundo erro. Nesse contexto, evidentemente, “Israel” não se refere à Igreja, mas sim a Israel como nação.

Sendo assim, o evento de Zacarias 12-14 ainda não aconteceu na História. Isso significa que se trata de um evento futuro.

"O ônus da prova recai sobre os preteristas, para que forneçam um raciocínio exegético, tanto no que diz respeito a trocarem uma nação pagã por Israel como objeto principal do julgamento final de Daniel, como por limitarem o julgamento final principalmente a Israel e não o aplicarem universalmente." (Greg Beale)

 

A posição textual futurista

Tanto os preteristas quanto os futuristas acreditam que em Lucas 21.20-24 Jesus profetizou a destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d.C.

Usando Lucas 21.20-24 como base, podemos observar os contrastes entre essa passagem e Zacarias 12-14:

Lucas 21.20-24:

  • Cumprimento passado: “levados cativos para todas as nações” (Lc 21.24).
  • Dia da devastação de Jerusalém (Lc 21.20).
  • Dia de vingança contra Jerusalém (Lc 21.22).
  • Dia de ira contra o povo judeu (Lc 21.23).
  • Jerusalém pisada por gentios (Lc 21.24).
  • Tempo de domínio dos gentios sobre Jerusalém (Lc 21.24).
  • Grande aflição na terra (Lc 21.23).
  • Israel cairá a fio da espada (Lc 21.24).
  • Jerusalém destruída (70 d.C.) “para se cumprir [no futuro] tudo o que está escrito” [em relação ao povo judeu] (Lc 21.22).
  • A desolação de Jerusalém tem um limite de tempo:“até que os tempos dos gentios se completem” (Lc 21.24). Isso significa que haverá um tempo de restauração para Jerusalém.
  • O Messias virá com poder e grande glória para ser visto pelo povo judeu somente depois “destas coisas” – os eventos de Lucas 21.25-28 – que são posteriores [futuros] aos acontecimentos de Lucas 21.20-24.

Zacarias 12-14:

  • Cumprimento escatológico – “naquele dia” (Zc 12.3,4,6,8,11; 13.1-12; 14.1,4,6-9).
  • Dia de livramento para Jerusalém (Zc 12.7-8).
  • Dia de vitória para Jerusalém (Zc 12.4-6).
  • Dia de ira contra as nações gentias (Zc 12.9; 14.3,12).
  • Jerusalém transformada por Deus (Zc 14.4-10).
  • Tempo de submissão dos gentios em Jerusalém (Zc 14.16-19).
  • Grande libertação para a terra (Zc 13.2).
  • As nações trarão suas riquezas para Jerusalém (Zc 14.14).
  • Jerusalém salva e redimida, para que tudo que está escrito [em relação ao povo judeu] possa se cumprir (Zc 13.1-9; Rm 11.25-27).
  • O ataque a Jerusalém é a ocasião para a destruição final dos inimigos de Israel, encerrando, assim, “o tempo dos gentios” (Zc 14.2-3,11).
  • O Messias virá em grande poder e glória durante os eventos da batalha (Zc 14.4-5).[4]

(comparação realizada por Randall Price)

Em razão das diferenças apontadas entre as passagens, fica difícil harmonizar Zacarias 12-14 com eventos já ocorridos. Apesar de contrariar a lógica, muitos preteristas sustentam o argumento do cumprimento na invasão romana.

Um outro preterista, Gary DeMar,  recentemente interpretou Zacarias 14 da seguinte forma:  “… descreve eventos que antecedem a devastação e, inclusive, a própria destruição de Jerusalém em 70 d.C.”.  O sr.  DeMar não consegue mostrar a destruição de Jerusalém no texto de Zacarias, pois analisando apenas Zacarias 14, ele falhou em oferecer qualquer evidência de que Deus está submetendo Israel ao juízo, como é claramente perceptível em Lucas 21.20-24.

Na verdade, em Zacarias, Deus está julgando as nações, pois o texto diz: Procurarei destruir todas as nações que vierem contra Jerusalém(Zc 12.9), e: Eu ajuntarei todas as nações para a peleja contra Jerusalém… sairá o Senhor e pelejará contra essas nações” (Zc 14.2-3).

Ao contrário do que diz DeMar, Deus está defendendo (Zc 12.8) e salvando (Zc 14.3) Israel dessas nações.

Exatamente como em Mateus 24, em nenhum lugar o texto fala do Senhor vindo em julgamento contra o Seu povo. Tanto Zacarias quanto Mateus estão falando da salvação de Israel (Mt 24.31), e é por isso que o cumprimento das profecias de ambas as passagens será no futuro.

 

Conclusão

A única maneira que os preteristas encontram para lidar com Zacarias 12-14 é não considerar as palavras e frases no seu contexto literário, mas simplesmente declarar que a Igreja substituiu Israel.

"Em nenhum outro capítulo da Bíblia a interpretação de “Israel” é mais importante do que em Zacarias 14. Dizer que “Israel” significa a “Igreja”, como muitos têm feito, levaria a uma grande confusão nesse capítulo e no final do capítulo 13. Por exemplo, Zacarias 13.8-9 afirma que dois terços de toda a terra (Israel) morrerão, mas poucos se arriscam a dizer que dois terços da Igreja sofrerão um massacre no dia final. É muito claro que “Israel” se refere à unidade geopolítica atualmente conhecida como o Estado de Israel."  (Walt Kaiser)

A Palavra de Deus exorta Sua Igreja a viver na expectativa de um futuro seguro e na certeza da vitória. Mantendo essa perspectiva, os crentes podem viver confiantes no presente por causa do futuro.

O passado é igualmente importante. No entanto, uma falsa visão do passado roubará do crente, no presente, a esperança de que precisamos para viver corajosamente para o nosso Senhor.

Notas:

  1. David Chilton, The Days of Vengeance: An Exposition of the Book of Revelation (Fort Worth: Dominion Press, 1987), pp. 385-86.
  2. G.K. Beale, The Book of Revelation: A Commentary on the Greek Text (Grand Rapids: Eerdmans, 1999), p. 26.
  3. Beale, Revelation, p. 45.
  4. Randall Price, Charting the Future (San Marcos, Tex.: gráficos com publicação privada), n.p.
  5. Gary DeMar, Last Days Madness: Obsession of the Modern Church(Atlanta, American Vision: 4th edition, 1999), pp. 437-43.
  6. DeMar, Madness, p. 437
  7. Walter C. Kaiser, The Communicator’s Commentary: Micah-Malachi(Dallas: Word, 1992), p. 417.

* Os Preteristas ensinam que a maior parte, ou até mesmo todas as profecias já se cumpriram. Acreditam que as principais porções proféticas das Escrituras (como o Sermão Profético e o livro de Apocalipse) se cumpriram nos eventos relacionados à destruição de Jerusalém pelos romanos em 70 d. C.

 

Extraído (com adaptações) do artigo de Thoma Ice "Preterismo e Zacarias" –  http://www.pre-trib.org

 

Quando uma profecia é cumprida na história? Idealismo

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 19-11-2010

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por Geração Maranata

Há quatro pontos de vista sobre possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica:

Presente (Historicismo)

Passsado (Preterismo)

Futuro (Futurismo)

Atemporal (Idealismo)

Nesta terceira série será abordado o Idealismo.

O Idealismo é uma das quatro possíveis interpretações do tempo na profecia bíblica. Ele tenta responder à pergunta:

 

“Quando uma profecia é cumprida na história?”

 

Na escatologia o Idealismo é também chamado de abordagem espiritual, alegórico, não-literal, atemporal, etc. Trata-se de uma interpretação do Livro do Apocalipse baseado em alegoria e símbolos não-literais.

Essa abordagem diz que o Apocalipse não deve ser entendido no contexto de uma época ou acontecimento específico, porém são verdades e princípios básicos com os quais Deus age na História. O livro seria unicamente um conjunto de idéias teológicas, válidas para qualquer época. O Apocalipse se torna um grande drama que retrata realidades espirituais.

Esta explicação tem semelhanças com a interpretação alegórica presente na igreja do período medieval.

Para o Idealismo os símbolos não-literais são perpétuos e ciclicamente preenchidos num sentido estritamente espiritual, durante o conflito entre o Reino de Deus e as forças de Satanás em todo o tempo do primeiro advento até a Segunda vinda de Cristo. O livro é visto da perspectiva que representa o conflito continuo entre o bem e o mal, sem conexão histórica imediata para qualquer evento político ou social.

O idealismo nega que haja uma cronologia dos eventos. Para os idealistas a cronologia é um mistério não revelado.

Apesar das muitas declarações da profecia bíblica que parecem tratar do cumprimento temporal de um evento em relação a outro, os Idealistas não crêem que a Bíblia indique qualquer cronologia de eventos e nem que possamos determinar antecipadamente o tempo de sua ocorrência. Como as passagens proféticas ensinam principalmente grandes idéias ou verdades infinitas sobre Deus e a vida cristã, podem ser aplicadas como princípios atemporais.

Seus defensores alegam que a doutrina das últimas coisas não tem qualquer efeito sobre a história da humanidade.

A abordagem não-literal da profecia raramente é adotada por conservadores e evangélicos atuais. Muitos liberais, que não crêem em um Deus sobrenatural que pode prever o futuro, apóiam esse ponto-de-vista por seu potencial de fazer com que o texto diga virtualmente qualquer coisa.

Essa abordagem escatológica é distinta do Preterismo, Futurismo e Historicismo na medida em que não vê nenhuma das profecias (exceto em alguns casos, a Segunda Vinda e o Juízo Final), sendo cumpridas em sentido literal, físico, terrestre, ou no passado, presente ou futuro.

Mas, o que dizer das profecias que foram cumpridas? Será que elas não referendam as que estão por se cumprir? Se cremos em uma, como podemos não crer na outra.

Alguns amilenistas apóiam esse ponto de vista, tais como Henry Alford, William Hendriksen, RCH Lenski, William Milligan, Earl Morey, Leon Morris, SL Morris, Rousas John Rushdoony, HB Swete, Edward J. Young, Abraham Kuyper, Anthony A. Hoekema, Lewis Berkhof, GC Berkouwer, Maurice FD e Geoffrey B. Wilson.

 

Fontes pesquisadas:

http://www.wikipedia.org

Livro “Profecias de A a Z” de Thomas Ice & Timothy Demy

http://www.teofilos.net – Apocalipse – Estudo Introdutório

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As alianças Bíblicas e a Escatologia – Aliança Abraâmica

Filed Under (Alianças Bíblicas) by Geração Maranata on 15-11-2010

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por Geração Maranata

 

A Aliança Abraâmica é a precursora das Alianças redentoras e todas as bênçãos espirituais de Deus partem dela (ver Gênesis 12.1-3,7; 13.14-17; 15.1-21; 17.1-21; 22.15-18).

Essa Aliança representa uma questão fundamental na profecia bíblica, no que diz respeito a ainda ser ou não válida para o povo de Israel.

As três principais promessas da Aliança Abraâmica estão relacionadas com terra, semente (descendência) e uma bênção que se estenderá para todo o mundo (Gênesis 12.1-3).

Enquanto Abraão e seus descendentes diretos – Israel – são os principais envolvidos na promessa, os gentios também são incluídos como participantes.

 

Aliança pode ser subdividida em 14 aspectos (a partir do texto de Gênesis):

1. Uma grande nação surgiria de Abraão: Israel (12.2; 13.16; 15.5; 17.1-27; 22.17).

2. Ele recebeu a promessa de uma terra específica: a terra de Canaã (12.1,5-7; 13.14-15,17; 15.18-21; 17.8).

3. O próprio Abraão seria abençoado (12.2; 15.6; 22.15-17).

4. O nome de Abraão seria grande (12.2).

5. Abraão seria uma benção para os outros (12.2).

6. Os que o abençoassem seriam abençoados (12.3).

7. Os que o amaldiçoassem seriam amaldiçoados (12.3).

8. Em Abraão todos os habitantes da terra seriam abençoados já que era uma promessa que se estenderia aos gentios (12.3; 22.18).

9. Abraão teria um filho com sua esposa, Sara (15.1 -4; 17.1 ó-21).

10. Seus descendentes seriam escravos no Egito (15.13-14).

11. Assim como Israel, outras nações surgiriam de Abraão (17.3-4,6); os Estados árabes são algumas dessas nações.

12. Seu nome seria mudado de Abrão para Abraão (17.5).

13. O nome de Sarai seria mudado para Sara (17.15).

14. Haveria um sinal da aliança – a circuncisão (17.9-14). De acordo com a Aliança Abraâmica, a circuncisão era uma identificação do que é ser judeu.

 

As 14 promessas são distribuídas e se cumprem nas três partes:

1. Abraão – 1,2,3,5,6,9,11,12,13

2. Israel, a semente – 1,2,5,6,7,10,14

3. Gentios – 6,7,8,11

 

Os relacionamentos de alianças eternas e misericordiosas feitas entre Deus e Israel podem ser graficamente demonstradas da seguinte maneira:

 

(A aliança geral e básica com Abraão)
(As outras alianças)
1. A promessa de uma terra nacional.
Gn 12.1 Gn 13.14,15,17
1. A aliança palestina deu a Israel garantia particular da restauração permanente e definitiva à terra.
Dt 30.3-5 Ez 20.33-37,42-44
2. A promessa da redenção nacional e universal. Gn 12.3 Gn 22.18 Gl 3.16
2. Uma nova aliança está particular mente relacionada à bênção espiritual e à redenção de Israel. Jr 31.31-40 Hb 8.6-13 etc.
3. A promessa de numerosos descendentes que formariam uma grande nação. Gn 12.2 Gn 13.16 Gn 17.2-6 etc.
3. A aliança davídica está relacionada a promessas de dinastia, nação e trono.
2 Sm 7.11,13,16 Jr 33.20,21 Jr 31.35-37

Dessa maneira, pode-se dizer que as promessas de terra da aliança abraâmica são desenvolvidas na aliança palestina, as promessas de semente são desenvolvidas na aliança davídica e as promessas de benção são desenvolvidas na nova aliança. Esta, então, determina todo o futuro plano para a nação de Israel e é um fator de grande importância na escatologia bíblica.

 

O Caráter da Aliança Abraâmica

Como a aliança abraâmica trata da posse da Palestina por Israel, de sua continuidade como nação para possuir essa terra e de sua redenção a fim de que possa gozar a benção na terra sob seu rei, é de grande importância descobrir o método de cumprimento dessa aliança. Se é uma aliança literal a ser cumprida literalmente, então Israel deve ser preservado, convertido e restaurado. Se é uma aliança incondicional, esses acontecimentos na vida nacional de Israel são inevitáveis.

 

Elemento Condicional

Enquanto Abraão morava na casa de Terá, um idólatra (Js 24.2), Deus ordenou que ele deixasse a terra de Ur, embora isso exigisse jornada a uma terra estranha e desconhecida (Hb 11.8), e fez promessas específicas que de pendiam desse ato de obediência. Abraão, em obediência parcial, visto que não quis separar-se de sua família, viajou a Harã (Gn 11.31). Ele não recebeu nenhuma das promessas ali. Apenas com a morte do pai (Gn 11.32) é que Abraão começa a receber alguma parte da promessa de Deus, pois somente depois desse fato é que Deus o leva para a terra (Gn 12.4) e lhe reafirma a promessa original (Gn 12.7).

É importante observar a relação da obediência com o plano da aliança. Quer Deus instituísse um plano de aliança com Abraão, quer não, isso dependia do ato de obediência de Abraão em abandonar a terra. Quando, por fim, esse ato foi cumprido e Abraão obedeceu a Deus, Deus instituiu um plano irrevogável e incondicional. Essa obediência, que se tornou a base da instituição do plano, é citada em Gênesis 22.18, em que a oferta de Isaque é apenas mais uma evidência da atitude de Abraão para com Deus.

A existência de um plano de aliança com Abraão dependia do ato de obediência de Abraão. Quando ele obedeceu, a aliança instituída dependia não da obediência continuada de Abraão, mas da promessa de quem a instituiu. O fato da aliança dependia da obediência; o tipo de aliança inaugurada era totalmente desvinculado da obediência continuada de Abraão ou de sua semente.

 

Elemento Incondicional (visão pré-milenista)

A questão de a aliança abraâmica ser condicional ou incondicional é reconhecida como ponto crucial de toda a discussão relacionada ao cumprimento da aliança abraâmica. Vários argumentos têm sido apresentados para apoiar a proposta dos pré-milenistas quanto ao caráter incondicional dessa aliança:

1) Todas as alianças de Israel são incondicionais, com exceção da mosaica. A aliança abraâmica é expressamente declarada eterna e, por conseqüência,incondicional em várias passagens (Gn 17.7,13,19; l Cr 16.17; Sl 105.10). A aliança palestina também é declarada eterna (Ez 16.60). A aliança davídica é apresentada da mesma forma (2Sm 7.13,16,19; l Cr 17.12; 22.10; Is 55.3; Ez 37.25). A nova aliança com Israel é igualmente eterna (Is 61.8; Jr 32.40; 50.5; Hb 13.20).

2) Com exceção da condição original de abandonar sua terra natal e dirigir-se à terra prometida, a aliança é firmada sem condições.

3) A aliança abraâmica é confirmada repetidamente por reiteração e por ampliação. Em nenhuma dessas ocasiões as promessas adicionadas se condicionam à fé da semente ou do próprio Abraão; nada se diz sobre ela estar sujeita à fé futura de Abraão ou de sua semente.

4) A aliança abraâmica é formalizada por um ritual divinamente ordenado que simboliza o derramamento de sangue e a passagem entre as partes do sacrifício (Gn 15.7-21; Jr 34.18). Essa cerimônia foi dada a Abraão como garantia de que sua semente herdaria a terra nas mesmas fronteiras dadas a ele em Gênesis 15.18-21. Nenhuma condição está conectada à promessa nesse contexto.

5) Para distinguir os que herdariam as promessas como indivíduos dos que eram apenas a semente física de Abraão, foi dado o sinal visível da circuncisão (Gn 17.9-14). Os incircuncisos eram considerados não alcançados pela bênção prometida. O cumprimento último da aliança abraâmica e a posse da terra pela semente não dependiam, contudo, da fidelidade ao pacto de circuncisão. Na verdade as promessas da terra fo ram concedidas antes que a cerimônia fosse introduzida.

6) A aliança abraâmica foi confirmada pelo nascimento de Isaque e de Jacó, os quais receberam repetições das promessas na forma original (Gn 17.19; 28.12,13)

7) O fato notável é que as repetições da aliança e o seu cumprimento parcial acontecem a despeito da desobediência. E claro que em vários instantes Abraão se afastou da vontade de Deus. No próprio ato as promessas são repetidas a ele.

8) As confirmações posteriores da aliança foram feitas em meio a apostasia. Muito importante é a promessa dada por Jeremias de que Israel continuaria como nação para sempre (Jr 31.36)

9) O Novo Testamento declara a aliança abraâmica imutável (Hb 6.13-18; cf. Gn 15.8-21). Ela não foi apenas prometida, mas solenemente confirmada pelo juramento de Deus.

10) Toda a revelação das Escrituras a respeito de Israel e de seu futuro, contida no Novo e no Antigo Testamento, se interpretada literalmente, confirma e sustenta o caráter incondicional das promessas feitas a Abraão.

 

Argumentos amilenistas contra o caráter incondicional da aliança Abraâmica

Oswald T. Allis, um dos principais defensores da posição amilenista, sistematiza o pensamento dessa escola de interpretação.

1) "Deve-se observar que pode haver uma condição numa ordem ou promessa sem estar especificamente declarada. Exemplo disso é a carreira de Jonas. Jonas recebeu a ordem de pregar juízo incondicio nal, sem nenhuma reserva: "Em quarenta dias, Nínive será destruída" […] A condição não declarada foi pressuposta no próprio caráter de Deus como um Deus de misericórdia e compaixão […] O juízo da família de Eli (1 Sm 2.30) é exemplo notável desse princípio." Allis argumenta que pode haver condições implícitas, não declaradas.

Contra-argumento

Em resposta a esse argumento, podemos observar que Allis começa com uma admissão desconcertante — não existem condições declaradas nas Escrituras nas quais o amilenista possa buscar confirmação de sua defesa. Toda a sua posição repousa no silêncio, em condições implícitas e não declaradas. No caso de Eli, não existe nenhuma relação, pois Eli estava vivendo sob a economia mosaica, condicional em seu caráter e sem relação com a aliança abraâmica.

O fato de a aliança mosaica ser condicional não significa que a aliança abraâmica também precise ser. E, além disso, no que diz respeito a Jonas, devemos observar que também não existe relação. A mensagem que Jonas pregou não constituía uma aliança e não se relaciona de forma alguma à aliança abraâmica. Era um princípio bem estabelecido das Escrituras (Jr 18.7-10; 26.12,13; Ez 33.14-19) que o arrependimento afastaria o juízo. O povo se arrependeu e o juízo foi retirado. Mas a pregação de Jonas, da qual é dada apenas uma declaração resumida, de forma alguma altera o caráter da aliança abraâmica.

 

2) "É verdade que, nos termos expressos da aliança abraâmica, a obediência não é declarada como condição. Mas dois fatos indicam claramente que a obediência estava pressuposta. Um, é que obediência é a pré-condição de bênção em todas as circunstâncias. O segundo fato é que, no caso de Abraão, o dever da obediência é particularmente salientado. Em Gênesis 18.17s. diz-se claramente que, da escolha de Abraão, Deus propôs trazer à existência, por piedosa preparação, uma semente justa que "guardaria o caminho do Senhor", para que em conseqüência e recompensa de tal obediência "o Senhor cumpra a Abraão tudo o que a respeito dele falou".

Contra-argumento

Mais uma vez, Allis reconhece que as Escrituras não contém, em parte alguma, nenhuma declaração de condições estipuladas. Embora isso devesse ser suficiente em si mesmo, há outras considerações concernentes a esse argumento. Primeiramente, é errado declarar que a obediência é sempre uma condição para a bênção. Se isso fosse verda de, como poderia um pecador ser salvo?

Mais uma vez, é importante observar que uma aliança incondicional, que confere certeza ao plano pactual, pode conter bênçãos condicionais. O plano será cumprido, mas o indivíduo recebe as bênçãos relacionadas apenas por ajustar-se às condições das quais essas bênçãos dependem. E o caso da aliança abraâmica. Além do mais, já foi dito que, embora a instituição do plano pactual entre Deus e Abraão de pendesse do ato de obediência deste em abandonar sua casa, uma vez inaugurada a aliança, ela não impunha condição alguma. E, finalmente, a aliança é reafirmada e ampliada para Abraão depois de atos defini dos de desobediência (Gn 12.10-20; 16.1-16).

 

3) "A obediência foi vitalmente ligada à aliança abraâmica e isso é demonstrado com clareza especial pelo fato de que havia um sinal, o rito da circuncisão, cuja observância era de fundamental importância. A eliminação do povo da aliança era a punição para quem não o observasse. O rito era em si um ato de obediência (1 Co 7.19)."

Contra-argumento

Em resposta a essa alegação, é suficiente destacar que o rito da circuncisão, dado em Gênesis 17.9-14, veio muitos anos após a instituição da aliança, e após repetidas reafirmações a Abraão (Gn 12.7; 13.14-17; 15.1-21). Que motivo há em exigir que um sinal siga a aliança quando a aliança está claramente em vigor antes da instituição do sinal? Então, novamente, a partir de um estudo do rito conclui-se que a circuncisão está relacionada ao gozo das bençãos da aliança e não à sua instituição ou continuidade.

 

4) "Os que insistem em que a aliança abraâmica foi totalmente incondicional na verdade não a consideram como tal; isso também é demonstrado pela grande importância que os dispensacionalistas atribuem ao fato de Israel estar "na terra" como condição prévia da benção sob essa aliança."

5) "Que os dispensacionalistas não consideram a aliança abraâmica totalmente incondicional também se evidencia pelo fato de que jamais os ouvimos falar sobre a reintegração de Esaú à terra de Canaã e à completa bênção sob a aliança abraâmica. Mas, se a aliança abraâmica fosse incondicional, por que Esaú foi excluído das bênçãos?"

Contra-argumento

Esses dois argumentos podem ser respondidos juntos. Em cada caso, que o que se tem em mente é o relacionamento com as bençãos, não o relacionamento com a continuidade da aliança. Como se afirmou anteriormente, as bençãos eram condicionadas à obediência, à permanência no lugar da bênção. Mas a aliança em si vigorava quer estivessem na terra, quer fossem contemplados ou não com a bênção.

Por outro lado, se a desobediência e a retirada da terra anulassem a aliança, não importaria se Esaú tivesse permanecido na terra ou não. Mas, já que bênçãos cairiam sobre o povo da aliança, Esaú foi excluído porque não estava qualificado para recebê-las, uma vez que não cria nas promessas. Observamos que a primogenitura (Gn 25.27-34) desprezada por Esaú era a promessa de que ele seria o herdeiro da aliança abraâmica. Já que essa se baseava na integridade de Deus, Esaú deve ser visto como homem que não cria que Deus pudesse cumprir ou cumprisse a Sua palavra. Da mesma forma, a bênção desprezada (Gn 27) lhe pertencia sob a aliança, e dela Esaú foi privado por causa de sua descrença manifesta no desdém em relação à primogenitura. A rejeição de Esaú ilustra o fato de que a aliança era seletiva e deveria ser cumprida por meio da linhagem escolhida por Deus.

 

6) "A certeza do cumprimento da aliança não se baseia no fato de ser incondicional, nem seu cumprimento depende da obediência imperfeita de homens pecadores. A certeza do cumprimento da aliança e a segurança do crente sob ela, em última análise, dependem totalmente da obediência a Deus."

Contra-argumento

É impossível deixar de notar a mudança completa na linha de raciocínio nesse aspecto. Até aqui sustentou-se que a aliança não será cumprida porque ela é uma aliança condicional. Agora se afirma que a aliança será cumprida com base na obediência de Cristo. Como nossas bençãos espirituais são resultado dessa aliança (Gl 3), o amilenarista é obrigado a reconhecer algum cumprimento. Se ela tivesse sido ab-rogada, Cristo jamais teria vindo. Se a segurança oferecida sob ela fosse condicional, não haveria certeza de salvação. Conquanto concordemos largamente que todo cumprimento se baseia na obediência de Cristo, esse fato não altera o caráter essencial da aliança que tornou necessária a vinda de Cristo. Se Cristo veio como cumprimento parcial da aliança, Sua segunda vinda promete um cumprimento completo.

 

7) Allis segue outra linha de raciocínio quando escreve a respeito do cumprimento dessa aliança:

a) "Com respeito à semente, devemos observar que as mesmas palavras que aparecem na aliança são usadas para a nação de Israel na época de Salomão. Isso indicaria que a promessa foi considerada cumprida nesse aspecto na época de ouro da monarquia."

b) "Com respeito à terra, o domínio de Davi e de Salomão estendia-se do Eufrates ao rio do Egito […] Israel tomou posse da terra prometida aos patriarcas. Eles a possuíram, mas não “para sempre”. Aposse da terra foi perdida pela desobediência […] ela pode ser considerada cumprida sécu los antes do primeiro advento…"

Contra-argumento

Allis argumenta agora que a aliança não terá cumprimento futuro por que já foi cumprida historicamente. A história de Israel, mesmo sob a glória dos reinados de Davi e de Salomão, nunca realizou a promessa feita a Abraão. Logo, à experiência histórica citada não podemos atribuir cumprimento. Mais ainda, se a aliança fosse condicional, visto que Israel esteve muitas vezes em desobediência entre a instituição da aliança e o estabelecimento do trono de Davi, como explicar algum cumprimento? A incredulidade que se seguiu à era de Davi não se diferenciava da que a precedeu. Se a descrença posterior anulava a aliança, a descrença anterior teria impedido qualquer espécie de cumprimento.

 

Implicações Escatológicas da Aliança Abraâmica

O significado da Aliança Abraâmica para a profecia bíblica está relacionado com a maneira de vermos como Deus está cumprindo as Suas promessas. É consenso que Jesus facilita o cumprimento de muitos aspectos da aliança (Galatas 3.6-4,11).

Amilenistas, pós-milenistas e teólogos aliancistas normalmente crêem que a Igreja se apossou de todas as promessas, enquanto a nação de Israel foi posta de lado.

Os pré-milenistas em geral acreditam que a Igreja é co-participante das bençãos espirituais da aliança (Romanos 15.27; Galatas 3.6-29). Eles concluem que no futuro Israel experimentará o cumprimento das suas promessas nacionais, quando o povo voltar a ser reunido e aceitar Jesus como Messias. Assim, a Igreja é vista como participante, através de Abraão, das promessas e não como suplantadora daquilo que foi estipulado para ser cumprido através da nação de Israel.

Apenas o cumprimento literal de todas as bençãos para Israel, para os gentios e para a Igreja faz justiça ao plano de Deus, conforme estabelecido na Bíblia.

Uma vez verificado que a aliança abraâmica é uma aliança incondicional feita com Israel, que conseqüentemente não pode ser cumprida nem abolida por nenhum outro povo além da nação de Israel, observamos que Israel tem promessas com respeito à terra e à descendência que determinam o plano de Deus. Os termos terra e descendência, juntamente com a palavra benção, resumem os aspectos essenciais da parte escatológica da aliança. Um exame da promessa de Deus a Abraão mostrará a dupla ênfase da promessa.

 

"Darei à tua descendência esta terra (Gn 12.7).

Porque toda essa terra que vês, eu ta darei, a ti e à tua descendência, para sempre. Farei a tua descendência como o pó da terra; de maneira que, se alguém puder contar o pó da terra, então se contará também a tua descendência (Gn 13.15,16).

Naquele mesmo dia fez o Senhor aliança com Abrão, dizendo: À tua des cendência dei esta terra, desde o rio do Egito até ao grande rio Eufrates (Gn 15.18).

Estabelecerei a minha aliança entre mim e ti e a tua descendência no decur so das suas gerações, aliança perpétua, para ser o teu Deus e da tua descendência.Dar-te-ei e à tua descendência a terra das tuas peregrinações, toda a terra de Canaã, em possessão perpétua, e serei o seu Deus (Gn 17.7,8)"

 

 

Fontes:

Manual de Escatologia – Dwight Pentecost

Profecias de A a Z – Thomas Ice & Timothy Demy

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O Evangelho Gnóstico de Judas

Filed Under (Apostasia, Defesa da Fé) by Geração Maranata on 15-11-2010

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Excelente artigo sobre o livro apócrifo 'Evangelho de Judas'.

por Norma Braga

"nada há que seja novo debaixo do sol" (Eclesiastes 1:9)

Uma boa análise do "Evangelho de Judas", livrp apócrifo do século II, com uma explicação razoável sobre o gnosticismo que o produziu, pode ajudar a fazer a diferença entre o cristianismo verdadeiro e o embuste gnóstico, empurrada pela inconseqüente e ignorante mídia mundial como "novidade" e "séria ameaça" à credibilidade da doutrina cristã.

Para quem conhece tanto a cultura esotérica moderna quanto o conteúdo dos quatro evangelhos canônicos, o tal "evangelho" de Judas, texto produzido em meados do século II por gnósticos da seita dos Cainitas e conhecido como evangelho fraudulento por pais da Igreja como Irineu, classifica-se automática e inapelavelmente no primeiro caso – além de ser, para quem teve a paciência de lê-lo (como eu), um texto chatíssimo, no limite do insuportável. Em vez da expressividade dos evangelhos, o tom do relato apresenta-se vago, etéreo, cheio de detalhes numéricos, remetendo àquele tipo de linguagem pomposa que se quer passar por sábia com pouca ou nenhuma aplicabilidade. Está muito mais para literatura "paulocoelhina" que para texto bíblico. Os estudiosos dos primeiros séculos fizeram muitíssimo bem em deixá-lo de fora do cânon.

Porém, como chegar a essas conclusões sem conhecer minimamente o gnosticismo? Por isso, uma boa análise de texto, com uma explicação razoável sobre essas teorias, pode ajudar a fazer a diferença entre Cristianismo e Gnosticismo.

Gnosticismo vem do grego gnosis , "conhecimento". Enquanto o cristianismo se baseia na revelação de Deus ao mundo – que atinge seu ápice na vinda de Cristo ("Quem vê a mim vê ao Pai", João 14:9; "Eu e o Pai somos um", João 10:30) – , o gnosticismo é um movimento muito antigo e de largo alcance até os dias de hoje, sempre de caráter esotérico (eso significa "dentro" em grego, e esoterikos , "iniciados"), ou seja, que creditava a uns poucos a iluminação espiritual através de estudos ocultistas. Há uma semelhança impressionante entre as filosofias gnósticas anteriores ao Cristianismo – que floresceram em Babilônia, Egito, Síria e Grécia e procuraram se juntar posteriormente ao ensino de Cristo (o "evangelho" de Judas é uma das muitas provas disso) – e os ensinos de Allan Kardec e Madame Blavatsky, ambos nascidos no início do século XIX, que condensaram e impulsionaram o espiritismo e o esoterismo modernos, respectivamente.

De fato, as doutrinas espíritas e esotéricas atuais são ramificações do velho tronco gnóstico.

Um bom ponto de partida para diferenciar cristianismo e gnosticismo é uma das questões fundamentais de toda religião: a origem do mal. Para o gnosticismo, doutrina dualista por excelência, a polarização do mundo em bem e mal era existente desde o começo. Rezava o gnosticismo que Deus, pertencente ao mundo espiritual (portanto "bom"), cria sucessivos seres finitos chamados éons, e um deles (Sofia) dá à luz a Demiurgo, deus criador, que fez o mundo material (portanto "mau"). Se o mal está na matéria, a solução lógica para o mal é a libertação deste mundo, que se dá após sucessivas passagens da alma na Terra (reencarnação). É por isso que, nas doutrinas gnósticas modernas, o corpo é invariavelmente visto como prisão do espírito. Assim, a solução para o mal no mundo é dada pelo homem, a partir do progressivo desenvolvimento espiritual, quando, tendo atingido um grau máximo de purificação, não mais precisa "rebaixar-se" ao mundo material.

Já no cristianismo, o mal não é criação de algum deus nem atribuído à matéria (criada e aprovada por Deus como "boa" em Gênesis), mas sim conseqüência da vontade de autonomia do homem, que crê poder decidir entre o bem e o mal sem a participação de Deus – de fato, isto é o que significa, segundo consenso dos teólogos, "comer da árvore do conhecimento do bem e do mal" (Gênesis 2:17) após a proibição divina. Desde então, o mal e sua conseqüência direta, a morte, entram no mundo, e uma das principais tragédias humanas é que, apesar de diferenciar bem e mal, o homem não consegue por si só decidir-se sempre a favor do bem – pois sua autonomia é uma condição artificial, assim como o mal no mundo, que é temporal e não absoluto. Os que reconhecem a necessidade de se arrepender desse desejo de autonomia (que é precisamente o pecado original) e recolocar Deus no centro de sua vontade para uma vida verdadeira são os salvos, que se valem do único meio de fazê-lo: o sacrifício de Jesus, que, sendo Deus encarnado – o único ser humano justo, ou seja, não atingido pelo pecado original – , pode levar embora todo o mal do mundo ao cumprir na cruz a morte que nos era destinada, reconciliando o mundo com Ele. A solução para o mal, portanto, está em Deus, não no homem.

A confusão entre visões religiosas tão diferentes começou já nos primórdios da igreja cristã. Na tentativa de conciliação com os ensinamentos de Jesus, gnósticos como Marcião (160 d.C.) e Valentim ensinavam que Cristo é um desses seres finitos (éons) que desceu dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto ( gnosis ) e libertar os espíritos da luz, cativos no mundo material terreno, para conduzi-los ao mundo espiritual mais elevado.  Nisso consistiria, para eles, a salvação.

Temos, portanto, o encaixe da figura de Cristo, desdivinizada, no dualismo gnóstico, com reconhecíveis sinais de mitologia grega (quem deixa de ver Prometeu – aquele que rouba o fogo dos deuses para dá-los aos homens – na figura desse Cristo gnóstico?). Versões ligeiramente diferentes da mesma tentativa de conciliação ocorrem tanto na variação kardecista quanto na esotérica.

Segundo Kardec, Jesus também não era Deus (afinal, Deus jamais se "rebaixaria" à matéria), mas sim o ser mais elevado que já passou por esse planeta, deixando-nos um exemplo de amor. E o esoterismo, embora não fale de éons, prega a existência de excelentes "mestres" espirituais ascensionados, que de tão elevados não encarnam mais, cada qual com um raio de atuação. Quem é considerado "o mestre do amor"? Cristo! Da mesma forma que no gnosticismo e no espiritismo, o esoterismo moderno o "encaixa" na fragmentação do governo do mundo, identificando-o apenas como um dos seres mais elevados que atuam sobre nós.

Assim, há uma clara convergência entre o esoterismo moderno, o espiritismo e o gnosticismo nas seguintes considerações centrais: o mal é absoluto e associado à matéria, ao corpo físico, à vida na terra; diante disso, enquanto estamos no mundo físico, a nós pertence a luta contra o mal e a "salvação" (o desenvolvimento do espírito), e para isso Cristo está aí para nos ajudar como um dos mestres (ou éons, ou espírito elevado), transmitindo-nos sabedoria para tal, como parte de uma grande hierarquia de espíritos prontos para guiar o homem – tão grande e tão especializada em diversos assuntos que, em meio a tudo isso, Deus se torna quase um espectador, uma espécie de "força motriz" quieta e silenciosa por trás de toda a agitação dos espíritos. A influência de Deus sobre o mundo é assim diluída no poder de uma miríade de seres angélicos. Em contato com essas doutrinas, o homem não é levado, como na Bíblia, a buscar a Deus ("Buscai o Senhor enquanto se pode achar", Isaías 55:6), mas a se deixar impressionar com o poder de outros seres.

No entanto, como pode alguém ser considerado apenas mestre, éon ou espírito elevado se, em suas próprias palavras, afirma-se Deus? Diz Ele: "Eu e o Pai somos um" (João 10:30) e "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25), entre muitas outras afirmações do mesmo teor. Se seus ensinamentos estão corretos, Ele é o que diz ser, senão não passaria de uma pessoa perturbada, não um grande mestre. Essa contradição não é percebida pelos gnósticos modernos, que deveriam, para uma coerência maior, não usar a Bíblia para respaldar suas crenças.

O "evangelho" de Judas traz exemplos flagrantes de muitas dessas doutrinas gnósticas. Logo no início, o leitor desse texto encontra uma afirmação bombástica: "Quando Jesus surgiu na terra, fez grandes milagres e maravilhas para a salvação da humanidade." A Bíblia nunca associa a salvação a milagres e maravilhas, que são considerados sinais de que Jesus era o Messias esperado pelos judeus, mas sim ao sacrifício de Cristo na cruz por nós. Mas o pensamento gnóstico dilui a salvação, atribuindo-a a uma série de atos isolados, todos partindo do homem, com uma ênfase no conhecimento adquirido pela alma.

A maior parte desse evangelho gnóstico consiste assim em ensinamentos de "Jesus" a Judas, com uma longa explicação sobre hierarquias angélicas em uma nova versão para a criação. Diz ele que, primeiro, um grande e invisível espírito está sozinho, uma nuvem surge a seu lado e ele pensa: "Que surja um grande anjo para assistir diante de mim", e esse anjo, chamado "Autogerado", sai da nuvem. A perplexidade do leitor é automática: se esse anjo foi gerado por si mesmo, qual foi o papel do grande espírito ao dizer aquilo? O relato continua e esse Autogerado (ou gerado com uma ajudinha, vá lá) começa a gerar por si inúmeros outros anjos e éons. Segue-se uma incompreensível explanação sobre um personagem chamado Adamas: "Adamas estava na primeira nuvem luminosa que nenhum anjo já vira entre todos aqueles chamados 'Deus'." Esse Adamas é tão poderoso que cria anjos, luminares e éons – de onde a "geração incorruptível de Seth". A partir daí, os números se sucedem em um tedioso relato: doze, vinte e quatro, setenta e dois luminares que fazem trezentos e sessenta luminares por sua vez, com trezentos e sessenta firmamentos – tudo isso para doze éons privilegiados. Ufa! Além disso tudo, esses éons, no final, recebem autoridade, inúmeros anjos e espíritos virgens(?) "para a glória e adoração de todos os éons, céus e firmamentos". Hummm… anjos e espíritos adorando éons? Isso contraria a Bíblia de par a par.

Porém, há mais: Seth, o primeiro da linhagem incorruptível de éons, é chamado de… Cristo! Com ele, outros quatro éons governam "o mundo dos mortos, e principalmente o caos". (Não há explicação de como alguém pode governar o caos). Enfim, esse universo recheado de seres angélicos governando o mundo sem que Deus tenha um papel significativo em toda a história é a base do ensino gnóstico, sem tirar nem pôr.

Se, na Bíblia, Jesus fala o tempo inteiro no Pai ("Toda planta que meu Pai celestial não plantou será arrancada", Mateus 15:13; "qualquer que, entre esta geração adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai", Marcos 8:38; "Todas as coisas me foram entregues por meu Pai", Lucas 10:22; "Por isso o Pai me ama, pois dou a minha vida para a retomar", João 10:17), esse Jesus do evangelho de Judas está muito mais preocupado com anjos, éons e luminares, e alguns desses ainda são adorados – algo considerado anátema (maldito, condenado) na cultura judaica e incorporado pelo cristianismo como um dos princípios básicos: adoração, só a Deus. É por isso que em Apocalipse, por exemplo, o apóstolo João fica extasiado com a luz do anjo que vem falar com ele e se prostra para adorá-lo, mas o anjo imediatamente o faz erguer-se: "Não faças isso! Sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus" (Apocalipse 19:10).

Além dessa diferença fundamental quanto ao poder de Deus no mundo e a adoração, temos também representado no "evangelho" de Judas o conhecido dualismo que absolutiza o bem e o mal. A idéia gnóstica consiste em que o mal é necessário para que o bem sobressaia – e é nisso que se baseia uma pretensa positivação do feito de Judas, tão alardeada pela mídia, para que Jesus pudesse ser crucificado. No entanto, se no gnosticismo o mal é tão absoluto quanto o bem, no cristianismo o mal é um parasita do bem, sujeito a Deus – cuja soberania age no sentido de fazer com que os feitos maus dos homens acabem cooperando para Seus desígnios.

A distinção é clara: Deus faz o mal cooperar, mas os homens não são por isso inocentados de seus atos maus. As palavras de Jesus na Bíblia são inequívocas sobre isso, ao tratar do papel de Judas em sua crucifixão: "Pois o Filho do homem vai, conforme está escrito a seu respeito; mas ai daquele por quem o Filho do homem é traído! Bom seria para esse homem se não houvera nascido" (Marcos 14:21). Essa afirmação é tão importante que se repete, com nenhuma variação importante, em Mateus 26:24 e Lucas 22:22. Vê-se que o conceito de mal no cristianismo não coincide com o pensamento gnóstico, que, levado às últimas conseqüências, pode ser utilizado perversamente para justificar e desculpabilizar os maiores crimes, ao inocentar o criminoso com base no argumento de que "seu mal serviu para algo bom".

Esse dualismo gnóstico se desdobra na divisão entre corpo (que é mau) e espírito (que é bom), dicotomia ausente no cristianismo.

Na Bíblia, o termo "carne" é usado de maneira apenas metafórica para designar a nossa natureza pecadora que milita contra o Espírito de Deus recebido por nós na salvação para nos vivificar, regenerar e santificar. Isso é patente sobretudo no fato de que Jesus não ressurge como espírito, mas ressuscita , ou seja, tem seu corpo reconstituído por inteiro a ponto de comer com os discípulos (veja Lucas 41-43, por exemplo). Mas no evangelho gnóstico há uma afirmação atribuída a Jesus que demonstra o dualismo corpo versus espírito: "Você [Judas] irá sacrificar o homem que me aprisiona." Na Bíblia, Jesus jamais se referia ao próprio corpo dessa forma. Sua morte não era, para Ele, uma libertação pessoal da matéria, mas sim um ato de amor para a remissão de pecados daqueles que cressem Nele – ato que é relembrado na Páscoa, para a alegria dos que foram feitos Filhos de Deus a partir de Seu sacrifício.

Portanto, você pode até crer no "evangelho" de Judas e lançar fora tudo o que está escrito nos evangelhos canônicos. Mas seja coerente: não deixe de chamar de "gnosticismo", e não de cristianismo, o conjunto dos ensinamentos desse "evangelho".

Quanto a mim, fico com o que o próprio Jesus disse, "Errais, por não compreender as Escrituras nem o poder de Deus" (Mateus 22:29), e com a advertência de um de seus apóstolos: "Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos pregue outro evangelho além do que já vos pregamos, seja anátema" (Gálatas 1:8).

 

Fontes:

www.chamada.com.br

http://normabraga.blogspot.com

 

O Código da Vinci

Filed Under (Apostasia) by Geração Maranata on 15-11-2010

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Desde sua publicação, em abril de 2003, O Código da Vinci vendeu mais de 40 milhões de exemplares nos Estados Unidos. Ele foi traduzido em 45 idiomas e é um sucesso de vendas em 150 países.

Ficou na lista dos mais vendidos do jornal The New York Times por dois anos, e esteve no topo, ou perto do topo, por 50 semanas.

O livro diz que os cristãos primitivos não criam na divindade de Cristo, que a ressurreição nunca ocorreu, que nossa Bíblia é o resultado de uma luta política do imperador romano Constantino e que os cristãos primitivos adoravam o "divino feminino". Essas afirmações são feitas por um afável especialista, um professor da Universidade de Harvard que (no contexto do livro) parece ser uma pessoa com credibilidade e autoridade.

Talvez você diga: "Nenhuma pessoa racional levaria esse tipo de coisa a sério." Isso era exatamente o que um líder evangélico pensava – até que começou a conversar com pessoas que tinham lido o livro. Ele descobriu que o livro endurece a descrença daqueles que não são cristãos e leva os buscadores honestos para longe do cristianismo. O livro chegou a fazer alguns cristãos se tornarem confusos e desiludidos.

De acordo com O Código Da Vinci, Jesus era apenas um homem comum que não era divino, não morreu pelos nossos pecados e não ressuscitou. Em vez disso, ele se casou com Maria Madalena e teve pelo menos um filho com ela. No livro o "cálice" é Maria Madalena, mitologizada e sexualizada como se fosse a amante ou esposa de Jesus Cristo.

O livro conta uma que há uma antiga sociedade secreta chamada 'Priorado de Sião' que preservou as informações sobre Jesus e Maria Madalena e seus descendentes. Ele afirma que Leonardo Da Vinci foi um grão-mestre do Priorado de Sião, e algumas de suas pinturas têm símbolos relacionados com o suposto relacionamento de Jesus com Maria Madalena.

Dan Brown tece uma narrativa com grande poder de entretenimento, ele afirma que Maria Madalena seria o Santo Graal (o cálice de Cristo), que ela e Jesus seriam os progenitores da linhagem merovíngia de governantes europeus e que ela estaria sepultada sob a pirâmide invertida de vidro no Louvre, em Paris, onde ainda hoje se poderia sentir emanações de seu espírito divino.

O romance descreve o Cristianismo como uma gigantesca conspiração baseada numa grande mentira (a divindade de Cristo), que os Evangelhos do Novo Testamento são produtos humanos de machistas e anti-feministas que teriam procurado reinventar o Cristianismo para oprimir as mulheres e reprimir a adoração à deusa. (Leia também o post Wicca).

O imperador Constantino teria convenientemente divinizado Jesus a fim de consolidar seu controle sobre o mundo. O livro indica que na votação do Concílio de Nicéia, sobre a divindade de Cristo, o resultado teria sido apertado, houve 300 votos favoráveis e apenas dois contrários. Definitivamente a precisão histórica não é o ponto forte do romance. Essa é apenas uma das muitas distorções deliberadas existentes no livro.

Outra envolve os heréticos evangelhos gnósticos escritos no final do século II como sendo os evangelhos "reais". Encontrados em Nag Hammadi no Egito, em 1946, esses mitos gnósticos nunca foram reconhecidos pela igreja primitiva como Escrituras legítimas.

Nos anos 60 as pessoas acreditavam em tudo que liam no jornal só porque estava escrito ali. Nunca lhes ocorreu que as reportagens e editoriais eram redigidos por pessoas com agendas pessoais e políticas. Acreditava-se naquilo que se lia, não importando quem era o autor. Hoje ainda é assim, e ainda pior, pois temos a televisão, o cinema e a internet.

A advertência é a mesma: não acreditem em tudo que vocês lêem em um romance ou vêem em um filme!

A Bíblia exorta: "Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo mundo afora. Nisto reconheceis o Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já está no mundo" (1 João 4.1-3). (Pre-Trib Perspectives)

por  Dr. Ed Hindson (assessor do reitor da Liberty University em Lynchburg/VA (EUA).

Fontes pesquisadas:

www.chamada.com.br

www.espada.eti.br

www.wikipedia.com

Autor: **Geração Maranata** Se for copiar cite a Fonte!

O Segredo – O Movimento do Novo Pensamento

Filed Under (Apostasia) by Geração Maranata on 15-11-2010

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por Geração Maranata

Este Livro/Filme tem contribuído muito para a mudança de pensamento. Ele sugestiona às pessoas que elas não precisam de um Deus e muito menos de um Salvador.  Afinal, o livro afirma, nós somos pequenos "deuses", temos energia para atrair o que quisermos: saúde, riqueza, felicidade.

Infelizmente essa promessa também tem sido oferecida por algumas igrejas evangélicas.  Essa é a geração atual: amantes de si mesma e egoístas.

O Livro O Segredo faz parte da estratégia para afastar a humanidade da Verdade e fazê-la acreditar na Mentira: A operação do Erro.

O SEGREDO – O Movimento do Novo Pensamento

A última armadilha do ocultismo para capturar a imaginação do Ocidente é chamada “O Segredo”. O livro com este nome é um bestseller no topo do New York Times, tendo vendido rapidamente 6 milhões de cópias.

As numerosas interpretações errôneas já começam no próprio título do livro. “O Segredo” nada tem de segredo, trata-se de  Hinduísmo, Xamanismo e Nova Era reciclados. Uma das mais gigantescas mentiras é a sua afirmação: “Você cria a sua própria realidade com a sua mente”. Foi essa a falsa promessa da serpente feita à Eva, a promessa da divindade (Gênesis 3).

Frases do Livro "O Segredo"

"Esse Segredo dá-lhe tudo o que você desejar: saúde, amor, abundância, felicidade."

"Você pode conseguir o que quiser quando aprender a aplicá-lo na sua vida diária."

"Eu vi muitos milagres acontecerem. Milagres de cura física, cura mental, cura de relacionamentos. Isso acontece com as pessoas que usam o Segredo, milagres financeiros."

"Você pode ser, ter, fazer qualquer coisa que quiser."

"Pode, sim, seja qual for a sua escolha, mesmo que seja muito grande."

"O Segredo é a Lei da Atração."

"Observe o que está passando pela sua mente. Você está atraindo isso tudo."

"Você é o arquiteto da sua vida. É o seu próprio escultor."

"Você esculpe a sua vida e é a sua própria obra-prima. É como se você fosse Michelangelo e o Davi que está esculpindo é você mesmo."

"Fazemos isso com o nosso pensamento".

"Todas as forças do Universo respondem aos seus pedidos." (Que forças serão essas ?)

"O Universo reorganiza-se para fazer com que as coisas aconteçam para você."

"Lembre-se de que Aladim pede ao Gênio tudo o que deseja e sempre é atendido!"

"Essa atração é o Universo apontando-lhe o caminho, é o início da materialização dos seus desejos."

"Só há um rio onde flui o bem-estar: o rio da Energia Positiva."

"Então pergunte a um Teólogo sobre quem criou o Universo e ele lhe dirá que foi Deus.  Então peça a esse Teólogo para descrever Deus e ele lhe dirá: é algo que sempre foi e sempre será, que jamais pode ser criado ou destruído. É a mesma descrição da Energia."

 

Para saber mais:

http://www.chamada.com.br/mensagens/o_segredo.html

 

Técnicas para Mudança de Mente e Comportamento

Filed Under (Apostasia) by Geração Maranata on 15-11-2010

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por Geração Maranata

Para que se mudem atitudes, conceitos, valores, crenças, etc, de uma sociedade, várias técnicas são usadas aplicadas de forma gradativa.

Se analisarmos algumas situações pelas quais estamos passando veremos que essa técnica vem sendo empregada, manipulando a mente de pessoas.

Este método tem efeito até em comportamentos mais arraigados, como a fé, conceitos e valores pessoais.

Vemos que o mundo, de uma maneira geral, está reformulação antigas idéias, repensando conceitos, tolerando ou mesmo aceitando práticas antes consideradas impensáveis e inaceitáveis.

Vivemos numa época em que o engano e engodo é muito grande e precisamos estar atentos para que não sejamos influenciados e tomar cuidado para que esses tipos de métodos e técnicas não tenham efeito sobre nós.

 

Técnica utilizada para Mudança de Mente e Comportamento:

I – Algo muito ofensivo, que nem deveria ser discutido em público, é defendido por especialistas respeitados em um foro respeitável:

O objetivo é substituir a verdade absoluta pela relativa. A mídia tem um papel importante, pois apresenta os dois lados do assunto, porém a finalidade real é confundir o público.

II – A princípio o público fica chocado e indignado:

A idéia é fazer que, com a exposição constante do assunto, as pessoas comecem a perder o discernimento entre o certo e o errado.

III – No entanto, o simples fato que tal assunto tenha sido abordado publicamente torna-se assunto de debates:

Vários especialistas nas mais diversas áreas começam a debater. Dependendo do assunto, grupos são criados e organizados, uns de apoio e outros de oposição, gerando grandes conflitos.

IV – A repetição prolongada do assunto chocante em discussão, gradualmente vai anulando seu efeito:

Conflitos em todas as áreas começam a acontecer é necessário chegar a um consenso. Dependendo do assunto, será criada uma assembléia formada por representantes da sociedade.

V – As pessoas não ficam mais chocadas com o assunto:

Um consenso geral começa a tomar forma.

VI – Não mais indignadas, as pessoas começam a debater posições para moderar o extremo, ou aceitam a premissa, procurando os modos de atingi-la:

As pessoas começam a abandonar seus conceitos individuais pelos coletivos.

“Uma mentira contada várias vezes se torna verdade.”

 

Como nasce uma “verdade” a partir de uma mentira ?

Observem bem e vejam se essas etapas já não foram concluídas ou estão em fase de conclusão em relação a assuntos polêmicos como o aborto, homosexualismo, ideologia de gênero, pedofilia, eutanásia, libertinagem sexual, legalização de drogas, etc.

Tempos Difíceis !!

"O  Espírito diz claramente que nos últimos tempos alguns abandonarão a fé e seguirão espíritos enganadores e doutrinas de demônios." – 1 Tim 4:1

"Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, sentindo coceira nos ouvidos, segundo os seus próprios desejos juntarão mestres para si mesmos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos." – 2 Timóteo 4:3-4

"Não deixem que ninguém os engane de modo algum. Antes daquele dia virá a apostasia e, então, será revelado o homem do pecado, o filho da perdição." – 2 Tessalonisences 2:3

 

Leia mais: http://geracaomaranata.com.br/2011/08/o-poder-da-desinformacao/

Para saber mais:

http://www.espada.eti.br/n1055.asp

http://apocalipsetotal.blogspot.com/2007/10/o-plano-de-7-etapas-de-mudana-do.html (este blog faz um ensaio aplicando esse tipo de técnica a um assunto polêmico)

As Alianças Bíblicas e a Escatologia – Introdução

Filed Under (Alianças Bíblicas) by Geração Maranata on 07-11-2010

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por Geração Maranata

As alianças bíblicas são muito importantes para quem estuda escatologia.  O plano profético de Deus é determinado e prescrito por essas alianças.

O relacionamento de Deus com o homem é sempre mediado através de uma ou mais alianças bíblicas. Deus se comprometeu a realizar determinados eventos na história e a profecia diz respeito a "quando" essas promessas serão cumpridas totalmente.

As alianças bíblicas são bem diferentes das alianças teológicas da teoria "aliancista". Essa teoria vê as épocas da história como o desenvolvimento de uma aliança entre Deus e os pecadores, na qual Deus salvaria, por meio da morte de Cristo, todos os que viessem a Ele pela fé.

Resumo da teoria aliancista:

A aliança da redenção (Tt 1.2; Hb 13.20) –  A Trindade assumiu, cada um, parte no grande plano de redenção que é sua porção presente, conforme revelado na Palavra de Deus.   Nessa aliança o Pai entrega o Filho, o Filho se oferece sem mácula como sacrifí­cio eficaz e o Espírito administra e capacita a execução dessa aliança em todas as suas partes.

A aliança das obrasSegundo os teólogos são as bênçãos que Deus ofereceu ao homem.  Antes da queda, Adão relacionou-se com Deus pela aliança de obras. Até que seja salvo, o homem tem a obrigação implícita de ser semelhante em caráter a seu Cria­dor e de fazer a Sua vontade.

A aliança da graçaIndica todos os aspectos da graça divina para com o homem em todas as épocas. O exer­cício da graça divina torna-se possível e justificado pela satisfação de jul­gamentos divinos obtidos na morte de Cristo.

Apesar de a teoria teológica Aliancista  estar de acordo com a Bíblia, ela é insatisfatória para explicar as Escrituras escatologicamente, pois despreza o grande campo de alianças bíblicas que determinam todo o plano escatológico.

 

O uso bíblico da palavra Aliança

É usada nos relacionamentos entre Deus e o ho­mem, entre os homens e entre as nações. É usada para coisas temporais e coisas eternas.

Aliança divina é

1) uma disposição soberana de Deus, mediante a qual Ele estabelece um contrato incondicional ou declarativo com o homem, obrigando-se, em graça, por um juramento irrestrito, a conceder, de Sua própria iniciativa, bênçãos definidas para aqueles com quem compactua ou

2) uma proposta de Deus, em que Ele promete, num contrato condicio­nal e mútuo com o homem, segundo condições preestabelecidas, conce­der bênçãos especiais ao homem desde que este cumpra perfeitamente certas condições, bem como executar punições precisas em caso de não-cumprimento.

 

Natureza das Alianças

1. São Alianças literais e devem ser interpretadas literalmente. Tal interpretação está em harmonia com o método literal de inter­pretação.

2.  São Alianças eternas. Todas as alianças de Israel são chamadas eternas, com exceção da aliança Mosaica, que é declarada temporal e deveria continuar até a vinda da Semente Prometida (Jesus):

– A alian­ça Abraâmica é chamada "eterna" em Gênesis 17.7,13,19; 1 Crônicas 16.17; Salmos 105.10;

– A aliança Palestina é chamada "eterna" em Ezequiel 16.60;

– A aliança Davídica foi chamada "eterna" em 2Samuel 23.5, em Isaías 55.3 e em Ezequiel 37.25;

– A Nova Aliança é chamada "eterna" em Isaías 24.5, 61.8, em Jeremias 32.40, 50.5 e em Hebreus 13.20.

3. São Alianças incondicionais , visto que são literais, eternas e dependem solenemente da integridade de Deus para o seu cumpri­mento.

4. São Aliança estabelecidas com um povo pactual, Israel. Em Romanos 9.4 Paulo declara que a nação de Israel tinha rece­bido alianças do Senhor. Em Efésios 2.11,12 ele declara, contrariamen­te, que os gentios não haviam recebido tal aliança e conseqüentemente não gozavam de relacionamentos pactuais com Deus. Essas duas pas­sagens mostram, de modo negativo, que os gentios não tinham relacio­namentos de aliança e, de modo positivo, que Deus tinha firmado um relacionamento de aliança com Israel.

 

Tipos de Alianças

As alianças são contratos feitos entre indivíduos com o propósito de regulamentar esse relacionamento. Deus quer comprometer-se com Seu povo, ou seja, deseja cumprir Suas promessas para poder demonstrar na história que tipo de Deus Ele é.

Os relacionamentos na Bíblia – especialmente entre Deus e os homens – são legais ou judiciais. Por isso que eles são mediados pelas alianças. As alianças normalmente envolvem intenção, promessas e sanções.

Existem três tipos de Alianças na Bíblia:

1 – O tratado chamado de "Garantia Real" (incondicional) – Uma aliança promissória que surgiu de um desejo do rei em recompensar um servo leal. Por exemplo:

  • Aliança Abraâmica
  • Aliança Davídica

Devemos entender que essas alianças são incondicionais. Esse aspecto é importante na profecia bíblica, pois está em jogo se Deus é ou não obrigado a cumprir as Suas promessas, especialmente pa­ra com as partes originalmente envolvidas na aliança.

Por exem­plo, cremos que Deus deve cumprir em relação a Israel (como na­ção) as promessas feitas através das alianças incondicionais, como a Abraâmica, a Davídica e a Palestina. Se isso for verdade, então elas precisam ser realizadas literalmente – o que implica que mui­tos de seus aspectos ainda devem ser cumpridos.

“Uma aliança incondicional pode ser definida como um ato sobera­no de Deus, sendo que o Senhor, portanto, obriga a Si mesmo a fa­zer com que se cumpram as promessas, bênçãos e condições estabe­lecidas para o povo com quem fez a aliança. E uma aliança unilate­ral. Esse tipo de aliança é caracterizado pela forma verbal futura, que mostra a intenção dEle cumprir exatamente o que prometeu, no tempo determinado para isso. As bênçãos são garantidas por causa da graça de Deus.” (Fruchten-Baum)

 

2 – Tratado entre o "Suserano e o Vassalo " (condicional) – vin­cula um vassalo (inferior) a um suserano (superior) e a responsabi­lidade recai apenas sobre aquele que fez o juramento. Exemplos:

  • Quedorlaomer, rei de Elão (Gênesis 14)
  • Jabes-Gileade enquanto servia Naás (1 Samuel 11.1)
  • Aliança Adâmica
  • Aliança Noaica
  • Aliança Mosaica (Deuteronômio)

Tratado entre o "Suserano e o Vassalo" no formato de Deutero­nômio:

  • Preâmbulo (1.1-5)
  • Prólogo Histórico (1.6-4.49)
  • Principais Provisões (5.1-26.19)
  • Bênçãos e Maldições (27.1-30.20)
  • Continuidade das Alianças (31.1-33.29)

3 – O tratado de "Paridade"une duas partes iguais em um re­lacionamento e estabelece as condições estipuladas pelos seus par­ticipantes. Exemplos:

  • Abraão e Abimeleque (Gênesis 21.25-32)
  • Jacó e Labão (Gênesis 31.43-50)
  • Davi e Jônatas (1 Samuel 18.1-4; veja também 2 Samuel 9.1-13)
  • Cristo e os crentes pertencentes à era da Igreja, ou seja, Seus "amigos" (João 15)

 

Alianças Bíblicas

Existem pelo menos oito alianças mencionadas na Bíblia:

  • Aliança Edênica (Gênesis 1.18-30; 2.15-17)
  • Aliança Adâmica (Gênesis 3.14-19)
  • Aliança Noaica (Gênesis 8.20-9.17)
  • Aliança Abraâmica (por exemplo Gênesis 12.1-3)
  • Aliança Mosaica (Êxodo 20-23; Deuteronômio)
  • Aliança Davídica (2 Samuel 7.4-17)
  • Aliança Palestina (Deuteronômio 30.1-10)
  • Nova Aliança (por exemplo, Jeremias 31.31-37)

A maneira como as alianças se relacionam com Israel é de fun­damental importância para o estudante das profecias.

A tabela a se­guir ilustra como elas se desenvolvem e suas aplicações:

Continua: Aliança Abraâmica

 

Fontes:

Manual de Escatologia – Dwight Pentecost

Profecias de A a Z – Thomas Ice & Timothy Demy

 

 

 

Preparativos para Construção do Terceiro Templo

Filed Under (Sinais Proféticos) by Geração Maranata on 01-11-2010

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O Monte Moriá ou Monte do Templo, onde se encontra o Domo da Rocha, é o lugar original do Templo de Jerusalém, a qual 64% dos judeus israelenses, segundo pesquisa recente, desejam ver reconstruído.

por Geração Maranata

Instituto do Templo e outros grupos de judeus ortodoxos já têm todos os 102 artigos do Templo prontos para começar a reconstrução

As profecias bíblicas referentes ao final dos tempos falam do Templo de Jerusalém como uma realidade, mas o Templo ainda não foi reconstruído. Porém, quase todos os passos que precisavam ser dados para que isso aconteça já são realidade.

1) Para o Templo ser reconstruído, seria necessário Israel voltar a existir como uma nação, o que ocorreu em 1948.

2) Seria necessário a reconquista da cidade de Jerusalém, o que também já aconteceu, em 1967.

3) Seria necessário ainda que todos os utensílios do Templo fossem restaurados. E isso já está acontecendo. Ou melhor, os utensílios já estão praticamente concluídos.

A primeira vez que o assunto reconstrução do Templo chamou a atenção da mídia mundial foi em 1989, quando a revista norte americana Time, em sua edição de 16 de Outubro de 1989, cuja matéria de cara era intitulada "Time for a New Temple? ("Tempo para um Novo Templo?"), apontava o desejo crescente entre os judeus ortodoxos em Israel de ver o Templo de pé mais uma vez. Por essa época, dava seus primeiros passos o chamado Instituto do Templo.

Erguido na Cidade Velha de Jerusalém, o Instituto do Templo tem se dedicado com afinco, durante as últimas duas décadas, aos preparativos para a reconstrução do Templo, chegando hoje praticamente ao final dessa preparação, em mais um sinal evidente da proximidade da Segunda Vinda de Jesus. Em seus pouco mais de 20 anos de existência, o Instituto já recriou o candelabro do Templo (Menorah), a um custo de 3 milhões de dólares, além de harpas, altares, recipientes para incenso e as roupas dos sacerdotes, tudo meticulosamente igual à descrição bíblica desses artigos. Ao todo, são 102 os utensílios necessários para os rituais do Templo; e hoje todos eles – isso mesmo: todos – já estão prontos. O últimmo passo será a busca de restos (cinzas, por exemplo) das novilhas vermelhas, uma espécie de novilha em extinção que, sendo um animal kosher (puro), era usado no ritual de purificação dos sacerdotes antes de adentrarem o Templo de Jerusalém, segundo o texto de Números 19.

O objetivo dos judeus ortodoxos ligados ao Instituto é clonar a novilha vermelha a partir dos restos que eventualmente possam ser encontrados para que, após a reconstrução do Templo, os sacerdotes já estejam ritualmente prontos para servir. Ou seja, até os avanços recentes na área de genética favoreceram os planos e a fé daqueles que têm se dedicado à reconstrução, e que, inclusive, já elaboraram uma lista de judeus que são provavelmente descendentes de Levi, conforme estudo meticuloso da árvore genealógica de milhares de judeus, para exercerem a função de sacerdotes. Muitos deles já estão de sobreaviso e totalmente integrados ao projeto.

O rabino Yisrael Ariel, fundador do Instituto e considerado um dos maiores especialistas no mundo em rituais do Templo de Jerusalém, afirma que a função do Instituto sempre foi e será "dedicar-se à recriação de artefatos usados no Templo não apenas como um exercício histórico, mas como uma maneira de se preparar para sua reconstrução". Algumas das últimas recriações do Instituto são surpreendentes e realçam sua dedicação. Em dezembro de 2007, por exemplo, o Instituto anunciou a conclusão da confecção do candelabro e da coroa de ouro maciço que a Bíblia diz que o sumo sacerdote levava no cumprimento dos seus deveres no Templo. De acordo com a agência de notícias israelenses Israel National News, os artistas que trabalharam na coroa e no candelabro seguiram escrupulosamente, durante mais de um ano, as instruções registradas na Bíblia hebraica e as informações sobre a coroa e o candelabro gravadas em antigas fontes históricas para chegar ao formato final nos dois artigos, que são considerados hoje absolutamene fidedignos aos originais.

Candelabro do terceiro Templo já está pronto e à mostra no Instituto do Templo

Pedra Angular do Templo

Mas, não são apenas os centenas de rabinos do Instituto do Templo que têm se dedicado aos preparativos para a reconstrução. Outros grupos judeus ortodoxos relacionados também manifestam-se nesse sentido. Em 21 de Maio de 2009, por exemplo, um grupo de judeus denominado "Movimento de Fidelidade à Terra de Israel e ao Monte Templo" (Temple Mount and Land of Israel Faithfull Movement) realizou uma passeata em Jerusalém deslocando uma pedra de quase quatro toneladas que é considerada por alguns judeus ortodoxos a pedra angular para a edificação do terceiro Templo de Jerusalém.

O dia 21 de Maio foi escolhido para a realização da passeata porque é o "Dia de Jerusalém" em Israel, data em que os judeus celebram a vitória na Guerra dos Seis Dias, quando Israel reconquistou Samaria, Judéia, Gaza, os Montes de Golan e Jerusalém. Durante a passeata com a pedra de esquina que provavelmente suportará a edificação do Templo, o grupo do "Movimento de Fidelidade à Terra de Israel e ao Monte do Templo" protestou em frente ao Consulado dos Estados Unidos por causa da política para o Oriente Médio adotada pelo atual presidente norte-americano, Barack Hussein Obama, que quer dividir a cidade de Israel, estabelecendo a capital do Estado árabe dentro de Israel. Em frente ao Consulado, a multidão bradava: "Tirem as mãos da Terra de Deus e do povo de Israel e de Jerusalém!". Ao chegar no portão de Jaffa, na cidade velha de Jerusalém, o grupo de fiéis dançou e tocou trombetas de prata declarando seu amor a Jerusalém.

O grupo dos Fiéis do Monte do Templo é liderado pelo rabino Gershon Salomon, que já afirmou em entrevista ao arqueólogo norte-americano e cristão Randall Price (autor de Arqueologia Bíblica, CPAD) nos anos 90 o que se segue: "Creio que a reconstrução do Templo é a vontade de Deus. O Domo da Rocha deve ser retirado. Devemos, como sabem, removê-lo. E hoje temos todo o equipamento para fazer isso, pedra por pedra, cuidadosamente, embalando-o e enviando-o de volta para Meca, o lugar de onde veio. (…) No dia certo – creio que em breve – essa pedra [de esquina] será colocada no Monte Templo, trabalhada e polida. Será a primeira pedra para o terceiro Templo. A pedra não está longe do Monte Templo, mas bem perto das muralhas da Cidade Velha de Jerusalém, perto da Porta de Shechem. Dessa pedra se pode ver o Monte Templo. Mas, o dia está próximo em que essa pedra estará no lugar certo. Pode ser hoje ou amanhã, mas estamos bem pertos da hora certa".

Já há alguns anos que Gershon Salomon tem incentivado rabinos a realizarem sacrifícios próximos ao Monte Moriá, isto é, o Monte do Templo. Na Páscoa de 1998, rabinos judeus realizaram um sacrifício de um animal no Muro Ocidental, que pode ter sido o primeiro sacrifício animal realizado no local do Templo desde 70d.C., quando Jerusalém foi destruída pelos exércitos romanos. Em 4 de Abril de 1999, o próprio Gershon Salomon tentou realizar um sacrifício sobre o Monte do Templo, mas foi frustrado. E em Abril de 2008, rabinos em Israel afirmaram que estão se preparando para realizar alguns sacrifícios de animais, num lugar bem próximo ao Monte do Templo. Mais de um ano depois, ainda não os fizeram, mas eles têm se mostrado insistentes na idéia de fazê-los futuramente, o que para os árabes palestinos serão considerados atos muito provocativos.

Outro grupo é o Ateret Cohanim, que fundou uma yeshiva (escola religiosa) para a educação e o treinamento dos sacerdotes do Templo. O objetivo dessa organização judaica liderada por rabinos é pesquisar os regulamentos levíticos e treiná-los para um sacerdócio futuro no terceiro Templo.

Enquanto isso, todos os dias, três vezes ao dia, judeus ortodoxos oram diante do Muro das Lamentações pedindo a Deus para que o Templo seja reconstruído. Dizem as preces, quase em uníssono: "Que a Tua vontade seja a rápida reconstrução do Templo em nossos dias….".

O rabino Chaim Richman, diretor internacional do Instituto do Templo, é apontado como o mais provável a assumir a função de sumo sacerdote logo após a reconstrução; ele também liderará o Sinédrio, cujo lista de futuros membros, preparada por rabinos, já está pronta.

 

Oposição Palestina

Adnan Husseini, conselheiro do presidente palestino Mahmoud Abbas em questões relativas a Jerusalém, critica a existência do Instituto do Templo e seu projeto, que denomina "provocação". "Se eles falam de construir o Templo, o que isso significa? Significa destruir mesquitas islâmicas. E se eles o fizerem, ganharão 1,5 milhão de inimigos. É o desejo de Deus que esse seja um local de adoração islâmico e eles devem respeitar isso", afirma Husseini.

Em resposta, os rabinos do Instituto do Templo declaram que não têm projetos nenhum de destruição das mesquitas até porque a maioria dos rabinos ortodoxos crê, à luz das profecias da Bíblia hebraica, que a reconstrução do Templo será um ato do próprio Deus, ato este que só será realizado, afirmam, "quando chegar o tempo em que o Senhor achar os judeus merecedores do Templo mais uma vez". Eles destacam ainda que os preparativos são apenas uma demonstração de fé nas profecias.

Entretanto, apesar de não haver mesmo por parte do Instituto do Templo nenhum planejamento em andamento para a destruição das mesquitas que se encontram hoje no Monte do Templo, o rabino Chaim Richman, diretor internacional do Instituto (e forte candidato a assumir a função de sumo sacerdote do Templo),  declarou em dezembro de 2007 que a tarefa do Instituto nos próximos anos será "completar o projeto arquitetônico para o terceiro Templo, incluindo as projeções dos custos e os esquemas e detalhes das partes elétricas e das canalizações", informação publicada nos jornais israelenses e que deixou os palestinos irados.

Para esquentar mais o clima, em outubro de 2009, o Comitê para a Monitoração Árabe acusou Israel de estar fazendo escavações arqueológicas por baixo do Monte Templo, o que os israelenses negam. "Essas acusações são uma perfeita mentira. Alegar que os judeus andam escavando por baixo do Monte do Templo é como dizer que o dia é noite", afirmou o rabino Shamuel Rabinovitz, responsável por cuidar do Muro das Lamentações. Seja como for, uma pesquisa recente mostrou que 64% dos judeus israelenses desejam, contanto que seja possível, ver o Templo reconstruído.

Seja verdadeira ou não a denúncia das escavações, certo é que a conclusão dos preparativos para a reconstrução demonstram que a restauração dos rituais do Templo no final dos tempos, conforme as profecias bíblicas asseveram, não está longe da sua concretização. Muito ao contrário. É uma questão de tempo. E, ao que tudo indica, muito pouco tempo.

Fonte: Mensageiro da Paz de  Dez/2009

 

Sacerdotes e Levitas

O alfaiate Aviad Jeruffi, tirando as medidas do Rabi chefe e Levita Shlomo Riskin, para uma série de vestes sacerdotais

Com um turbante na cabeça e uma túnica azul claro com filetes de prata, encontra-se um homem numa loja da velha Jerusalém ao lado de rolos de linha branca presos a máquinas de costura. Uma pintura com os sumo sacerdotes realizando um sacrifício animal ao lado do Primeiro Templo mostra a função desta sala.

As vestes sacerdotais nunca mais foram usadas depois da destruição do Segundo Templo pelos romanos no ano 70 d.C. e não podem ser funcionais até que um terceiro templo seja construído.

Os sacerdotes levitas descendiam diretamente de Arão, irmão de Moisés, e são reconhecidos como tal pelo Instituto desde que os seus avós paternos observassem a tradição. Hoje, possuem responsabilidades religiosas. Em tempos antigos, eles realizavam os deveres mais importantes dentro do templo.

Cerca de um terço dos mandamentos da Torah (a Lei) não poderão ser cumpridos sem um templo, incluindo as obrigações dos levitas.

Porém, um Terceiro Templo parece ainda um sonho volúvel com implicações assustadoras para muitos, visto que tanto um santuário, o Domo da Rocha, como a mesquita El Aksa, que é a terceira estrutura mais sagrada do Islã estão presentemente sobre o Monte do Templo.

O diretor do Instituto do Templo, o rabbi Yehuda Glick, assume contudo acreditar que os muçulmanos poderão não estar contra a construção do templo.

"Já temos alguns muçulmanos que estão secretamente em contato connosco" – assegura o rabi.

Adianta ainda o rabi que quando o templo for construído, os levitas terão de vestir as roupas apropriadas para cumprir as suas obrigações.

Cada vestimenta completa inclui um turbante, calças de túnica e cinto, e são costurados peça a peça a um custo de cerca de 2.500 shekels (aprox. 500 Euros).

Foram necessários várias anos de intensas pesquisas para criar as vestes de acordo com a Lei judaica.

Fio especial de linho foi importado da Índia e foram necessárias várias viagens ao exterior para se obter as cores corretas para as vestes, incluindo várias idas a Istambul para obter minhocas da montanha das quais se consegue obter a verdadeira cor carmesim.

O segredo da correta tonalidade azul da púrpura tinha sido perdido desde a destruição do Segundo Templo, visto que se tinha perdido a identidade do chilazon, o caracol de onde era extraído, até ter sido identificado recentemente como o murex trunculus, um molusco gastrópode produtor da púrpura encontrado perto do Mar Mediterrâneo.

"O Templo não é uma mensagem só para o povo judeu. Ele reúne o mundo inteiro à volta de uma casa central de oração. Todos os profetas dizem que no final dos tempos todas as nações virão a Jerusalém e tomarão parte na construção do Templo" – afirma Glick.

Leia mais em: shalom-israel-shalom.blogspot.com

 

Métodos de Interpretação profética: Literal e Alegórica

Filed Under (Métodos de Interpretação Profética) by Geração Maranata on 29-10-2010

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por Geração Maranata

O estudioso de escatologia tem como questão mais importante o método de interpretação das profecias na Bíblia.

Os diferentes métodos de interpretação produziram as várias posições escatológicas existentes.

Por exemplo, a diferença básica entre Amilenistas e Pré-Milenistas não é se as Escrituras ensinam um Reino terreno, como ensina o Pré-Milenistas, mas como os versículos que ensinam esse Reino terreno devem ser interpretados. Portanto, antes de qualquer debate sobre as passagens proféticas e sobre as doutrinas escatológicas, é preciso estabelecer o método básico de interpretação.

 

I. O Método Alegórico

Um antigo método de interpretação que reavivou nestes últimos tempos é o método alegórico.

Qualquer declaração de supostos fatos que aceita interpretação literal e, no entanto, requer ou simplesmente admite interpretação moral ou figurada, é chamada alegoria. É para a narrativa ou para a história, o que as figuras de linguagem são para as palavras simples, adicionando ao sentido literal dos termos empregados um sentido moral ou espiritual.

Às vezes a alegoria é pura, ou seja, sem referência direta à sua aplicação, como na história do filho pródigo. Às vezes é mista, como no Salmo 80, em que simplesmente se insinua que os judeus são o povo que a videira tem por objetivo representar. (Salmo 80:17)

Alegorização é o método de interpretar um texto literário, considerando o sentido literal veículo para um sentido secundário, mais espiritual e mais profundo.

Nesse método, o significado histórico é negado ou desprezado, e a tônica recai inteiramente num sentido secundário, de modo que as palavras ou os acontecimentos primeiros têm pouco ou nenhum significado.

 

Os perigos do método alegórico

1) O primeiro grande perigo do método alegórico é que ele não interpreta as Escrituras. Existe uma liberdade ilimitada para a fantasia, basta que se aceite o princípio, e a única base da exposição encontra-se na mente do expositor.

2) A citação anterior deixa prever, também, um segundo grande perigo no método alegórico: a autoridade básica da interpretação deixa de ser a Bíblia e passa a ser a mente do intérprete. A interpretação pode então ser distorcida pelas posições doutrinárias do intérprete, pela autoridade da igreja à qual ele pertence, por seu ambiente social e por sua formação ou por uma enormidade de fatores.

3) Um terceiro grande perigo do método alegórico é que não há meios de provar as conclusões do intérprete.

Afirmar que o principal significado da Bíblia é um sentido secundário e que o principal método de interpretação é a "espiritualização" é abrir a porta para imaginação e especulação. Por essa razão, entende-se que o controle na interpretação se encontra no método literal.

Assim, os grandes perigos inerentes a esse sistema são a eliminação da autoridade das Escrituras, a falta de bases pelas quais se podem averiguar as interpretações, a redução das Escrituras ao que parece razoável ao intérprete e, por conseguinte, a impossibilidade de uma interpretação verdadeira das Escrituras.

 

II. O Método Literal

Em oposição direta ao método alegórico de interpretação encontra-se o método literal.

O método literal de interpretação é o que dá a cada palavra o mesmo sentido básico e exato que teria no uso costumeiro, normal, cotidiano, empregada de modo escrito, oral ou conceitual.

Chama-se método histórico-gramatical para ressaltar o conceito de que o sentido deve ser apurado mediante considerações históricas e gramaticais.

O sentido "literal" de uma palavra é o seu significado básico, costumeiro, social. O sentido espiritual ou oculto de uma palavra ou expressão é o que deriva do significado literal e dele depende para sua existência.

Interpretar literalmente significa nada mais, nada menos que interpretar sob o aspecto do significado normal, costumeiro. Quando o manuscrito altera seu significado, o intérprete imediatamente altera seu método de interpretação.

 

Evidências a favor do método literal

Em defesa da abordagem literal, podemos sustentar que:

a) O sentido literal das frases é a abordagem normal em todas as línguas.

b) Todos os sentidos secundários de documentos, parábolas, tipos, alegorias e símbolos dependem, para sua própria existência, do sentido literal prévio dos termos.

c) A maior parte da Bíblia tem sentido satisfatório se interpretada literalmente.

d) A abordagem literalista não elimina cegamente as figuras de linguagem, os símbolos, as alegorias e os tipos; no entanto, se a natureza das frases assim exigir, ela se presta prontamente ao segundo sentido.

e) Esse método é o único freio sadio e seguro para a imaginação do homem.

f) Esse método é o único que se coaduna com a natureza da inspiração. A inspiração completa das Escrituras ensina que o Espírito Santo guiou homens à verdade e os afastou do erro. Nesse processo, o Espírito de Deus usou a linguagem, e as unidades de linguagem (como sentido, não como som) são palavras e pensamentos. O pensamento é o fio que une as palavras. Portanto, nossa própria exegese precisa começar com um estudo de palavras e de gramática, os dois elementos fundamentais de toda linguagem significativa.

Visto que Deus concedeu Sua Palavra como revelação ao homem, teria de esperar que Sua revelação fosse dada de forma tão exata e específica que Seus pensamentos pudessem ser comunicados e entendidos corretamente quando interpretados segundo as leis da linguagem da gramática. Tomada como evidência, essa pressuposição favorece a interpretação literal, pois um método alegórico de interpretação turvaria o sentido da mensagem entregue por Deus ao homem.

O fato de que as Escrituras continuamente remetem para interpretações literais serve de prova adicional quanto ao método a ser empregado para interpretar a Palavra. Talvez uma das evidências mais fortes a favor do método literal seja o uso que o Novo Testamento faz do Antigo. Quando o Antigo Testamento é usado no Novo, só o é em sentido literal. Basta estudar as profecias que foram cumpridas na primeira vinda de Cristo — em Sua vida, em Seu ministério e em Sua morte — para comprovar esse fato.

Nem uma profecia sequer, dentre as que se cumpriram plenamente, foi cumprida de outro modo que não o literal. Embora possa ser citada uma profecia no Novo Testamento como prova de que certo acontecimento cumpre de modo parcial uma profecia (como em MT 2.17,18), ou para mostrar que um acontecimento está em harmonia com o plano preestabelecido de Deus (como em At 15), isso não torna necessário um cumprimento não literal, nem nega um cumprimento completo no futuro, pois tais aplicações da profecia não exaurem o seu cumprimento. Portanto, essas referências à profecia não servem de argumentos a favor de um método não literal.

Com base nessas considerações, conclui-se que há evidências de apoio à validade do método literal de interpretação.

 

As vantagens do método literal

Há várias vantagens neste método que o torna preferível em relação ao alegórico:

a) Baseia a interpretação em fatos. Procura estabelecer-se sobre dados objetivos — gramática, lógica, etimologia, história, geografia, arqueologia, teologia.

b) Exerce sobre a interpretação um controle semelhante ao que a experiência exerce sobre o método científico, a justificação é o controle das interpretações. Qualquer coisa que não se conforme aos cânones do método literal-cultural-crítico deve ser rejeitada ou vista com suspeita. Além disso, esse método oferece a única fiscalização fidedigna para a constante ameaça de aplicar uma interpretação de duplo sentido às Escrituras.

c) Tem obtido o maior sucesso na exposição da Palavra de Deus. A exegese não começou a sério até a igreja já ter mais de um milênio e meio de idade. Com o literalismo de Lutero e de Calvino, a luz da Escritura literalmente se acendeu.  Esse é o aclamado método da alta tradição escolástica do protestantismo conservador. É o método de Bruce, Lightfoot, Zahn, A. T. Robertson, Ellicott, Machen, Cremer, Terry, Farrar, Lange, Green, Oehler, Schaff, Sampey, Wilson, Moule, Perowne, Henderson Broadus, Stuart — para citar apenas alguns exegetas típicos.

Além dessas vantagens, pode-se acrescentar que este tipo de interpretação nos fornece uma autoridade básica por meio das quais, interpretações individuais podem ser postas a prova.

O método alegórico, que depende da abordagem racionalista do intérprete ou da conformidade a um sistema teológico predeterminado, deixa-nos sem uma verificação autorizada por base. No método literal, uma passagem da Escritura pode ser comparada a outra, pois, como Palavra de Deus, tem autoridade e é o padrão pelo qual toda verdade deve ser testada.

Com respeito a isso, pode-se observar que o método nos livra tanto da razão quanto do misticismo como requisitos da interpretação. Não é necessário depender de treinamento ou de capacidade intelectual, nem do desenvolvimento de percepção mística, e sim da compreensão do que está escrito em sentido comumente aceito. Somente sobre esse fundamento o leitor médio pode compreender e interpretar as Escrituras por si mesmo.

 

O método literal e a linguagem figurada

Todos reconhecem que a Bíblia está repleta de linguagem figurada. Com base nisso, muitas vezes afirma-se que o uso de linguagem figurada exige interpretação figurada.

No entanto, figuras de linguagem são usadas como meios de revelar verdades literais. O que é literalmente verdadeiro em determinado campo, com o qual se esta familiarizada; é transposto literalmente para outro campo, com o qual talvez não se esteja tão familiarizado, para ensinar alguma verdade nesse campo menos conhecido.

Se as palavras são empregadas em seu significado natural e primitivo, o sentido que expressam é o seu sentido literal estrito. Por outro lado, se são empregadas com um significado figurado e derivado, o sentido, embora ainda literal, é geralmente chamado metafórico ou figurado. Por exemplo, quando lemos em João 1.6 "Houve um homem […] cujo nome era João", é óbvio que os termos ali empregados são tomados estrita e fisicamente, pois o escritor fala de um homem real, cujo nome real era João. Por outro lado, quando João Batista, apontando para Jesus, disse: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1.29), também é claro que ele não usou a palavra "cordeiro" no mesmo sentido literal estrito que teria excluído toda metáfora ou figura de linguagem e denotado um cordeiro real: o que ele queria imediata e diretamente comunicar, isto é, o sentido literal de suas palavras, é que no sentido derivado e figurado Jesus podia ser chamado "Cordeiro de Deus". No primeiro caso, as palavras foram usadas em sentido literal estrito; no segundo, em sentido metafórico ou figurado.

O fato de os livros das Sagradas Escrituras terem sentido literal (estrito ou metafórico), isto é, sentido imediata e diretamente pretendido pelos escritores, é uma verdade tão clara em si mesma e ao mesmo tempo tão universalmente aceita, que seria inútil insistir nela aqui.

Será que alguma passagem das Sagradas Escrituras tem mais que um sentido literal? Todos admitem que, uma vez que os livros sagrados foram compostos por homens e para homens, seus autores naturalmente conformaram se a mais elementar regra dos relacionamentos humanos; que exige que apenas um sentido preciso seja imediata e diretamente pretendido pelas palavras de quem fala ou de quem escreve.

O literalista não nega a existência de linguagem figurada. Porém, ele nega que tais figuras devam ser interpretadas de modo que destruam a verdade literal pretendida pelo emprego das figuras. A verdade literal deve ser informada por meio dos símbolos.

 

Algumas objeções ao método literal

1) A linguagem da Bíblia muitas vezes contém figuras de linguagem. É o caso, sobretudo, da poesia.  Na poesia dos Salmos, no estilo elevado da profecia e mesmo na simples narrativa histórica surgem figuras de linguagem que obviamente não tinham o propósito de ser entendidas literalmente.

2) O grande tema da Bíblia é Deus e Seus atos redentores para com a humanidade. Deus é Espírito; os ensinos mais preciosos da Bíblia são espirituais, e essas realidades espirituais e celestiais são muitas vezes apresentadas sob a forma de objetos terrenos e relacionamentos humanos.

3) O fato de que o Antigo Testamento é ao mesmo tempo preliminar e preparatório ao Novo Testamento é tão óbvio que dispensa prova. Ao remeter os crentes de Corinto, a título de advertência, aos acontecimentos do Êxodo, o apóstolo Paulo declarou que aquelas coisas lhes haviam sobrevindo como "exemplos" (tipos). Isto é, prefiguravam coisas por vir. Isso confere a muito do que está no Antigo Testamento significância e importância especiais.  Tal interpretação reconhece, à luz do cumprimento no Novo Testamento, um sentido mais profundo e muito mais maravilhoso nas palavras de muitas passagens do Antigo Testamento do que aquele que, tomadas em seus antecedentes veterotestamentários, elas parecem possuir.

Em resposta ao primeiro desses argumentos, é necessário reconhecer o uso bíblico das figuras de linguagem. Como se ressaltou previamente, as figuras de linguagem podem ser usadas para ensinar verdades literais de maneira mais vibrante que as palavras corriqueiras, mas nem por isso exigem interpretação alegórica.

Com respeito ao segundo argumento, embora se reconheça que Deus é um ser espiritual, a única maneira pela qual Ele poderia revelar a verdade de um Reino, no qual ainda não entramos, seria traçando um paralelo entre esse Reino e o Reino em que agora vivemos. Por meio da transferência de algo que é literalmente verdadeiro no Reino conhecido para o Reino desconhecido, este nos será revelado. O fato de Deus ser espiritual não exige interpretação alegórica. E preciso distinguir entre o que é espiritual e o que é espiritualizado.

Por fim, com respeito à terceira objeção, embora se reconheça que o Antigo Testamento é preditivo, e que o Novo desenvolve o Antigo, a plenitude não é revelada no Novo por meio da alegorização do que é tipificado no Antigo; é revelada, isto sim, pelo cumprimento literal e pelo desenvolvimento da verdade literal dos tipos. Estes podem ensinar verdade literal, e o uso de tipos no Antigo Testamento não serve de apoio para o método alegórico de interpretação.

 

Livro pesquisado: Manual de Escatologia de Dwight Pentecost

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